POV OLIVIA
Aquela cena clichê de fogos de artifícios explodindo, borboletas no estomago... Todos os clichês fazem tão sentido.
Meu telefone começou a tocar no meu bolso, eu não queria atender, eu não queria fazer qualquer coisa que não fosse beija-la.
- É melhor atender. – Ela parou o beijo me sorrindo.
- Tem razão. – Tirei minhas mãos da cintura dela, e quase desequilibrei, ela me segurou. – Meus pais, de vídeo. – Falei com estranheza.
- Deixa que te seguro. – Ela apertou-me firme na cintura.
- Oi mãe. – Meus pais apareceram na tela do celular. – Tá tudo bem?
- Sim, só ligamos para saber se você está bem, já encontrou com a Maite? – Minha mãe perguntou curiosa.
Ela sorriu e me ajudou a me virar, ficando de costas pra ela, meus pais vibraram a ver nós duas perto uma da outra.
- Oi! – Maite respondeu animada.
- Oi Maite, feliz com a surpresa? – Minha mãe perguntou.
- Muito Helena, muito.
- Conversaram? – Meu pai perguntou.
- Sim pai... Gente, estamos ainda conversando. – Disse sem jeito.
- Ah sim, não vamos atrapalhar, só estávamos curiosos, filha, lembre-se não pode ficar muito de pé.
- Daqui a pouco eu sento mãe.
- Por favor, lembra que seu limite é até 30 minutos, e aos poucos aumenta.
- Tá bom. Depois nos falamos está bem? Eu estou bem, de verdade.
- Está bem.
- Só pra finalizar, me diz uma coisa Maite. – Meu pai disse com um jeito divertido.
- Minha filha beija bem?
- MEU DEUS PAI! - Fiquei em pânico com a audácia dela.
- Acabei de dar o melhor beijo da minha vida. – Ela respondeu direta, rindo do atrevimento do meu pai.
- Ai meu Deus, coitada da Olivia ficou vermelha bem! – Minha mãe deu um tapa no ombro do meu pai, arrancando risadas de todos nós. – Filha se cuida, vou desligar antes que seu pai apronta mais.
- Juízo vocês. – Coloquei o celular no bolso. Me virando para frente.
- Você está a mais de trinta minutos de pé mocinha. – Mai roçou o nariz do meu.
- Eu sei, mas é que eu quando sento é difícil levantar.
- Podíamos ter conversado sentadas.
- Fiquei com medo de você sair correndo, precisava estar de pé para tentar te pegar caso fugisse de mim.
- Eu nunca fugiria de você. – Ela começou a mexer em meu cabelo. – Vamos, lá fora tem sofás confortáveis para você ficar, música boa, comida e bebida também.
- E tem o Enrico também. – Disse divertida.
- Como sabe dele? – Ela me perguntou surpresa.
- A Joy me falou sobre ele.
- Olivia, eu juro que eu não fiquei com ele, eu. – Maite parecia com medo de que eu criasse mil e uma teorias na minha cabeça.
- Calma, tá tudo bem... Joy me disse tudo. – Coloquei a mão em seus ombros.
- Eu não quero correr o risco de nos desencontrar de novo.
- Nem eu, fica tranquila. – Sorri tentando tranquiliza-la. - Ela me roubou um beijo, breve. – Se quiser eu fico aqui.
- Porque eu poderia querer isso?
- Será que não vai causar um mal-estar se eu for?
- Minha banda, são todos meus amigos... O mal-estar pode se instalar no Enrico, mas, ao mesmo tempo, ele nunca entende de primeira. E além do mais, quero curtir essa noite do seu lado.
- Ok.
- Sério, quem eu quero está aqui, na minha frente, deixa o Enrico chorar, espernear... Dar o show, enfim.
- Tudo bem, eu vim em missão de paz. – Imitei a cena do filme, começamos a rir.
Mai pegou minha bengala e me entregou, e me deu seu braço do outro lado.
Caminhamos lentamente, do modo como consigo.
Quando saímos no jardim Joy nos olhava atenta, vendo nosso sorriso ela parece ter entendido que tudo deu certo.
Os músicos pareciam surpresos, me cumprimentaram com um sinal mas não pararam de tocar.
- Meu Deus, que demora linda! – Um homem alto, se aproximou dela, quando ele notou minha presença. – Nossa, olha se não é a nossa super-heroína popstar, muito prazer. – Ele disse rindo.
- Olá. – Me desfiz do braço de Mai e estiquei o braço para cumprimenta-lo, ele me puxou com certa força para um abraço.
- Cuidado – Maite disse nervosa.
- Aí, perdão... Eu não vi que estava ainda tão frágil.
- Tudo bem, sem problemas Enrico. – Sorri cordialmente.
- Sabe meu nome? – Ele disse surpreso. – Ela falou de mim para você?
- Sim. – Resolvi embarcar na loucura dele, dava para ver que a Mai queria mata-lo, e ele fica cego, afinal é muito cheio de si.
Maite me encostou em um sofá e pediu para que eu esperasse ela arrumar as almofadas para que eu fique mais confortável.
- Linda, arruma a poltrona para ela, estava pensando em sentar ai com você.
- Ela vai sentar ao meu lado, e aqui cabem só duas pessoas... Fica na poltrona.
- Ok. – Ele me olhou. – Eu sei que a sua amiga se faz de difícil, mas, eu sinto que ela está na minha. Adoro mulheres bravas e ciumentas... Viu só como ela sentiu ciúmes quando te abracei?
