Já era madrugada e Chanyeol não tinha conseguido dormir nem por dez minutos. Seu sono tinha ido embora desde o começo de toda a confusão envolvendo Baekhyun e Sehun. O baixinho estava bem, acordou e o médico lhe deu um calmante forte para que ele pudesse dormir, assim, cuidou do ferimento em seu ombro que, por sorte, não era tão fundo e aberto. Também, levou umas boas reclamações do doutor em relação a sua alimentação, pois fizeram também um exame de sangue e viram que o Byun estava com algumas taxas baixas demais.
Park também lhe deu umas broncas por causa disso, apesar de não conversarem muito, pois logo o calmante começou a fazer efeito e Baekhyun dormiu que nem sentiu, enquanto conversava com Chanyeol, que não saiu de seu lado enquanto podia.
Park saiu do quarto por um instante, precisava espairecer a mente e tentar relaxar. Quis muito acender um cigarro, a nicotina sempre lhe tentava de forma negativa em situações assim, mas se esforçou ao máximo para não, já que estava tentando largar o vício e, diferente das outras vezes, agora conseguia se segurar mais.
Mandou mensagem para sua mãe, que estava de descanso do plantão, e foi encontrá-la no refeitório do hospital. Quando a encontrou, ela o abraçou rapidamente e o convenceu a sentar para comer com ela também. Tinha reparado na feição preocupada de seu filho e, em breve, perguntaria qual era o motivo daquilo, pois, no meio de toda a correria, Chanyeol não teve tempo de ligar e avisar o que tinha ocorrido.
— O que aconteceu? Não me avisou que viria ao hospital — perguntou, segurando sua mão. — Você está bem? — Franziu o cenho.
— Estou, mãe. — Respirou fundo. — Eu iria te avisar, mas foi a maior correria. — Estalou a língua. — Vim pra cá com o Baekhyun. — Ela arregalou os olhos. — Lembra que eu comentei com você antes de viajar que ele e o Sehun estavam juntos?
— Lembro.
— E eu também falei que o Sehun era uma péssima pessoa?
— Sim, e eu concordo. — Assentiu com a cabeça.
— Eles dois tiveram uma briga feia, dava para ouvir lá da portaria do prédio — contou, enquanto gesticulava. Estava agitado demais — E, quando eu cheguei no nosso andar escutei gritos, barulhos de coisa quebrando... — Gesticulou com as mãos de maneira agitada. — E eu não me aguentei, porque sei que o Sehun é um escroto e ele tem um péssimo histórico.
Sua mãe o olhou desconfiada, sempre sentia que, todas as vezes que o filho falava de Sehun, ele escondia algo além do que comentava.
— Isso você não me contou, Park. — Cruzou os braços, fazendo uma expressão curiosa.
— Um dia eu conto. — Respirou fundo novamente para tentar se acalmar para falar. — Eu bati lá e ele abriu a porta, quando eu cheguei estava tudo um caos: o Baekhyun estava machucado e chorando em um canto do sofá como se fosse um bichinho assustado. — A medida que contava, sua mãe fazia uma cara ainda mais abismada. — O filho da puta bateu nele e sabe-se lá o que ele falou também. O Baekhyun estava desesperado, chegou até a desmaiar quando a gente saiu da casa do Sehun.
Seohyun estava em choque, não imaginava que Sehun poderia chegar a tanto. Sabia pouco sobre ele — apenas o que Chanyeol lhe contava — e já não achava que ele fosse uma florzinha, porém, chegar a agredir uma pessoa como Baekhyun? Primeiramente, os dois eram namorados e, segundo, qualquer pessoa que conhecesse o Byun, pelo menos um pouco, já sabia que ele não era do tipo que brigava ou que puxaria briga com alguém.
— Como ele está?
— Ele estava muito agitado. Tomou um calmante, levou umas broncas do médico e agora está dormindo. — Passou as duas mãos pelo cabelo e as repousou em sua nuca. — O Sehun também estava machucado. Ele estava com uns cortes pequenos no antebraço, mas foi o Baekhyun que acabou levando a pior.
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(A)polar
Fiksi PenggemarChanyeol era intenso, profundo, quase ártico e tinha uma personalidade tão densa que por muitas vezes se perdia em sua própria imensidão. E isso era o que mais o assombrava, o medo de cair em si. O que ele definitivamente não estava esperando era qu...