Aquela noite de sono foi com certeza uma das mais tranquilas de toda a vida de Chanyeol: dormir abraçado a Baekhyun, sentindo sua pele encostar na dele, experienciando a temperatura morna de seu corpo, enquanto tinha os braços ao redor da sua cintura. Apoiou o queixo em seu ombro e, no instante que pegou no sono, sua cabeça pendeu minimamente para o lado, encostando na dele.
Não demorou nada para dormir, coisa que era difícil de acontecer. Este era um dos efeitos que o baixinho tinha sobre si; conseguia acalmar-lhe apenas com sua presença e estando tão perto, como agora; foi o suficiente para que Chanyeol pudesse esquecer um pouco da tensão dos últimos dias e de momentos, atrás e relaxar um pouquinho.
Despertou mais cedo do que o horário que havia colocado em seu celular, que era quando terminava a pernoite do motel. Abriu os olhos minimamente, o quarto estava escuro, e Baekhyun tinha agarrado seu braço enquanto dormia. Sorriu de canto. Ele era uma verdadeira gracinha, mas, se continuasse na cama com ele, iria acabar lhe despertando por não conseguir ficar quieto depois de já ter acordado.
Com todo cuidado do mundo e bem devagar, tirou o braço de onde estava e saiu da cama quase que em câmera lenta, para não acabar acordando-o; ele precisava descansar ao máximo e recuperar as energias.
Chanyeol gostaria até mesmo de deixá-lo dormir o dia inteiro, caso ele não acordasse tão cedo, mas, infelizmente, o limite do seu cartão estava para estourar e não poderia passar mais tempo ali. Tirou da sua mochila a sua escova de dentes e, por sorte, lembrou-se de comprar uma para Baekhyun logo que chegaram no hospital, caso ele precisasse.
Quando levantou, até estranhou o fato de não estar sentindo tanto frio como na maioria das vezes, assim, foi até o banheiro fazer suas necessidades e, após lavar as mãos, olhou para o espelho em tamanho oval, que tinha na parede acima da pia, e bufou ao se lembrar da briga que teve com Sehun e de como apontou o canivete para ele. Nunca passou pela sua cabeça fazer nenhum mal a alguém com o canivete, andava com ele por ter sido meio que uma lembrança de seu pai, porém, ao ver o Byun machucado e aos prantos, odesespero lhe tomou. Foi como se tivesse ligado novamente o botãozinho da raiva que o Chanyeol de quase um ano atrás tinha. Por pouco, não se descontrolou, mas, por sorte, conseguiu segurar as pontas.
Maior do que sua raiva voltada ao seu primo, era o desejo de proteger Baekhyun. De não permitir que nada lhe fizesse mal, de mover céus e terra, de fazer o que estivesse ao seu alcance para que ele ficasse bem e em segurança.
Estava perdidamente apaixonado, o que não era mais um segredo para ninguém e, mesmo sabendo que não era o momento mais adequado, saber que o rapaz finalmente descobriu quem Sehun era de verdade e que não queria nenhum tipo de laço com ele novamente, lhe deu uma pontinha pequena de esperança. Quase que minúscula, quase inexistente, mas, ainda sim, estava lá. E, dessa vez, não deixaria aquela esperança morrer.
Martirizou-se um pouco, pensando em tudo que Baekhyun pode ter sofrido nas mãos daquele crápula, isso fez seu peito apertar e a cabeça doer. Só de imaginar, ficava inquieto e sentia o sangue esquentar.
Chanyeol estava tentando largar o cigarro, e estava indo muito bem com os adesivos de nicotina, felizmente — estava limpo em relação às drogas há mais de cem dias, o que era uma marca incrível e de se comemorar—, mas, em momentos em que se sentia impotente por algo que já tinha passado e que, agora, não adiantaria fazer nada, a vontade de fumar triplicava.
Todavia, contente,, agora estava mais consciente e evitaria fumar um cigarro atrás do outro, mas, estava em uma breve fraquejada, apenas para tentar tirar um pouco da tensão que caiu sobre seus ombros novamente. E não fumaria nem um cigarro inteiro, só queria se aliviar um pouco e no momento era a única opção viável. Não acordaria Baekhyun para tentar lhe distrair, preferia que ele continuasse descansando.
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(A)polar
FanfictionChanyeol era intenso, profundo, quase ártico e tinha uma personalidade tão densa que por muitas vezes se perdia em sua própria imensidão. E isso era o que mais o assombrava, o medo de cair em si. O que ele definitivamente não estava esperando era qu...