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QUANDO O CHAPELEIRO FALOU "A praia, a utopia", logo percebi que ele não estava brincando. No meu primeiro jogo, onde simplesmente decidiram que fariam um teste pra ver se eu podia ser membra executiva, foi em em estúdio de balé gigante do centro, eu lembro de sorrir fraco quando vi a arena, foi um cinco de ouros. Embora exigisse alguma experiência física, era um jogo de lógica. O ponto é, aquele lugar era uma completa fuga da realidade, eles criaram um lugar onde todos tinham um nível de liberdade tão absurdo que acabavam não ligando pros jogos absurdos ou pro fato do Chapeleiro parecer ter criado um exército de loucos doidos por adrenalina. Nos últimos dias tinha me aproximado de Chishiya e Kuina, os quais pareciam ser os únicos sensatos ali, exceto talvez por Ann, ela era elegante e inteligente, eu gostava dela.

Eu não gostava de ir pras festas distintas que rolava todos os dias, embora de vez  em quando gostasse de beber um pouco, aquelas pessoas estavam só usando daquela filosofia barata de "viva cada dia como se fosse o último" como desculpa, mesmo que realmente, nesse lugar, cada dia podia ser o último. Era um paradoxo interessante. Pensei sobre isso enquanto me alongava.

- É um daqueles dias - Resmunguei, movimentando meu pé como se estivesse com uma sapatilha de ponta - Dia de jogo - Segurei meu pé, o levando até a cabeça como fazia antes de um treino de balé, olhando pra Chishiya na minha frente enquanto ouviamos os outros gritarem sobre a nova arena de jogos encontrada com animação, o que era um pouco doentio. O loiro me observava atento, acentiu de leve, estava com o capuz do casaco enquanto eu estava com meu casaco amarrado na cintura. Deixei meu pé cair na parede, a centímetros de onde ele estava encostado - É bom se preparar, não acha? - Fiz uma pergunta retórica enquanto ele só me olhou de cima a baixo e arqueou as sobrancelhas segurando um sorrisinho ao me olhar de novo, o que me fez soltar um sorrisinho de lado.

- Ei, vocês! - A voz de Kuina chamou nossa atenção, me fazendo descer meu pé ao chão outra vez - O que tavam fazendo? - Ela disse se aproximando.

- Ouvi dizer que temos novatos - Disse Chishiya, mudando completamente de assunto.

- Sabe quem são? - Perguntei logo em seguida. Eles sabiam que eu ainda procurava por Arisu, embora Kuina nem soubesse quem ele era, eles só sabiam que eu tava procurando alguém.

Todo mundo a nossa volta começou a gritar animados pro Chapeleiro e eu só me encostei na parede cruzando os braços ao lado de Chishiya.

- Colegas! - O chapeleiro chamou a atenção pra si, fazendo a multidão o ouvir antentos - Chegou a hora novamente. Não vacilem! Essa é uma guerra contra o medo! Todos aqui tem coragem pra superar seus obstáculos.  Todos aqui... Agora são um só! - Ele exclamou - Temos que nos unir e coletar todas cartas... E voltarmos pro mundo antigo juntos! E... - Ele fez uma pausa dramatica - Esse dia está próximo! - Isso fez todos aplaudirem e gritarem - Vamos! - Gritou por último antes de sair da sacada.

- Entrem nos carros com seus números! - Um cara gritou no meio do povo.

- Jogos diferentes - Olhei o papel com meu número e olhei pra Chishiya.

- Você vai ficar bem - Disse ele, sem me olhar.

- As vezes eu acho que você bota expectativa demais em mim - Sorri de lado de maneira sarcástica, o fazendo me olhar novamente.

- Jesus - Kuina resmungou chamando nossa atenção - Aqueles são os novatos? - Ela apontou com a cabeça e eu me virei pra olhar, mudando de expressão no mesmo instante ao ver quem eram.

LIFE IN DEATH; alice in borderlandOnde histórias criam vida. Descubra agora