A brisa batia fresca e agitava os cabelos em direção ao sul enquanto as long neg de cerveja eram tomadas em um calmo e acolhedor silencio momentâneo. Os olhos dos três contemplavam o por-do-sol iniciando-se no horizonte, deslumbrando-se sobre as cores perfeitas em uma mistura cheia de significados.
Naruto foi o primeiro a suspirar e tocar no assunto que os envolvia: a relação que tinham. Não estava totalmente rotulada, é claro, mas desde a discussão entre Hinata e Sasuke, havia se dado um passo em direção a esse rótulo e por isso se fazia necessário apenas conversarem. Seguindo aquele assunto, calada por vezes, Hinata ouviu as reclamações e colocações dos dois garotos, até que ela finalmente colocou o orgulho de parte e admitiu pela primeira vez um segredo seu que relutou tanto em aceitar:
— não... sinto vontade de estar com outras pessoas. — os olhos dos dois voltaram-se a ela que esboçou um sorriso pequeno, sabendo do choque eles sentiam naquele momento com a admissão culposa dela.
— você foge tanto desses programas... — murmurou Sasuke. Virou um gole de sua cerveja e voltou a encarar o horizonte, mas não frio, pelo contrário, sentia seu coração ligeiramente mais forte.
— vocês são... legais. Acho que... eu passei muito tempo sozinha. Sendo boa sozinha e... acostumada com a... sensação disso. Acho que... perdi um pouco da fé em outras pessoas, ou... em mim mesma. — suspirou e bebeu.
— Acho que... me sinto eu mesmo e mais feliz e completo quando estou com vocês — Naruto disse e Hinata esboçou um sorriso miúdo e encostou a cabeça contra o ombro do loiro, que também sorriu e bebeu.
O rótulo era o sentimento genuíno que estava ali, fosse qual fosse. E então o silêncio reconfortante esteve ali um pouco mais enquanto o roxo misturava-se ao laranja.
— quando estava preste a fazer dez anos, eu enchi a paciência da minha mãe querendo um boneco especial do Killer B. — Naruto quebrou aquele silencio com uma voz macia, baixa e gostosa de ouvir — Ela trabalhava no set de produção do novo filme dele. Era uma das diretoras. Então... ela pareceu ocupada o dia todo e eu achava que seria um dia ruim, que ninguém além da minha babá se lembraria de mim, — sorriu — então a noite, quando eu coloquei aquele dia no topo de pior de todos, fomos jantar no Ichiraku's que era meu lugar favorito, e lá tinha um bolo enorme, amigos, e meu boneco do Killer autografado e me dado pessoalmente por ele. — os olhos azuis brilhavam tão nostálgicos. Uau... eu não dormi naquela noite e tão enérgico e eufórico. Ela meio que... pareceu ser uma super mulher para mim. Anos mais trade, eu pensei sobre esse e outros momentos me dando conta que, ela estava lá, entende? Mas... eu não lembro do meu pai presente. Apenas no meu... aniversario de quinze anos, que foi — riu sem humor — uma merda imensa. Esse, sim, ainda ocupa o top cinco de dias merdas.
Hinata que olhava para o horizonte, voltou seu olhar para Naruto enquanto o ar dos seus pulmões esvaiam-se lentamente ao enxergá-lo cru e com tanto sentimento. Não era um sentimento ruim aquele que estava ali, embora sem dúvidas fosse bem pesado dada as intensas lembranças que o uzumaki gatilhou em cada um deles do próprio passado.
Acontecia que, Hinata havia passado o último ano evitando exatamente aquilo: um contato profundamente intimista com aqueles caras. Porem agora se via diante de motivos, historias, sentimentos marcantes e um passado da qual todos tinham no fim. Ela nunca esperaria, por exemplo, que por de trás do sorriso dócil, bonito e fácil de Naruto, da personalidade cativante e carismática de alguém tão falante, pudesse haver qualquer trauma emocional.
O egoísta acha que apenas ele tem dor... mas todos têm.
Hinata sabia em tese parte do que era um trauma, afinal, era obrigada a fazer terapia desde os dezesseis, quando sua mãe morreu. Ela esteve frente a mais diagnósticos do que poderia contar. Internações então? Ela era uma garota – problema, e sabia, na verdade, sofria com isso, tanto quanto os que estavam a sua volta. Ninguém quer ser um brinquedo quebrado e disfuncional, certo? Ela não era diferente disso. De algum modo, tentar aquela conexão com os dois, agora, não parecia tão ruim, e por um momento, a Hyuuga até pensou que poderia ser alguma resposta de sua mãe para toda a sua súplica e culpa ao tumulo dela.
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Uma proposta e nada a mais
FanficEra para ser apenas uma noite de luxúria e total entrega, mas acabou se tornando um vício. Hinata Hyuuga havia decidido fechar seu coração há muito tempo, tudo ia bem até aceitar um convite de um velho amigo para uma festa. Às vezes um coração gelad...