Almoço da discórdia

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A festa acabou não muito tempo depois, sua mãe ficando muito nervosa com a perspectiva de uma quase briga para continuar a fingir diante dos convidados.

Aproveitando a distração de todos com os agradecimentos bajuladores para com a nobreza presente, Aemond saí de fininho, tentando não chamar atenção para sua retirada tática. Ele consegue chegar na esquina.

- Aemond! Espera!

Aemond suspira. Conte com Aegon para estragar seus planos cuidadosamente traçados. Mesmo um tanto aborrecido, Aemond se vira para esperar seu irmão.

Ele se aproxima rapidamente, um tanto afobado. A curta caminhada fazendo-o ofegar como se tivesse feito uma corrida. Aemond revira os olhos com isso.

Aegon é uma rainha do drama.

- Patético - Aemond zomba, sem mordida real em sua voz.

Aegon faz um som estranho entre um suspiro e um grito de indignação.

- Retire o que disse, senhor! - ele se levanta de sua forma curvada, apontando o dedo desafiadoramente para Aemond. Aemond faz questão de lhe dar um olhar plano - Não me olhe como se eu fosse a coisa mais feia que você já viu, pedacinho de céu - Aegon abaixa o dedo e faz beicinho, fazendo questão de deixar Aemond saber como ele se sente sobre esse tratamento - Isso magoa meu sentimentos, sabe?

Aemond levanta uma sobrancelha.

- E desde quando eu me importo com os seus sentimentos, idiota? - Aemond pergunta de maneira desdenhosa, embora Aegon saiba que ele está brincando.

Aegon entra no jogo. Ele se endireita, se aproximando de Aemond e passando o braço na cintura do mais novo, começando a andar e arrastando caolho com ele. Aemond apenas seguiu o idiota.

- Minha pequena nuvem de mau humor e intenções assassinas, suas palavras me comovem profundamente - Aegon solta uma risadinha, olhando para Aemond de soslaio - Você claramente sabe como fazer alguém se sentir amado.

Eles andam no corredor sem pressa, apenas aproveitando o momento inesperado de carinho.

- Cale-se - é tudo que Aemond diz diante da alfinetada - Você só está sendo um bebê.

- Você é tão malvado - Aegon faz uma voz ridícula e Aemond solta uma risadinha suave.

Foi tão suave que Aegon quase a perde, mas ele percebe e fica radiante com isso. Afinal, seu irmãozinho fofo raramente sorri ou ri. É um presente divino sempre que ele o faz e Aegon se sente abençoado por presenciar tal ato celestial.

Um momento de silêncio se passa antes de Aegon falar.

- Bem, o que aconteceu lá no salão? - ele pergunta casualmente, mais sério dessa vez.

Aemond rapidamente fica sério e olha decididamente para frente, não querendo virar para olhar para o mais velho. Aemond sente Aegon a olhar.

- Não sei do que está falando, Aegon - ele diz, se fazendo de bobo.

Aemond sabe exatamente do que Aegon está falando. Aegon está se referindo ao seu atrito com Lucerys e o que levaram a quase se jogarem um no outro ali mesmo. Aemond realmente não quer falar sobre isso agora que pensou melhor e percebeu que estava sendo mesquinho em suas motivações.

Ele ainda estava chateado? Sim.

Ele quer um pedido de desculpas? Com certeza, apesar de não compensar a porcaria do olho perdido.

 𝐈𝐧 𝐘𝐨𝐮𝐫 𝐄𝐲𝐞𝐬 Onde histórias criam vida. Descubra agora