"Bem vindo ao lar, Gael"

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Na semana seguinte após a conversa de Aegon, Aemond percebeu duas coisas.

Primeiro: Gael seria descoberto eventualmente, um segredo desse nível sempre tinha um cheiro particular que fazia os intrometidos sentirem de longe.

E segundo: Aemond não poderia protegê-lo para sempre.

Não naquele orfanato, pelo menos.

Com suas características tão distintas, seria fácil demais alguém conectar olhos violetas e cabelos loiros com realeza e matar Gael sem hesitação. Para ser meio sincero, Aemond até agora não sabe como isso ainda não aconteceu.

Um dos mistérios da vida.

A questão é; o garoto precisa de um ambiente seguro para crescer bem e sem ser ameaçado, além de fazer com que Aemond não morra prematuramente de preocupação.

Isso o fez pensar. A conclusão a qual ele chegou foi que ele tinha que tirar o garoto do orfanato, mas como Aemond não podia levá-lo para a Fortaleza Vermelha, então o que ele precisa é uma casa. Uma casa de verdade e bem equipada para abrigar uma criança.

A sorte é que Aemond conhece alguém que tem uma. E esse alguém é o Aegon.

Quando Aegon tinha uns dezesseis anos e os pesadelos o deixaram tão louco e ninguém mais suportava seus gritos, ele comprou uma casinha perto da Baía da Água Negra. A casinha era modesta, tão diferente de Aegon que ninguém suspeitaria. Era grande, mas não ostensivamente. Era bonita e aconchegante, parecia muito adequada na verdade.

Seu avô nunca percebeu o desvio de dinheiro para comprar a casa e todos chegaram à conclusão que Aegon estava nos bordéis quando ele passou dias sem voltar para a Fortaleza Vermelha. As únicas pessoas que sabiam da existência dessa casa era Aegon, porque claramente foi aquele quem comprou, Aemond por causa de um incidente e Helaena.

No caso de Helaena saber da existência da casa, é porque ela simplesmente sabe de tudo, mas Aemond foi diferente.

Houve uma vez que Aemond foi punido injustamente por seu avô. Diferente do normal, onde seu avô geralmente lhe dava um sermão, ele foi instruído a despir suas roupas de cima deixando suas costas livres. Seu avô pegou um pequeno buquê de galhos secos e chicoteou suas costas até sangrar.

Quem o encontrou chorando enquanto tentava tomar banho foi Aegon. Ele o ajudou a tomar banho e ir para a casa que ele tinha comprado. Aemond ficou lá até se recuperar. Suas costas ainda tinham as cicatrizes do incidente e Aemond odiava tê-las, mas nada se podia fazer.

Sua mãe nunca soube disso e Aemond preferia assim.

Foi com a casa em mente que Aemond procurou Aegon. O loiro mais novo o encontrou dormindo em seu quarto.

Os pesadelos pararam, então Aegon achou melhor parar de rastejar secretamente para o quarto de Aemond no meio da noite e voltar para seu próprio quarto. Isso foi há dois dias atrás.

Aemond entrou no quarto e parou na cabeceira da cama, olhando para o montinho no meio. Ele cutucou até que sentiu o montinho se mover.

- Hmmm - houve um gemido sonolento, antes que uma cabeleira platinada surgisse dos lençóis.

- Aegon, acorda. Preciso falar com você.

Aemond sentou-se no colchão, olhando atentamente para Aegon que ainda parecia meio morto para o mundo de onde estava sentando.

- o que... Do que você precisa? - sua voz saiu arrastada, ainda não completamente consciente.

Limpando os resquícios do sono em seus olhos, Aegon abre os olhos e tenta focar em Aemond.

 𝐈𝐧 𝐘𝐨𝐮𝐫 𝐄𝐲𝐞𝐬 Onde histórias criam vida. Descubra agora