- Não percebi.
- Ela morreu de ciúmes de mim. – Ele disse se gabando.
A vontade que eu tinha era de rir, gargalhar.
- Vem. - Ela me deu a mão. E me sentou. – Se sente confortável?
- Sim, está ótimo. – Sorri.
Eles terminaram de cantar, eu os aplaudi. Um por um veio me cumprimentar, foram fofos comigo ao me perguntar como eu estava.
Mai se sentou ao meu lado, enquanto o Enrico se sentou na poltrona solitário. Mas é claro que o galã não ia se dar por vencido, ele colocou a taça de champanhe na mesa de centro.
Se levantou e pegou a poltrona, colocando colado ao lado da Maite,
Eu sei que eu deveria estar insegura, ou brava com ele, mas é que a cara da Mai, está tão engraçada. Fora que me sinto segura com tudo o que nós conversamos, e com os beijos também.
- Eu não sei do que você tá rindo. – Ela falou baixinho.
- Dá sua cara de psicopata estressada querendo mata-lo.
- Meu Deus do céu, que saco.
- Você fica linda nervosa. – Disse no seu ouvido. Ela segurou em minha mão.
- Sua mão está gelada. – Ela disse preocupada.
- Normal.
- Não não, preciso cuidar de você... Miga. – Mai disse olhando para Joy, pode me dar um cobertorzinho para cobrir?
- Claro, vamos comigo está esfriando mesmo e aqui tem muita arvore, deixa mais frio ainda.
- Já volto.
Fiquei ali ouvindo os meninos cantarem, batendo as mãos nas coxas fazendo uma segunda percussão.
Escutei Mai voltando, pela risada gostosa que ela tem.
- Obrigada. – Disse assim que ela colocou a manta nos meus ombros cobrindo meu corpo.
- De nada. - Ela se sentou ao meu lado.
- Está com frio? Se quiser dividimos a manta. – Falei tímida, mas ela sorriu e se juntou a mim, colando seu corpo no meu, buscou a minha mão por debaixo da manta e segurou firme.
A musica parou um pouco para todos comerem e conversar, a comida está ótima, e papo muito animado.
Todos lembrando de historias de show e de momentos de mico, principalmente os da Mai.
- Ei, Olivia. – Enrico me chamou.
- Sim.
- Me conta uma coisa, o que que deu o atentado lá? Foi cobrança mesmo de quadrilha, você tem envolvimento com isso?
- Eu? Não. – Respondi sem jeito, contando que ele entendesse e parasse.
- Mas que cara mais sem noção. – Chavo disse em alto e bom som.
- Ah qual é eu só sou curioso. – Enrico deu uma risada.
- Inconveniente é a palavra. – Maite disse encarando-o seriamente.
- Olha você tá de parabéns, eu vi o vídeo, vazou né? – Ele disse divertido, como quem contava uma piada. – Olha, você foi muito corajosa.
- Não foi coragem, foi uma questão de sobrevivência. Não é algo que eu me orgulhe.
- Mas você já viu o vídeo?
- Eu não quis ver o vídeo.
- Como não? – Ele me interrompeu. - A hora que você pega a arma e atira na cabeça do cara.
- Enrico, na boa, podemos mudar de assunto? – Falei perdendo a pouca pasciencia.
- Ah sim, claro... Mas é que a hora que ele cai para trás, parece coisa de filme! Você matou pessoas!
- CHEGA – Maite deu um grito, assustando todo mundo. – Ela não quer saber disso, ninguém aqui quer, o que importa que ela está viva, está se recuperando.
- Desculpa. – Ele disse espantado, eu admito que também fiquei, ela estava furiosa. – Não está mais aqui quem falou.
- Não está mesmo! Vamos, eu te acompanho até o carro... Pra certificar que você de fato vai embora.
- Que isso Mai.
- Que isso digo eu, não entendeu que eu não quero nada com você.
- Você é só uma mulher difícil Mai, eu sei que vai se render. – Ele tentou passar a mão nos ombros dela, na tentativa de acalma-la e a deixou mais furiosa.
- Cala a boca, não é joguinho de fazer charme. É desinteresse, e eu não estou sendo cruel, você já tentou um milhão de vezes, e eu te cortei em todas então, chega... Eu sou muito educada, muito política, eu faço de tudo para não estourar. Mas não seja sem noção com quem eu amo. Eu perco a minha razão, por favor. Vai embora.
- Mas Mai.
- VAI EMBORA!
- Ei, você não ouviu a Mai não? Vai embora, eu e meus amigos te acompanhamos até o carro. – Chavo disse com cara de poucos amigos se levantando. Fica tranquilo, vamos só te acompanhar, não vamos encostar nesse cabelo cheio de gel.
Enrico não disse nada, pegou o champagne dele e foi embora
os meninos foram com ele.
Olhei para ela, que estava com os olhos vermelhos.
- Calma, ele já foi.
- Desculpa... Eu sei que perdi o controle. – Ela bufou.
- Já passou.
- Eu não quero que nada estrague a memoria dessa noite.
- Não estragou nada. – Sorri tentando tranquiliza-la. – Me dá um abraço? – Ela me abraçou apertado, seu peito pulava de tão nervosa.
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Roma
FanfictionDizem que todos os caminhos Nos levam para o mesmo destino, nos levam a Roma. (ouça: Roma - Maite Perroni)