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Quando colocamos algo que queremos muito na cabeça, é difícil tirar. Eu estava pensando em como conversar com o meu pai, enquanto minha mãe estivesse fora de casa. Mas o problema, é que eu não tinha decidido como comentar esse assunto com ele, mesmo estando a caminho da minha antiga casa.

– Ji, para onde estamos indo? - Bina, que estava em meu colo, perguntou.

– Hoje nós vamos até a minha antiga casa, princesa. Vou conversar um pouco com o meu pai, tudo bem pra você? - Olhei em seu rosto, a vendo confirmar com a cabeça e abrir um largo sorriso. Estava animada para conhecer o vovô, como ela mesma disse.

Cheguei e, o lugar parecia vazio. Mas sempre ficava desse jeito quando minha mãe saía e meu pai se trancava no escritório. Eles tinham voltado de viagem fazia pouco tempo, então passariam umas duas semanas aqui em Seoul.

Coloquei Bina no chão, a guiando até o meu quarto para que ficasse brincando com alguns dos meus brinquedos antigos que eu deixava por ali. Ela amou um urso de pelúcia que eu tinha o costume de chamar de Melzinho.

Fui até o escritório do meu pai, batendo na porta três vezes seguidas. Ele apareceu na porta, com uma feição surpresa ao me ver.

– Meu filho, que bom te ver por aqui. - Veio até mim, me dando um abraço apertadinho. Ele pareceu feliz ao me ver, mas eu não consegui retribuir seu sorriso quando ele olhou fixamente para o meu rosto. Ainda estava bastante decepcionado com suas atitudes. - Aconteceu alguma coisa? - Pareceu receoso ao perguntar.

– Eu vim conversar com você sobre a minha mãe. Ela me contou tudo. - Ele fechou a expressão, engolindo em seco.

– Vamos nos sentar ali. - Apontou para o sofá da sala, que ficava na frente do seu escritório. O cheiro do meu pai pareceu se alastrar pelo cômodo, evidenciando que ele estava tenso. - Então, me diga o que quer dizer.

– Você não acha um absurdo trair a minha mãe, ainda mais com ela no mesmo lugar em que está a traindo?! - Bradei, ele suspirou alto e se esticou para pegar um copo e a garrafa de uísque que ficavam em uma mesa no canto do sofá. Derramou o líquido no copo, guardando a garrafa em seguida. Meu pai não tinha muito o costume de beber, mas sempre disse que quando fazia, era para desestressar.

– Sua mãe vive no meu pé. Eu já me cansei da sua insistência e, é um absurdo ela ter mentido pra você desta forma. - Arregalei os olhos, surpreso. Minha mãe tinha mentido para mim? - Eu não tenho amantes, e mesmo se tivesse, eu jamais levaria algum para onde ela estivesse.

– Você já pensou em se divorciar da mamãe? - Ainda aflito, perguntei. Agora eu estava confuso, quem estaria mentindo naquela história toda?!

– Claro, eu insisti nisso por muito tempo, mas ela me disse que faria mal para a sua cabeça e eu aceitei ficar com ela. Eu nunca a amei da mesma forma que ela me ama, filho. Eu sei que pode doer nela, mas eu não posso me forçar a amá-la. E acredite, eu tentei. - Ele tomou o último gole do seu uísque, colocando o copo sobre a mesinha novamente. Uma de suas mãos veio de encontro ao meu ombro, fazendo uma breve carícia. - Se algum dia eu conseguir me separar da sua mãe, saiba que eu não a amei, mas você sempre será meu filhote. Eu te amo, apesar de tudo.

– Eu também te amo, pai. - Inclinei meu corpo para abraçá-lo e, mais uma vez o abraço entre mim e um dos meus pais, foi impedido por uma criancinha curiosa.

– Ji, desculpa não ter ficado no seu quarto como você pediu. É que eu queria conhecer meu outro vovô. - Bina me olhou de baixo, sorrindo pro meu pai logo em seguida.

– Oh, por quanto tempo eu fiquei fora?! Tive uma neta e nem estava sabendo! - Meu pai sorriu animado, pegando a garotinha no colo e a apertando no meio do nosso abraço.

The only virgin Jjk+PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora