7| A festa

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ㅡ Que cara é essa, Diana?! Eu me esforcei pra  conseguir isso! ㅡ cruzei os braços, irritada.

Diana se vestia ainda calada.

ㅡ Diana? ㅡ a chamei novamente e ela suspirou, me olhando.

ㅡ Sério? Meia noite a gente volta?

Franzi o cenho.

ㅡ Queria o quê? Que eu pedisse pra voltar de manhã? ㅡ perguntei incrédula ㅡ Você deveria me agradecer.

Ela bufou e voltou à se vestir. Levantei de sua cama, indo até a porta.

ㅡ Você vai comigo.

A olhei por cima do ombro.

ㅡ Eu?

ㅡ É! Você acha que ela não vai desconfiar? O que eu menos quero, é que ela me proíba de tudo. E a minha única desculpa plausível pra sair, é com você do meu lado, não quero desperdiçar isso.

Suspirei olhando para o teto.

ㅡ Que merda! ㅡ bati as mãos no quadril ㅡ Eu só quero dormir!

ㅡ Você dorme quando chegar.

ㅡ Eu tenho trabalho e faculdade, Diana.ㅡ tentei fazer com que ela me deixasse em paz.

ㅡ Amanhã é sábado.ㅡ me refutou e eu engoli a raiva ㅡ Vamos, irmãzinha! Se anime!

Bufei abrindo a porta e saí sem dizer nada. Ela sabia que tinha vencido, então nem adiantava falar mais nada.

Fui até meu quarto e comecei à procurar algo ao menos decente para um festa de uma garota de dezoito anos.

Peguei um vestido preto, curto e com brilho. Coloquei uma jaqueta por cima, já que aqui fazia muito frio durante a noite, e eu não queria voltar com um resfriado.

Calcei as botas, ajeitei meu cabelo e fui tentar fazer algo em meu rosto. Eu não estava com paciência para me arrumar, mas também não podia ir toda largada.

Após isso tudo, desci vendo que Diana já me esperava para falar com Elsa e pedir o carro emprestado.

ㅡ Mãe...ㅡ Elsa estava sentada no sofá, assistindo televisão ㅡ Podemos usar o carro da senhora? Assim dá pra chegar no horário.

ㅡ Chamem um táxi. Não quero meu carro no meio de festa de jovens imprudentes.

ㅡ Mas...ㅡDiana tentou falar, mas Elsa a interrompeu.

ㅡ Não.

ㅡ Tá, sem problemas. A gente chama um táxi.ㅡ falei pra evitar mais confusões.

Elsa estava chateada, por isso não liberou o carro, e eu é que não iria irritá-la ainda mais.

ㅡ Tome conta da sua irmã. ㅡ murmurou e eu segurei a vontade de revirar os olhos, antes de fechar a porta.

~~

A festa era realmente pior que uma boate qualquer.

Haviam jovens bebendo e misturando  todo tipo de bebida alcoólica, assim como o cheiro de maconha pairava no ar. Haviam garotas com roupas curtíssimas dançando e se roçando nos outros.
A música estava tão alta que minha cabeça doía.

Eu não dava nem duas horas pra isso daqui dar problema.

Vi Viviane de longe, sentada no colo de Victor, mais um dos amigos de Diana que de alguma forma, haviam se tornado os meus. Mas eu não os considerava meu amigos, já que mal nos falávamos.

Ele estava usando boné, e estava sem camisa, mostrando suas inúmeras tatuagens. O cigarro na boca e um copo de cerveja na outra, indicavam a sua idade, que era em torno de vinte à vinte de cinco. Não que isso fosse um indicativo de idades mais avançadas, levando em conta que pessoas de menores bebiam e fumavam... Mas não de forma tão explícita.

Olhando todos eles, eu só me imaginava como uma jovem estranha. Para eles, eu é quem era a diferente.

Fiz careta ao pensar nisso, mas logo desmanchei ao ver Diana se animar do meu lado.
Ela deu alguns pulinhos e quando menos pensei, ela já estava com um copo na mão.

Segurei seu braço, antes de chegarmos ao meio do tumulto.

ㅡ Diana, nada de se embebedar.

Ela puxou o braço, revirando os olhos.

ㅡ Temos apenas algumas horinhas, sério que você vai ficar parecendo uma velha de cinquenta anos?

Semicerrei os olhos.

ㅡ É assim que você quer que nossa mãe deixe você sair? Vai voltar cambaleando, e eu não vou esconder nada dessa vez!

Ela bufou bebendo do seu copo vermelho e depois me olhou novamente.

ㅡ Aproveita, Penelope. Você tem dezenove anos ainda.

Levantei as sobrancelhas.

ㅡ E você tem dezessete!ㅡ rebati ficando cada vez mais irritada ㅡ E nada de drogas, Diana! Ouviu?!

Ela abanou a mão igualzinho nossa mãe, e saiu antes que eu pudesse a segurar.

ㅡ Oi, Penelope! ㅡ me virei vendo Day com um garoto de cabelos castanhos e cacheados ao seu lado, e uma garota de cabelo preto e curtinho, com algumas tatuagens no braço direito ㅡ Esse é Davi e essa é Rebeca.

ㅡ Ah! Oi, Day.ㅡ sorri sem jeito e o garoto já foi passando o braço por meu ombro.

ㅡ Vem, vamos nos divertir, Venelope! ㅡ falou embolado.

ㅡ Davi! ㅡ Day se aproximou, tirando o braço dele de cima de mim ㅡ A gente já volta!ㅡ falou arrastando Davi para longe.

Rebeca me puxou para longe deles, me levando para a mesa de bebida.

ㅡ Ele tá bêbado, relaxa.ㅡ me olhou de cima a baixo ㅡ Gostei do vestido.

Me ofereceu um copo que eu não sabia do que era.

ㅡ Obrigada. Gostei das tatuagens.ㅡ apontei para seu braço e peguei o copo ㅡ O que é? ㅡ franzi o cenho para o líquido transparente.

ㅡ Valeu! ㅡ pegou sua bebida ㅡ Bebe que você vê.

Esperei ela beber primeiro e depois bebi. O líquido queimou minha garganta, me fazendo fazer uma careta e querer tossir.

Rebeca riu pegando o copo da minha mão.

ㅡ Primeira vez?

ㅡ Não sou de beber.ㅡ respondi ainda sentindo o gosto amargo em minha garganta.

Antes de Rebeca terminar de falar, a mesa ao nosso lado, a qual estava cheia de bebidas, foi arremessa para longe.

Dois caras estavam se esmurrando e a música já havia parado. Rebeca me puxou para longe da confusão, que foi aumentando mais e mais.

ㅡ Caralho! ㅡ escutei ela xingar.

Mas meus olhos estavam procurando por Diana no meio da festa.

~~
M

aratona 2/4

Um Acordo ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora