POV S/N
Uma semana completa já se passou desde que estou aqui na Romênia e com ela um turbilhão de sentimentos e emoções tem rondado minha mente. Entre provocar ao máximo a latina de 1,55m e acalmá-la durante as crises, tenho me encontrado ainda mais perdida em meio aos meus próprios pensamentos. Eu sabia que vir pra cá me colocaria frente a frente com meus sentimentos, mas imaginei, inocentemente, que seria mais fácil contornar tudo o que Jenna causa em mim. Fodidamente iludida. Que eu estou perdidamente apaixonada não é novidade pra ninguém, nem mesmo pra própria, mas não posso negar o quanto ela me deixa confusa com suas atitudes. Sempre que parece que as coisas vão se encaminhar a mesma encontra um motivo pra se afastar novamente com a desculpa de nossas carreiras serem nosso foco. Ela não está 100% errada, realmente ambas estão focadas em suas carreiras que estão em ascensão, Jenna com uma sequência de projetos grandiosos como este, eu crescendo cada dia mais como compositora e começando a ser reconhecida. Mas sinceramente, sempre fui uma pessoa extremamente racional, sempre soube identificar meus limites e separar as coisas.
Me afastei de muitas coisas e pessoas na minha caminhada até receber a bolsa e entrar pra Juilliard. Portanto, eu sei quando algo vai atrapalhar ou não vale a pena, por isso pra mim não faz sentido algum esse medo que a latina tem. Quer dizer, nos conhecemos a 2 anos, um pouco mais talvez, construimos uma, inusitada, porém forte amizade e apenas algo grande e realmente sério poderia mudar isso. É nítido o que sentimos, posso falar com propriedade, é quase pálpavel e não falo no sentido físico ou até mesmo sexual, a conexão que existe entre nós...é simplesmente...algo nosso, não tem como explicar.
Nesse momento me encontro sentada na cadeira de madeira escura frente uma pequena mesa, com meu tablet e fones de ouvido descansando sobre a mesma. Mais uma vez estou em um dos lugares o qual tenho frequentado todos os dias nessa semana, fora do meu horário de 'expediente' como apelidei o tempo que fico de olho da herdeira Camren, Seneca Anticafe, um típico espaço do coworking e sim, é a cafeteria/livraria da discórdia. Só de lembrar da baixinha irritada, morrendo de ciúmes um sorriso surge novamente em meu rosto.
...: Está sorrindo daquele jeito de novo - ouço uma voz, agora conhecida por mim, chamar minha atenção.
S/N: É mais forte que eu - digo desviando o olhar para a figura ao meu lado.
Ioana: Quando vou conhecer sua musa? - questiona sorridente enquanto deixa uma xicara do meu amado café expresso duplo.
S/N: Em breve pretendo traze-la, ela merece conhecer meu cantinho especial em Bucareste - digo piscando para mulher.
Ioana: Fico honrada por ter lhe conquistado em apenas 7 dias - diz sem deixar de sorrir.
S/N: Foi amor à primeira vista desde que passei pela fachada - respondo bebericando um gole da bebida quente, sentindo o amargor da mesma se apossar de meu paladar.
Ioana: E o atendimento ajudou não foi? - fala sugestiva. Finjo pensar por alguns segundos antes de responder.
S/N: Foi um bônus - falo.
Ioana: Perfeito então. E como vai a nova composição? - questiona desviando o olhar para o tablet e o fone esquecido sobre a mesa.
S/N: Devagar, agora mesmo estava refletindo sobre meus sentimentos - não sei explicar como e porque mas desde o primeiro momento que entrei aqui, me senti confortável para me abrir para Ioana, ela me passou essa confiança e tem sido minha confidente desde então.
A alguns meses meio que me fechei pras pessoas, o por que? Não sei o real motivo, apenas conclui que o que estava rondando minha mente não era algo a ser compartilhado, pode parecer paranóia ou sei lá, mas sinto que tem algo acontecendo la no Brasil, mas a estúpida da Priscila não me conta nada e muito menos Luana, mas dou um desconto pra última porque ela tem um pequeno terror tomando conta da casa. Sei la, sinto que preciso ir pra casa, na verdade desde que me mudei não consegui ir, não por falta de condições, afinal estou ganhando muito bem na gravadora, mas sim por questão de tempo. Quando não estou atolada com a faculdade estou no serviço, ou em ambos, como já aconteceu. Parece egoísta eu ter aceitado essas férias forçadas só pra ficar perto da minha crush quando ainda nem visitei minha família depois de 2 anos longe? Bom, nas palavras da minha velha "você ta uma abobada toda apaixonada" isso quando ela não solta algo do tipo "só apareça aqui com minha nora junto pirralha". Enfim, ela sabe que nunca me prendi a ninguém, sempre mantive meu foco na minha música e no meu futuro. Sabe também que, assim como Christian (OBS: quem pegou a referência pegou), eu escrevia sobre amor sem nunca ter amado realmente. Quem sabe no fundo ela esteja feliz por eu estar descobrindo de fato esse sentimento. Bom, de volta a realidade...
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Only You (Jenna/You)
Fanfiction"É como se você soubesse exatamente o que se passa nessa bagunça que é minha mente. Sinto que só você pode me tirar dessa escuridão" S/N: 20 anos, brasileira, compositora e musicista. Seguindo um sonho. Jenna: 18 anos, atriz, escritora, filha de Cam...