Cap 01 - Bolsa

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POV S/N 

Sou desperta ao som de meu despertador soando a bela melodia de Crying in the Club de Camila Cabello-Jauregui, umas das minhas artistas favoritas junto de sua esposa, agora produtora musical, Lauren. Me levanto da cama após desligar o despertador e me dirijo ao banheiro fazer minhas higienes matinais. Começo no trabalho às 8h em ponto, mas gosto de estar acordada 2h antes, pra ter tempo de falar com minha mãe, organizar coisas da faculdade e tomar café com calma. 

Como em todas as manhãs, após tomar um banho rápido e escovar os dentes, vou até a cozinha da minha kitnet, preparo meu café e sento comer. Pego o celular já ligando para meu contato de todas as manhãs.

Ligação ON

S/N: Bom dia velha - falo com animação.

Mari: Velha é tua bunda garota - responde a provocação.

S/N: Me ama - digo - eai, como está? - pergunto. Sempre tivemos essa relação e quando meu pai estava vivo era ainda pior, quem visse de longe acharia que estávamos brigando, mas era apenas uma conversa normal.

Mari: Estou com sono já que fui acordada as 06:30h - reclama, mas no fundo sei que ela ama essas ligações.

S/N: Como se você já não tivesse passado café e estivesse sentada na área com o Ferrugem - Ferrugem era o nome do cachorro que eu tinha dado pra ela, o pequeno fila brasileiro tem sido companheiro da minha velha. Insisti que ela se mudasse pra Maringá, morar com a tia Lourdes, mãe da Pri, mas ela é cabeça dura e não quis. Preferiu permanecer em Marialva, cidade vizinha de Maringá. Então todo fim de semana vou pra lá, são 30min de carro.

Mari: Isso é verdade. Como está a faculdade? E aquela bolsa de estudos? - pergunta e é nítido em sua voz a alegria que ela sente por eu estar correndo atrás do meu sonho. Assim como eles fizeram anos atrás quando abriram o hotel.

S/N: A lista de aprovados sai esta semana, estou confiante. Prometa não chorar muito minha velha - falo rindo.

Mari: Ferrugem, me lembre de dar uns belos tabefes nessa garota debochada - diz rindo também - tenha um bom dia filha. Amo você - diz.

S/N: Também te amo mãe, pra você também. Até mais - falo desligando em seguida.

Ligação OFF 

Deixo o celular de lado enquanto dou uma rápida checada em meus emails. A alguns dias, incentivada pelo meu orientador do Projeto de Criação, me inscrevi e mandei meu vídeo para o programa que a faculdade tem junto com um dos maiores e mais renomados conservatórios de artes do mundo, a Juilliard School. Era sobre essa bolsa que minha mãe havia perguntado. Parece completamente fora de alcance algo assim, mas eu acredito no meu talento. Desde os 6 anos eu toco violão e desde os 8 componho melodias, é algo que está dentro de mim e flui. Estou estudando pra me formar produtora musical, quem sabe um dia eu não encontre minha ídolo por ai? Quem sabe.

Termino meu café, coloco o uniforme do escritório, pego meu violão e saio indo pro ponto de ônibus. É uma viagem de cerca de 30min até o serviço. Trabalho no escritório, como auxiliar administrativa em um escritório de advocacia, sim, eu sendo musicista trabalho em um escritório cheio de advogados engomadinhos. Tem suas exceções, nem todo mundo ali é babaca, mas é um bom emprego, trabalho desde os 17 anos aqui e bom, o salário paga minha faculdade e minhas despesas. 

Luana: E ai minha artista, bom dia - fala a bela loira, no auge de seus 35 anos, uma das poucas pessoas com quem tenho algum tipo de amizade aqui dentro e fora daqui também, pra ser sincera.

S/N: Bom dia Lu, qual o humor do chefe hoje? - pergunto guardando minhas coisas no armário junto do meu violão, depois do serviço vou direto pra facul.

Only You (Jenna/You)Onde histórias criam vida. Descubra agora