Baekhyun ficou imensamente feliz com a visita de Sehun em seu trabalho; foi uma surpresa para ele, pois não esperava que ele aparecesse. Para o Byun, não importava se recebia apenas migalhas de atenção do seu colega de turma, se sentia grato demais apenas por saber que Oh pensava nele em algum momento.
Infelizmente, o baixinho estava cego de amores. Não conseguia enxergar toda a problemática envolta de Sehun e na maneira mesquinha e interesseira que ele o tratava. Sempre foi doido por ele desde o colegial e, quando ainda estava no meio da adolescência, foi por causa dele que entrou na maior crise da sua vida: a descoberta da sua sexualidade.
Nascido e criado na igreja, para Baekhyun, aceitar que estava gostando de outro garoto foi um verdadeiro martírio. Sempre escutava seu pai falar e pregar sobre o quão abomináveis os homossexuais eram e sobre como todos eles iriam arder no fogo do inferno. Sempre teve medo do inferno, tem até os dias de hoje, mas antes isso era pior.
Todas as vezes que sentia vontade de falar com Sehun, quando seu coração acelerava por estar perto dele, ou quando o próprio Oh chegava a falar com ele e o dava um soquinho no ombro; tudo isso lhe deixava com várias borboletas no estômago e uma sensação gostosa de esperança — detalhe: Baekhyun também era um iludido de primeira.
Sehun era lindo, tinha uma beleza digna de um príncipe. Costumava ser gentil, sociável, dono de um sorriso galanteador e um dom de persuasão incrível. Byun caiu em seus encantos muito facilmente, tanto que ainda era apaixonado por ele e tinha esperanças de que, um dia, poderia verbalizar com todas as palavras sobre o que sentia e ser correspondido.
Não conseguia imaginar o Oh como Chanyeol falou; como alguém babaca, até porque, não tinha conhecimento de nenhum motivo que pudesse fazer dele um idiota. Estava pronto para defendê-lo em diversas situações, tanto que até Kyungsoo evitava falar do crush do amigo — primeiro porque já tinha cansado de alertar Baekhyun e segundo porque não adiantaria nada.
No entanto, Park lhe deixou bastante reflexivo. Ele foi a única pessoa que falou com todas as letras que Baekhyun era um idiota.
E a última pessoa que tinha chamado Baekhyun de idiota em alto e bom som por causa de Sehun tinha sido Baekbeom. Quis deixar para lá, mas não conseguiu evitar não pensar muito sobre. Seu irmão era uma pessoa que sempre fazia um pré-julgamento correto dos outros e, quando o mais novo contou e assumiu para ele que estava a fim de Sehun, a cara de desgosto que Beom tinha feito foi de lhe causar arrepios.
Baekbeom dizia que o Oh era alguém que Baekhyun deveria ficar de olho e ter cuidado, e não querer se aproximar, pois já tinha escutado alguns boatos sobre ele; de que ele não era nenhuma flor de bom cheiro. Só que o mais baixo era cabeça dura demais, principalmente com esse tipo de coisa, entrava por um ouvido e saia pelo outro.
Quando o irmão faleceu, uma das primeiras pessoas que entrou em contato com ele e foi até o velório prestar apoio e condolências foi Sehun e isso lhe tocou de diversas maneiras. Foi um ato de empatia, por ser uma cidade pequena, todos se conheciam, principalmente o filho mais velho da família Byun, mas Baekhyun achou que foi algo grandioso e significativo, que levoupara seu coração, tendo a convicção de que Sehun não era uma pessoa sorrateira como Baekbeom dizia.
O tempo estava tão frio naquela manhã de sexta-feira, a qual Baekhyun saiu de casa usando dois moletons. No Alasca, o inverno barra outono era comum ainda estar escuro até às oito ou até as nove da manhã, então quis se apressar, não era o maior fã do escuro e, por sorte, todos os postes do caminho que iria percorrer estavam funcionando bem. Saiu de casa uma hora mais cedo, pois, antes de ir para a faculdade precisava passar em outro lugar para fazer algo importante, que não tinha feito no dia anterior, o que lhe deixou com um pouco de peso na consciência.
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(A)polar
FanfictionChanyeol era intenso, profundo, quase ártico e tinha uma personalidade tão densa que por muitas vezes se perdia em sua própria imensidão. E isso era o que mais o assombrava, o medo de cair em si. O que ele definitivamente não estava esperando era qu...