Capitulo 12

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— Bom dia Mi. -disse Katie sorrindo pra mim ao chegar em minha casa. Viemos direto para o cantinho.-
— Bom dia Fá.
— O que?
— Dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó
— Infantil.
— Diz a que rola na grama em dia chuvoso igual cachorro.
— Para, você também gosta disso. -lançou um olhar com um misto de fúria com brincadeira pra mim.-
— Hoje sou eu que tive uma ideia diferente de passarmos o tempo juntos. -eu disse-
— E o que é?
Levantei do chão, saí, e surgi novamente com uma cesta na mão.
— Piquenique.
— Amei a ideia!!
— Trouxe vários lanchinhos e uma toalha para forrar o chão.
— Obrigada Mi.
Comemos muito, um pouquinho de cada coisa que eu havia levado, tinha bolo, panetone (era final de ano), bolachas, bolinhas de queijo, sucos e café.
— Eu amo café. -disse Fá-
Acabando de comer, empurramos todas as coisas pra fora da toalha para que pudéssemos deitar, um ao lado do outro olhando as lindas nuvens no céu.
Mas a mais linda mesmo era ela, olhei pra ela enquanto ela encarava o céu. De verdade, acho que nunca vi criatura mais bonita. Seu nariz era bem pequeno, pontudinho. Suas bochechas se coravam com o calor do sol, dando uma impressão de vida e saúde. Seus olhos, não irei nem falar sobre eles. Já falei tudo o que tinha pra falar a respeito do efeito que ele causa em mim. Seus cabelos com algumas ondas soltas com vida própria. Sua boca era carnuda e macia, os detalhes dela eram tão lindos, depois dessa sessão de inspeção pelo seu rosto, senti uma vontade tremenda de beija lá de novo. Isso parecia tão certo, mas também tão errado. Encarei sua boca por tanto tempo que passou a olhar pra mim e fazer o mesmo, olhava meus olhos e minha boca de pertinho, assim, deitados como estávamos à luz do sol.
Senti-la  se aproximando de mim, eu sabia que ia acontecer de novo e eu queria. Queria tanto isso. Queria tanto ela.
Ela se sentou ao meu lado, continuei deitado.
Ela se encurvou para me olhar mais de perto e começou a acariciar meu rosto, com as mãos leves sobre mim, o seu toque me fazia perder o fôlego.
Fez carinho em minhas orelhas e em meu cabelo, passou a descer pelo meu pescoço e parou na gola de minha camisa. Continuou fazendo carinho em meu pescoço e eu sentia cada minúscula partícula de meu corpo se arrepiar. Ela ficava a todo instante, olhando em meus olhos.
Eu puxei ela pra mim até nossos narizes se encostarem e nos olharmos mais de perto ainda. Fingi ir beija-la e esquivei, levantei e sai correndo dizendo
— Só se você me alcançar.
— Inacreditável.
Saímos correndo um atrás do outro, ela tentando me alcançar e eu fugindo dela. Falhei miseravelmente, ela me segurou e caímos, saímos rolando um ao outro pela grama do quintal, quando paramos ela estava em cima de mim, e disse baixinho:
— rá, peguei você.
— Sem graça.
Nossos olhos se perderam juntos novamente, como se os dois se puxassem e não deixasse nós sairmos.
Foi quando vi meus olhos se fechando e os dela também, e aos poucos, nossas bocas se tocando.
Como sempre, um ciclo vicioso quase impossível de escapar. Estava viciado naqueles olhos, naquela boca e nela por completo. Talvez não houvesse mais escapatória disso aqui. Sinto que ela sente o mesmo por mim todas as vezes que isso acontece, mas as vezes ações dela não demonstram muito isso e fico confuso. Já pensei sobre me declarar, mas de novo eu não sei o que ela sente sobre mim, a dor de termos que viver assim é sofrida, mas o medo de perder ela de vez até mesmo na amizade é maior que isto. Talvez seja melhor esperar, vai que um dia nosso momento chegue. Só queria uma resposta dela, precisava de algo que me mostrasse que ela também sentia o mesmo, mas nós dois sempre fomos medrosos para demonstrar sentimento. É melhor eu não fazer nada, pelo menos por enquanto, um dia eu contarei a ela, em um dia que eu não esteja aguentando mais guardar isso para mim. Só Deus sabe o que acontecerá após isso, mas não irei me preocupar já que isso está longe de acontecer.

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