Capitulo 11

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Os últimos dias foram estranhos.
Me senti sozinho sim por um tempo, triste.
Mas definitivamente o sentimento que mais tem tomado conta de mim é confusão.
Minha tia e Katie tem diminuído suas visitas em nossa casa, mas ainda aparecem por aqui umas 2 vezes na semana. Aparentemente, pelo o que fiquei sabendo, Katie está morando com tia Aurélia aqui na cidade perto de nós, os pais dela, os William's, resolveram ficar alguns meses em Portugal, estão pensando em se mudar para lá e precisam desse período de adaptação antes de levar a filha.
O motivo de minha confusão, que tem causado um extremo conflito entre meus pensamentos, é que um dia Katie não dá a mínima pra mim, e no outro fica muito, muito, próxima.
Nos beijamos outros dias depois do dia que ela disse que não significava nada. A maioria das vezes foi debaixo da chuva, após uma maratona de corrida pela grama molhada, intercalávamos beijos com os passos de dança. Era sempre ela que iniciava, e eu claro, deixava.
Eu me lembro perfeitamente do dia em que eu disse que seguiria em frente e não ligaria para quem não está nem aí pra mim, mas ela é diferente do que eu achava. Talvez eu esteja errado, talvez ela esteja só brincando com meu coração, mas a pior parte é que eu não me arrependo. Cada vez que nossos lábios se encontram, minha vida se torna mais colorida e com vida. Tem dias que ela chega emburrada e não quer conversa, eu não a forço. Tem dias que ela explode e fala que não quer mais ficar assim, que eu e ela não podemos ter nada (ainda não entendi o porquê não poderíamos ficar juntos) e que aquilo ainda não significava nada, éramos apenas amigos. Eu ficava com medo quando ela dizia isso, ela estava negando a mim e ao meu amor, mostrava que não me queria mais, e durante meu processo de superar aquilo, ela aparecia e acontecia de novo.
A gente se beijava de novo.
E a cada beijo e a cada olhar dela eu me deixa levar de novo. E eu ficava confuso, de novo. Talvez isso esteja roubando todas as minhas energias e o que eu mais pense durante meus dias seja isso. Não que eu ache muito ruim pensar nela, mas, é ruim pensar que ela só esteja brincando comigo e que talvez mesmo depois de tudo isso ela me rejeite e eu sofra sozinho, de novo. Como em todas as vezes que ela me fala que não quer mais, mas o ciclo se repete, de novo. É como se nossos lábios procurassem o caminho um ao outro, e eles sempre. Se encontravam.
Eu não aguentava mais tantas dúvidas e confusão em minha cabeça, eu não tinha com quem conversar já que a única amiga que tinha era ela. Uma vez li uma frase assim: "Se não virar amor vira poema."
Mas como eu não sei fazer poemas, comecei a escrever cartas de amor endereçadas à causa do meu amor. Endereçadas a ela. Mas eu jamais lhe entregaria alguma delas, nunca me abri a respeito dos sentimentos que sentia por ela por completo medo de acabar nossa amizade ou me humilhar demais para ela e ficar estranho. Então, para evitar frustrações eu só fiquei calado, e as palavras que deveriam ter saído da minha boca, saíram pelas pontas de meus dedos passando para a ponta da caneta e para a folha em branco à minha frente.

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