AVISO DE GATILHO/TW DESSE CAPÍTULO: Abandono paternal, uso indiscriminado de drogas, relacionamento abusivo, gaslighting e menção a bullying!!!
Seis meses atrás, Fairbanks | Alasca
Baekhyun estava em seu terceiro sono, pois o dia tinha sido puxado na universidade; precisou passar o dia inteiro no laboratório e na clínica-escola, auxiliando como monitor e terminando de fazer uns relatórios que estavam pendentes. A única coisa que o trazia paz em meio aos seus dias conturbados era estar ao lado dos bichinhos que tanto amava — entre um arranhão ou outro, mas já estava acostumado com os ossos do ofício.
Como todas as madrugadas daquela época, o frio era congelante do lado de fora e, mesmo enrolado em seu cobertor fofinho, sentia frio. Pretendia dormir até a manhã do dia seguinte, se não fosse seu celular vibrando sem parar debaixo do travesseiro. Bufou, sentindo-se derrotado, e pegou o aparelho e, pela tela de bloqueio, já viu as incontáveis mensagens:
[Pé no saco | Beom, 02h39:]
Acordaaaaaaaaaaaaaaaa, Baekhyun!
Já já eu jogo um paralelepípedo na sua porta pra ver se você desperta.
Uau, eu consegui escrever essa palavra bêbado que incrível.
Irmãozinho, me ajuda.
Help.
O Byun mais novo viu aquelas mensagens e franziu o nariz. Um dia ainda obrigaria seu irmão a assinar um termo que o proibia de acordá-lo de madrugada por estar precisando de ajuda. Sentou na cama impaciente e, antes de criar coragem para levantar, o respondeu.
[Baekhyun, 02h41:]
O corretor tá te ajudando, bocó.
Ai, Beom...
Vai dormir, cara! Vou ligar pra Yuna vir te buscar!
Esperou ele responder xingando ou algo do tipo, contudo, recebeu dois arquivos de mídia e, quando os abriu, arregalou os olhos assustado, jogou toda sua preguiça para os ares e correu para abrir a porta. Quando girou a maçaneta e a puxou para sua direção, precisou ser rápido o suficiente para segurar seu irmão mais velho pelos braços e cintura, impedindo que ele acabasse caindo no chão. Por sorte, os dois eram quase do mesmo tamanho e tinham o mesmo peso, então houve só um pouco de dificuldade em carregá-lo.
Baekbeom estava com um leve cheiro de cerveja barata grudado em sua roupa e estava tão fraco que estava sendo difícil se manter de pé com as próprias pernas. Baekhyun precisou ser cuidadoso para não machucar ainda mais seus braços e pernas, que estava com vergões de hematomas bem espaçosos. E havia um baita arranhão em seu cotovelo, o Byun mais novo tinha medo de perguntar se alguém tinha o arrastado pelo asfalto e receber uma resposta positiva.
O guiou até sua cama e trancou a porta, já que seus pais de maneira alguma podiam vê-lo daquele jeito.
— O que diabos aconteceu com você? — o caçula perguntou preocupado, de olhos arregalados, se agachando na frente do irmão que inesperadamente começou a rir. — Do que você está rindo, idiota?!
— Você quer que eu chore? — rebateu, colocando uma das mãos em frente aos lábios e gargalhando recebendo um olhar mortal do outro. — Eu não tô bêbado, juro. Mas é que a situação é engraçada, cara.
— O que é engraçado? Você se arrebentar todo de novo?
— Faltou isso aqui, Baekhyun... — Juntou o dedão e o indicador em um sinal com as mãos. — Isso aqui pra eu morrer! E eu tô vivo, juro, seu irmão é incrível. — Bateu no próprio peito orgulhoso.
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(A)polar
FanfictionChanyeol era intenso, profundo, quase ártico e tinha uma personalidade tão densa que por muitas vezes se perdia em sua própria imensidão. E isso era o que mais o assombrava, o medo de cair em si. O que ele definitivamente não estava esperando era qu...