Capítulo 9

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— Taehy...

Acordei com Jungkook me chamando, abri os olhos o vendo com o rosto cansado. Há dias ele me chamava de manhã e eu ignorava os seus diálogos, eu não queria conversar com ele, não queria conversar com ninguém. O meu peito doía tanto que tudo que eu queria era ficar encolhido sobre os lençóis e fingir que eu não existia até passar a não existir. Não sabia o que estava acontecendo comigo, primeiramente, achei que eu estava doente, mas a verdade era que eu estava apenas profundamente triste.

— Por favor, Taehy, fale comigo. — Deixei lágrimas quentes escorrerem, mas não o respondi. Eu não queria falar, não tinha forças, não conseguia me levantar ou comer, não tinha apetite ou ânimo.

No dia anterior, Jungkook tentou me animar de todas as maneiras, mas eu não lhe dei resposta positiva. Ele até mesmo engoliu o seu orgulho de alfa e Jimin foi me visitar, mas nem meu melhor amigo foi capaz de me tirar do abismo que eu continuava caindo, e eu me neguei a vê-lo. Jungkook não insistiu, ele apenas deitou comigo e me abraçou enquanto afagava os meus cabelos. Sua testa encostou no meu ombro e eu me encolhi, não queria contato. Já havia passado alguns dias, mas parecia que o tempo só estava piorando a minha dor. Eu estava tão deplorável a ponto de Jungkook precisar me carregar para me dar banho. Eu estava como um boneco sem vida. Ele segurou nos meus ombros, me levantando e eu encostei minhas costas na cabeceira da cama, então ele aproximou uma colher de sopa, mas eu virei o rosto me recusando a comer.

— Por favor coma, você não está se alimentando direito, vai adoecer. — Olhei para meu marido, algumas lágrimas escaparam do meu rosto e ele as enxugou com pressa.

— Amor, não chore. — Meu coração pareceu despedaçar quando ele me chamou daquela maneira. — Por favor, apenas um pouco. — Derrotado, eu entreabri os lábios deixando-o me alimentar.

— Eu sei que está triste, mas não faça isso comigo. Não posso mais vê-lo assim, me diga o que eu posso fazer para lhe fazer ficar melhor. Conversa comigo para eu lhe ajudar. — Ele sussurrou enquanto olhava nos meus olhos. — Me diga o que te fará feliz e eu te darei. — Ele segurou nos meus braços encostando nossas testas, fechei os olhos me mantendo em silêncio. — Eu farei qualquer coisa. Está ouvindo, Taehy? Mas fale comigo.

Eu estava o machucando porque estava machucado. Funguei afirmando com a cabeça e procurando consolo em seu abraço. Jeon me embalou sobre ele.

— Não quero mais vê-lo apenas dormindo. — Segurei o tecido da sua camisa deitando o meu rosto no seu ombro, sendo embalado pelo cheiro e carinho dele. — Vamos, amor, me deixe cuidar de você, me deixe te amar até você conseguir amar a si mesmo.

Jungkook foi falando aquelas coisas daquela maneira que fazia meu coração se entregar para ele por completo. Afirmei sentindo-o me apertar contra os braços suspirando aliviado. Jeon segurou meu rosto, o levantando do meu esconderijo e buscou os meus lábios. Eu deixei que ele me beijasse. Seus lábios pareciam curar minhas feridas, tão delicados. Era como se ele beijasse até sarar. Ele se deitou me colocando em cima de si, onde eu podia ouvir seu coração bater loucamente.

— Seu coração está batendo rápido. — Sussurrei.

— Ele sempre fica assim perto de você. — Fechei os olhos quando seus dedos se embaralharam nos meus cabelos em um cafuné reconfortante.

— Como você soube sobre mim? — Perguntei. Jungkook estalou a língua.

— Eu recebi uma carta anônima antes de me casar com você, ou lhe conhecer, então fui até seus pais. Entretanto, quando eu questionei, sua mãe passou mal e seu pai se recusou a explicar o que havia acontecido e se a carta dizia a verdade. Eu comecei a suspeitar que havia algo de errado. Nela falava sobre uma joia que era escondida entre as pedras.

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