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— É bom que vocês pelo menos já se conheçam, não é?
Aegon diz de algum lugar no quarto e Aemond apenas suspira.
Já faz três dias depois daquela noite e Aemond ainda não acredita que aconteceu. Ele teria pensando que simplesmente foi um sonho muito bem detalhado se não fosse pela sensação persistente de estranheza que permaneceu em seus lábios horas depois daquele beijo impulsivo. Agora Aemond está aqui tentando não chafurdar em constrangimento depois de contar a Aegon o ocorrido.
— Isso não é o problema, Aegon – Aemond massageou a testa de onde está sentado à mesa, pergaminhos e livros espalhados à sua frente. Ele estava estudando sobre cerimônias de casamentos quando Aegon invadiu seu quarto para perturbá-lo e desviar sua atenção de sua tarefa atual. Aemond, se irritando rapidamente, deixou escapar a primeira coisa que apareceu em sua mente para tirar Aegon de perto apenas para ter seu irmão colado ao seu lado como uma pulga particularmente irritante. Agora Aemond está sofrendo com as consequências de seus atos – Se correr os humores que estou me envolvendo com Daemon antes do casamento, muita coisa pode ser arruinada.
Aemond ouve Aegon suspirar, mas não se vira para olhá-lo.
— Nesse quesito, não posso te ajudar, irmãozinho. Eu simplesmente teria dito foda-se e estragado tudo – Aegon solta uma risadinha depreciativa.
Aemond franze a testa, largando o livro que estava lendo. Ele se vira, olhando para Aegon. O mais velho está na cama do mais novo, espalhado sobre ela como um gato gordo tomando banho de sol. Aemond pode ver apenas seu perfil, mas há uma espécie de tristeza nele que faz o coração de Aemond apertar um pouco. Se levantando, Aemond caminha até sua cama e senta ao lado da cintura de Aegon de frente para o mais velho.
— O que te incomoda, irmão? – Aemond se apoia em uma mão, cruzando as pernas uma sobre a outra.
Aegon suspira.
— Com o seu casamento sendo discutido, mãe achou prudente tocar no assunto do meu próprio casamento pendente – Aegon diz com escárnio. Embora parte do desprezo seja verdadeiro, Aemond detecta uma pitada de exaustão por debaixo – Eu ia me casar com Helaena, você sabe disso, certo? Mas do jeito que eu estava na época, bebendo ao ponto de perder os sentidos - principalmente por causa dos pesadelos - e saindo com mais e mais prostitutas, eu não seria um marido adequado para ela – Aegon ri novamente, mas dessa vez é mais doloroso. Lágrimas escorrem nos cantos de seus olhos e Aegon coloca a mão na boca para abafar um soluço – Eu nem sou um bom irmão, Aemond; como serei um bom marido?
Aemond engole em seco, querendo confortar seu irmão, mas não sem saber como. Aemond pode encontrar Aegon em situações onde sua dignidade é jogada pela janela; como Aemond o encontrou muitas vezes antes. Seja no auge do prazer, estupor bêbado ou histérico depois de um pesadelo; Aemond sabia o que fazer para sair ou ajudar o mais velho nessas situações, mas ser confrontado por uma das muitas inseguranças de Aegon tira Aemond totalmente de sua área de conhecimento.
— E sabe o que é melhor, Aemond? – Aegon continua, sem dar tempo para Aemond fazer algo – Já que você vai ficar aqui depois do casamento, é impróprio que eu, um candidato ao trono, e um possível usurpador seja mantido aqui por mais tempo que necessário. Além de que – a áurea de Aegon passa de tristeza para raiva rapidamente, seus movimentos pronunciados e voz zombeteira sendo um grande indicador disso – “Você já é velho o suficiente para casar, Aegon”, “Já é hora de acabar com a contínua desonra a família real, Aegon” e blá blá blá. A mesma chatice de sempre. Eu não aguento mais isso tudo.
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𝐈𝐧 𝐘𝐨𝐮𝐫 𝐄𝐲𝐞𝐬
FanfictionBastardos não tinham um lugar no mundo, eles eram considerados menos que lixo, nada aos olhos das pessoas. O príncipe Aemond Targaryen foi ensinado sobre isso em uma idade jovem. Sua mãe, Alicent Targaryen, nascida Hightower, a rainha, se certificou...