Invernal

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Durante o restante da madrugada, o frio apertou um pouco — por sorte, a porta do deck estava fechada e a janela do quarto também; Contudo, mesmo assim, Baekhyun tremia de vez em quando sob o edredom grosso que Chanyeol tinha lhe dado. Inconscientemente, ainda adormecido, seu corpo buscou um pouco mais do calor gostosinho que vinha do outro lado da cama.

Park era tão friorento quanto ele, no entanto, parecia que dormir com pouca roupa anulava totalmente sua baixa resistência ao frio, pois estava, diga-se de passagem, muito bem aquecido com um único edredom cobrindo seu tronco despido. Estava quentinho e, por ter pego pesado no sono, não percebeu quando sua cintura foi agarrada pelo braço de Baekhyun.

Também não percebeu quando a perna do baixinho se entrelaçou à sua; muito menos quando ele encostou a bochecha em suas costas e o puxou para um pouco mais perto de seu corpo, em um abraço morno e aconchegante. Agora estava sentindo o cheiro de Chanyeol ainda mais próximo, e não era graças ao travesseiro e sim a ele mesmo; aquele perfume suave, e ao mesmo tempo marcante, era um sonífero perfeito.

Assim como da última vez, fez Baekhyun relaxar todos os seus sentidos, focar unicamente no aroma gostoso e, em poucos minutos, já estava no país dos sonhos.

Chanyeol murmurou alguma coisa incompreensível, enquanto dormia, no momento que foi levemente apertado por Baekhyun. Eles estavam uma verdadeira graça daquele jeitinho e, como em uma cena de um casal em uma novela ou filme romântico, não demorou muito, para que além do seu cobertor, o baixinho acabar se apossando também de metade do que cobria o moreno, fazendo os dois dividirem o mesmo edredom.

Quando Seohyun chegou do hospital e viu que seus dois visitantes estavam dormindo na sala, imaginou que o filho estava no quarto. Com cuidado para não acordar os convidados, foi até o cômodo que era perto do seu e abriu a porta devagar e, como sempre, o quarto estava arrumado, porém, o que mais lhe chamou atenção foi que a cama de casal do cômodo estava ocupada por duas pessoas.

Arregalou os olhos um pouco surpresa e, levada pela curiosidade, esticou um pouco o pescoço para ver quem era a conchinha maior que abraçava o grandalhão de quase um metro e noventa na cama king size e, quando viu que se tratava de Baekhyun, seu queixo caiu. Desconfiava que seu filho gostava dele, não sabia que era recíproco, mas, ao ver essa cena, jurou que fosse e ficou feliz. Byun era um ótimo rapaz e, desde que ele e seu filho viraram amigos, Park começou a fazer questão de andar na linha; recentemente, até mesmo havia até procurado sobre formas diferentes de diminuir o uso do cigarro.

De certa forma, por ser mãe, Seohyun tinha plena certeza de que o castanho fazia muito bem ao seu filho, mesmo que indiretamente. Voltou para seu próprio quarto satisfeita por ver que estava tudo em ordem e que Chanyeol estava em ótima companhia.

[...]

Park puxou seu cobertor para mais perto, queria colocá-lo abaixo do rosto, mas, quando puxou o pedaço de pano e ele não veio, simplesmente desistiu de fazer força e só virou-se para o outro lado. Quando fez isso, acabou fazendo certa movimentação no colchão, movimentação esta que foi suficiente para acordar um Baekhyun que, após às seis da manhã, tinha um verdadeiro sono de passarinho.

Quando o castanho abriu os olhos devagar, com a vista meio embaçada, agradeceu aos céus por ainda estar tudo completamente escuro do lado de fora. Raros eram os dias em que o sol aparecia às seis — para sua felicidade, pois era do tipo de pessoa que sempre esquecia de fechar as cortinas. Soltou um ronronar baixinho e se espreguiçou esticando os braços, sentindo-se tão quentinho e confortável que não quis, de jeito nenhum, sair de onde estava.

Em um pedido para que ficasse na cama por mais alguns minutos, Baekhyun aconchegou ainda mais o rosto no travesseiro, repousando a cabeça um pouco mais para frente. Quando fez isso, ainda estava naquele estágio em que não se está dormindo, mas que também não se está totalmente acordado. Graças a isso, arregalou os olhos de uma vez e ficou um pouco assustado quando sentiu uma respiração baixinha contra o seu nariz.

(A)polarOnde histórias criam vida. Descubra agora