19| Dennis

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Penelope havia terminado de comer. Até seu humor parecia ter melhorado.

Ela olhou para a praia, se distraindo com o som do quebrar das ondas. Seu cabelo estava roçando levemente em meu braço, e não me contive de levar minha mão até ele.

Me encostei na cadeira, passando um braço atrás dela e mexi em suas mechas castanhas e sedosas.

Ela se virou um pouco surpresa e depois olhou para minha mãos, corando adoravelmente. Seus olhos eram de verde bem clarinho, que a deixavam ainda mais bonita do que já era.

Analisei seus traços delicados, seu nariz arrebitado, o queixo pontudo e os olhos levemente puxados. Tudo nela era perfeitamente desenhado e leve.

Ao perceber meu olhar, Pen me olhou. E para a minha surpresa ela sorriu sem mostrar os dentes, deixando a sua única covinha do lado esquerdo aparente, e baixou o olhar ainda como as bochechas vermelhas.

Ela sorriu.

Pisquei algumas vezes, um pouco perdido. Pela primeira vez eu me senti atentado dessa forma.
Parecia até um pecado olhar dessa forma, e ter esses pensamentos impuros.

Penelope não parecia ser as mulheres que eu pegava, mas tinha muita coisa da menininha que um dia eu vi na fazendo do meu pai, assustada, e grudada na barra da saia da mãe.

Pen não se lembrava, mas eu ainda tinha seus rosto gravado em minha mente, apesar da gente nunca ter se falado, já que minha mãe me privava de muita coisa.

E agora, ela estava ligada à mim.

Eu teria que saber lidar com isso e me controlar.

Com cautela, mas sem conseguir hesitar muito, inclinei seu queixo e vi seus lábios, perfeitamente desenhados, entreabertos.

Vi uma expectativa e surpresa em seu olhar, e então, me inclinei selando nossas bocas, em um selinho suave e demorado.

E embora eu quisesse agarrá-la, não iria me aproveitar dela. Me afastei devagar, depositando mais alguns selinhos e depois sorri sem mostrar os dentes.

ㅡ Está tarde, Pen. Quer ir pra casa? ㅡ ela me encarou por alguns segundos como se não soubesse se parava por aqui ou não. ㅡ Não se preocupe com isso... Irá se repetir. ㅡ falei colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

O rubor tomou conta de sua face, aumentando meu sorriso.

ㅡ Ah... Tudo bem.ㅡ ela falou, desconfigurada.

ㅡ Certo, já volto.ㅡ levantei indo pagar a conta, e depois voltei a levando até minha moto.

~~

Parei em frente à sua casa.

Penelope desceu, ajeitando a maldita saia curta, e depois pediu minha ajuda para tirar o capacete, tirei o meu também.

ㅡ Obrigada, Den... Mais uma vez.ㅡ ela sorriu fraco.

Ela parecia ficar nervosa quando eu a encarava, e eu gostava disso. Umedeci os lábios e liguei a moto.

ㅡ Até mais.ㅡ sua voz foi baixa ㅡ Espero te ver mais vezes.

A olhei colocando minha língua na parte interna da bochecha, e com uma expressão cínica, falei:

ㅡ Você vai.ㅡ inclinei de leve a cabeça ㅡ Até mais, pequena.

Ela hesitou um pouco antes de se virar.

ㅡ Pode entrar, eu espero.ㅡ falei e ela assentiu se virando para entrar, mas antes, de maneira ousada e para a minha surpresa, ela veio até mim e depositou um beijo carinhoso e sem malícia em minha bochecha.

Depois saiu, sem querer ver minha reação.

Só sai com ela já estava dentro de casa.

Um Acordo ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora