Capitulo 10

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    O relógio batia 8 da manhã quando minha tia e Katie chegou em minha casa, já fazia 2 semanas que elas nos visitavam todos os dias sem faltar. Depois do que aconteceu entre mim e ela, talvez elas diminuam agora, o que pra mim é uma péssima ideia.
— Bom dia Mi. -disse Katie entrando na casa, eu estava no café da manhã na cozinha.-
— Eu ainda acho esse apelido horroroso, mas, bom dia.
— Não importa, continuarei te chamando assim. -disse ela dando as costas pra mim.-
Ela foi em direção ao nosso lugar e eu corri atrás dela com um pão numa mão e na outra uma xícara de café.
— Ei aonde vai? -perguntei-
— Você sabe aonde. -disse ela.-
Sentamos na grama do mesmo local de antes (esse lugar é definitivamente nosso agora que temos tantas memórias aqui).
— Por que você não terminou o café antes de vir? Não precisava vir atrás de mim, eu sei me cuidar sozinha.
— Eu sei que sabe, mas eu não sei.
— Você é um bebê no corpo de um adolescente de 16 anos Miguel.
— E você uma idosa no corpo de uma garota de 15.
— Justo. -ela disse-
— Não deveríamos conversar sobre ontem? -soltei, já que não conseguia parar de pensar naquilo.-
— Conversar sobre o que? Somos amigos. Amigos que tiram a curiosidade um do outro.
— Sim, mas
— Não passou de um beijo Miguel, não foi nada, pode agir normalmente. -ela me interrompeu-
— Tudo bem. -eu disse mordendo um enorme pedaço de pão de uma vez pra ver se engolia minha vontade de gritar e cuspir muitas palavras pra ela sobre o que aquilo significou pra mim. Mas quer saber, talvez eu seja iludido demais. Devo parar de dar valor para pessoas que não querem saber de mim. Irei fazer o possível para esquecer essa garota e aqueles olhos estúpidos, talvez eu deva arrancar meus próprios olhos, assim não conseguiria mais olhar para os dela. Isso já evitaria muita coisa, principalmente a parte em que me perco totalmente de mim mesmo e fico hipnotizado nela.
Não toquei mais no assunto com ela, e o resto do dia foi fingindo que nada aconteceu falando sobre assuntos banais. O silêncio que ficava entre a gente muitas vezes me dizia tanta coisa que eu não conseguia distinguir o que era, ele cuspia tantas coisas pra mim, palavras inaudíveis que tentavam me dizer o que fazer. Mas não tinha nada a fazer, aquilo foi um erro, e agora eu sei disso.

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