— Não!
Certo, eu poderia me considerar uma pessoa que perdeu o juízo. Talvez eu tenha me tornado ousado, e com certeza eu irritei muito Jungkook, mas eu não podia simplesmente ficar de boca fechada enquanto ele insistia em sair depois de ter sofrido um ataque. É verdade que eu poderia ter dialogado de forma calma com ele, mas Jeon parecia decidido demais, a ponto de que precisei me colocar em frente a porta de saída, assim bloqueando o seu caminho, visto que ter me negado a ajudá-lo no banho e com suas vestes não foi o suficiente.
Ele massageou as têmporas e respirou fundo.
— Céus, Taehyung! Eu preciso sair.
— Você sofreu um ataque ontem, precisa ficar em casa e descansar. — Continuo impedindo sua passagem, mas parecia que nenhum de nós estava disposto a ceder. Ele apertou os olhos e eu levantei o queixo.
— Saia da minha frente.
— Não! — Rebati. Eu estava perdido, ele me mandaria de volta para casa.
— Senhor Jeon. — Nana interviu. — Seu esposo tem razão, deve descansar pelo menos por hoje.
Ele olhou para beta e suspirou voltando a olhar para mim.
— Por favor, Jungkook. — Pedi enquanto minhas sobrancelhas se juntavam. — Descanse, por favor.
Meu marido jogou todo o ar para fora dos pulmões colocando o cabelo para trás usando suas mãos, seus músculos se contraíram e ele virou as costas voltando a subir as escadas. Arregalei os olhos surpreso, alfas não cediam as coisas. Olhei para Nana que fez um gesto com a cabeça para que eu o seguisse e eu corri atrás dele ignorando meus pés desastrosos. Parei em frente a porta do seu escritório e quase gritei quando senti uma mão em meu ombro. Era Nana, ela sorriu amavelmente me entregando um pequeno pires com pudim.
— É o favorito dele. — Suspirei agradecido e entrei depois de uma única batida sem esperar retorno.
Jungkook estava debruçado entre papéis, então caminhei até sua mesa e coloquei o pudim sobre a mobília. Notei quando ele olhou de relance para o mesmo e depois para mim, eu tentei dar o meu melhor sorriso, mas ele não pareceu convencido com isso.
— Está tentando me comprar com um pudim? — Suas sobrancelhas arquearam e eu fechei os olhos colocando os braços para trás do corpo, entrelaçando os dedos.
— Jungkook, eu sei que você não queria ficar na cama, mas você tem que descansar pelo menos por hoje. — Eu disse, e seus dedos fizeram um barulho contra a madeira, ele bufou como uma criança mimada.
— Preciso resolver coisas a respeito do ataque, saber quem está por trás, se só atacou a mim ou alguém mais da guarda real que está descansando em sua casa. Outras pessoas podem estar em perigo.
— Mas, jungkook! — Falei, olhando em seus olhos. — Eu sei que você está acostumado com ferimentos graves e pouco descanso mas... Eu... Eu iria ficar muito preocupado! Eu estou muito preocupado com você! — Arregalei os olhos quando percebi o que eu havia acabado de falar. Não planejava dizer tudo daquela maneira mas ele tinha que entender o meu lado também.
Os lábios de Jungkook se abriram levemente, ficando em um silêncio mortal. Apertei meus dedos sentindo as unhas machucarem minhas mãos. Eu queria sair e não vê-lo pelo resto do dia, mas quando eu estava prestes a sair, ele se levantou, vindo rápido em minha direção, me puxando pelo o braço, não me dando tempo para pensar no que estava acontecendo.
E me beijou.
Jungkook me beijou.
Ele me beijou de uma forma diferente, impondo toda sua presença, me fazendo segurar seus ombros com medo de cair. Ele tomou conta da minha boca com a sua, agarrando-me forte. Eu sentia minhas pernas virarem gelatina e a minha mente ficar vazia. Duro e apressado. A minha pele formigava e meu corpo esquentava onde suas mãos pressionavam. Minha visão estava turva. Jungkook rosnou rente a minha orelha e se ele não estivesse me segurando, eu já teria caído de joelhos.
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Dote
FanfictionA família Kim aceitou o dote oferecido pelo misterioso filho da família Jeon, o rapaz desejava Kim Taehyung e mesmo ele tendo irmãs para ficarem comprometidas em seu lugar, Jungkook havia o escolhido.