🐉💚✨
Aemond sabia que seu dia seria uma tragédia antes mesmo de acordar.
Mesmo com os breves reflexos de sua consciência despertando foram o suficiente para avisá-lo que hoje seria sua ruína, os sinais eram difíceis de ignorar se você estivesse procurando por ele. O primeiro sinal que colocou Aemond em alerta, totalmente desperto, foi a dor de seu olho danificado. Pulsando a dor para toda a cavidade vazia.
Era normal sentir a dor fantasma de uma lesão antiga, Sor Criston havia lhe dito uma vez que ainda sentia a dor em uma das pernas onde foi esfaqueado por um inimigo. Às vezes, Sor Criston parava de se mover para não abranger a dor sentida ali e Aemond sabia disso, e ele sabia muito já que procurou livros sobre esses acontecimentos, porém dessa vez a dor em sua cavidade ocular tinha mais haver com o fato de que hoje o dia seria o pior de sua existência.
Exceto talvez o dia quando seu olho foi mutilado, mas isso é quase irrelevante ao pensar que esse foi o mesmo dia que Aemond conquistou Vhagar, a maior dragão ainda viva. Vhagar, seu tesouro e alegria, sua rainha escamosa e de pior temperamento. Aemond não era de amar muitas coisas, mas Vhagar tinha um lugar especial em seu coração que toda a sua envergadura enorme cabia.
Saindo dos pensamentos de como Vhagar era magnífica quando voava, Aemond voltou a refletir sobre os sinais que haviam feito seus instintos de sobrevivência dispararem como galinhas sem cabeça.
O segundo sinal foi o horário em que acordou. Ainda estava escuro, indicando que o sol não nasceu. Para Aemond, não era inédito acordar ao raiar do sol, assim que os primeiros vislumbres do sol fossem avistados. Entretanto, nesse cenário, Aemond não sabe o quanto o nascer do Sol vai demorar.
Saindo da cama vestindo apenas uma calça fina que Aemond usava para dormir, o loiro foi ao lado de fora do quarto para ordenar que o guarda trouxesse os servos, sem se importar com a vacilada do guarda com o seu olho danificado exposto. Se isso fizesse com que os guardas o obedecessem mais rápido devido a visão horrível de seu rosto, então Aemond não reclamaria. Mesmo quando seu coração deu uma pontada de dor ao pensar nos sussurros que iriam surgir.
Voltando para o quarto, Aemond começa a rotina de seus cuidados diários. Cuidando do seu olho, passando uma pomada que deixa a dor no mínimo para poder seguir o dia, limpando a jóia de qualquer sujeira que poderia ter adquirido, o brilho azul voltando com força total e depois revestindo a jóia com a mesma pomada antes de colocá-la de volta em sua cavidade ocular. O Meistre havia lhe dito que ao fazer isso, a erva agiria melhor para deixar a área menos dolorida ao longo do dia, então Aemond sempre faz essa rotina de maneira diligente, não querendo sentir a dor ou qualquer dor em seu rosto novamente.
Depois, Aemond passa a cuidar dos seus cabelos. Custa muito deixar seu cabelo reto e sem emaranhado, mas Aemond ama cuidar dele, deixá-lo impecável. Claro, como um príncipe ele tinha servas para fazer isso, porém ele nunca deixou ninguém chegar perto de si, muito menos de seu cabelo. Sua irmã, Helaena, tinha o privilégio de tocar em seu cabelo. Às vezes quando Aemond estava de bom humor, ele deixava Helaena fazer penteados extravagantes em seu cabelo, mas só nas seguranças de seu quarto, onde ninguém seria tolo de entrar.
Aemond nunca admitiria, nem sob pena de morte, mas ter as mãos delicadas de sua irmã cuidando de seu cabelo de modo tão atencioso lhe trazia um conforto em seu coração, uma sensação quentinha que Aemond faria de tudo para manter.
Uma batida na porta anunciou a vinda do servo com os itens necessários para um banho e Aemond os deixou entrar. Estando muito cansado ontem após ouvir um dos sermões de sua mãe, Aemond caiu na cama e dormiu sem tomar banho, por isso que ele decidiu se lavar tão cedo hoje. Sem o seu tapa-olho, a safira em seu olho estava lá para todos verem e Aemond sabia que apenas essa visão faria os servos tremerem de medo, assim agilizando o trabalho. Dito e feito, do mesmo modo que entrou, os servos foram embora rapidinho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐈𝐧 𝐘𝐨𝐮𝐫 𝐄𝐲𝐞𝐬
FanfictionBastardos não tinham um lugar no mundo, eles eram considerados menos que lixo, nada aos olhos das pessoas. O príncipe Aemond Targaryen foi ensinado sobre isso em uma idade jovem. Sua mãe, Alicent Targaryen, nascida Hightower, a rainha, se certificou...