Capítulo 4

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Durante a tarde, saí para o jardim e julguei ser culpa do sol que apareceu tão inesperadamente, era como se a manhã nem tivesse sido inteiramente chuvosa. Caminhei entre as rosas de Jungkook vendo-as tão delicadas e bem cuidadas que pensei na hipótese de serem artificiais, mas os espinhos provaram o quão elas eram realistas. O cheiro era bom e me lembrava que estávamos no meio da primavera. O arco-íris que se formou no céu deixou meu coração quentinho e poder caminhar sem medo de ser visto me deixava confortável e feliz. Eu podia sentir a proteção entre os muros da casa de Jungkook, lá os trabalhadores eram gentis e me tratavam educadamente sem olhares desprezíveis ou julgamentos por ser diferente, e isso me fazia sentir, mesmo que por instantes, alguém normal. Me sentia confortável e adepto ao meu novo lar. Apesar de meu coração sentir falta de casa e de Jimin, eu estava mais confortável do que quando pisei pela primeira vez nesta casa. Não que eu não me esquivasse dos alfas, eu nunca cheguei a ter um longo diálogo com Nana e as outras funcionárias que faziam parte da cozinha, mas somente poder andar pela casa sem medo de me verem era o suficiente para mim naquele momento.

Passei grande parte da minha tarde com Cine, galopando sem sair dos portões da casa de Jeon. Eu me divertia com o meu presente e gostaria de poder dizer para Jimin sobre o cavalo que Jungkook havia me dado, com certeza meu amigo ficaria animado já que compartilhávamos o mesmo gosto por animais.

Eu queria contar a Jungkook sobre meus gostos particulares e ouvir os seus, mas era como se houvesse uma grande barreira que me impedia de falar corretamente com o meu marido. Estaríamos juntos daqui para frente e o mínimo que eu poderia fazer era ser sincero com ele. Jeon tinha razão, eu tinha que lhe falar as coisas que estava sentindo. Entretanto, era novo para mim ter alguém assim tão próximo, nem mesmo minhas irmãs passavam tanto tempo comigo e eu me arrisco a dizer que tinha oito anos quando recebi o último abraço de minha mãe, sem contar que, meu pai era alguém que eu apenas admirava de longe porque me sentia incapaz de lhe alcançar.

Puxei as rédeas de Cine com força quando avistei Jungkook atravessando o portão de ferro, ele cambaleava e segurava o braço, estava ensanguentado. Meu marido havia sofrido um ataque. Desci o mais rápido que pude correndo em sua direção, meu coração falhava batidas.

— Jungkook!

Segurei em seus ombros quando me aproximei olhando seu rosto ferido, ele estava ofegante. Jungkook colocou a cabeça apoiada em meu ombro e me desesperei quando ele foi cedendo, indo para o chão. Agarrei sua cintura. Porém, o seu peso me fez cair de joelhos junto com ele.

— Nana! — Gritei até minha garganta doer e os meus pulmões clamarem por ar. As lágrimas escorriam pelo meu rosto e eu o balançava esperando alguma reação sua. — Nana! — Gritei outra vez.

— T-Taehy. — Jungkook me chamou e eu olhei para ele, estava suado e sujo de sangue.

— Eu estou aqui. — Falei desesperado.

— Me ajude a levantar. — Ele pediu e eu puxei o ar com força, fungando pelo choro e me pondo em pé. Jeon se apoiou em mim e eu me curvei de leve pelo seu peso. — Vamos para dentro. — Afirmei caminhando com dificuldade. Deixei Cine para trás e fui em direção ao casarão enquanto minhas pernas tremiam e o ar quente que saía da boca de Jungkook me deixava em pânico.

— Nana! — Gritei quando entramos em casa, a beta apareceu as pressas colocando a mão na boca. — Me ajude, Nana! — Ela correu chamando alguns empregados que subiram as escadas com Jungkook o colocando sobre a cama, corri ajudando-os com os panos molhados.

— Chame um médico. — Falei desesperado.

— Não há necessidade, Nana, apenas mandem chamar Namjoon. — Jungkook falou respirando fundo.

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