Apolar

94 7 17
                                    


Duas semanas depois, Interior de Fairbanks.

Baekhyun estava mais do que ansioso enquanto ajudava Chanyeol a se guiar pelo corredor da casa onde iriam passar o final de semana. Aquele lugar era bem requisitado por turistas, conseguir uma hospedagem naquela época do ano era quase impossível, mas o baixinho conhecia um dos funcionários da recepção que conseguiu uma vaga para ele por apenas uma noite. Não perderia a oportunidade jamais, estava pensando em tudo há dias e, agora que sua chance chegou, iria aproveitar.

Segurava em um dos braços do Park e apoiava uma das mãos em suas costas; o de cabelos longos estava com uma venda preta cobrindo seus olhos e seu cabelo estava preso em um coque desleixado que estava quase se soltando — já que Baekhyun o fez sair de casa às pressas, não lhe dando tempo suficiente nem para se arrumar. Tentava tatear o que estava à sua frente com o outro braço, mas não encontrava nada. Estava começando a ficar muito desconfiado.

— O que você está apront- Ai! — exclamou, quando bateu com o joelho no sofá que estava perto de si. Levou uma das mãos até o lugar atingido, fazendo um biquinho de choro.

— Me desculpa. — O castanho riu. Pelo visto, não era dos melhores guias. — Estamos quase chegando.

— Estou vendado desde que saí de casa, Baekhyun — choramingou. — Você vai me matar de curiosidade.

— Juro que vale a pena! — rebateu, afirmando com convicção. — Você confia em mim, não confia? — perguntou, sorrindo travesso ao abrir a porta da varanda.

— Pela décima vez essa noite, sim, confio — respondeu rindo. — Chegamos? — indagou, alarmado quando Baekhyun soltou seu braço e parou de caminhar.

Byun foi para atrás de si e desfez o nó da venda, mas, antes de puxá-la, respirou fundo e deu um beijinho estalado na bochecha de Chanyeol.

— Chegamos. — Tirou a venda de seus olhos, dando um passo para o lado. Queria muito ver a reação do Park.

O mais velho ficou paralisado por simplesmente estar em choque. Seu queixo caiu e ergueu as duas sobrancelhas, sem saber como reagir. Aproximou-se do muro de proteção da varanda e passou uma das mãos no cabelo, não sabendo de fato nem o que falar ou fazer, pois em toda a sua vida nunca vira algo tão bonito como aquelas luzes coloridas que dançavam no céu.

Enxergava várias cores, predominando o verde, rosa e laranja. E elas pareciam tomar conta de um ponto a outro da cidade; se mexiam com certa lentidão e embelezavam o céu de Fairbanks como se fosse um arco-íris durante o dia. Sabia que o Alasca era conhecido por ser um dos melhores lugares para observar as auroras boreais e que Fairbanks era um local muito requisitado para tal, porém, nunca tinha tido a sorte de avistar o fenômeno — or estar no centro da cidade, era mais complicado enxergar.

Estavam em um hotel praticamente no interior. Pegaram um táxi por quase uma hora e, para completar, estavam no último andar, logo, conseguiam enxergar não só as luzes no céu, como também as luzes da cidade ao longe.

Chanyeol estava hipnotizado, seu pescoço provavelmente amanheceria doendo no dia seguinte pelo tempo que ficou olhando para cima. Contudo, não estava reclamando, se sentiu tão bem ali; aquelas luzes eram tão magníficas, pareciam algo sobrenatural e, quando viu uma das faixas de luz ficar ainda maior e ter a impressão de que ela estava mais próximo, sorriu como uma verdadeira criança. Estava simplesmente encantado.

— Sempre quis te levar pra ver as auroras — Baekhyun disse baixinho, se aproximando dele e segurando sua mão sutilmente. — Espero que tenha gostado da surpresa. — Sorriu e olhou para ele com os olhos brilhando de pura felicidade, por notar o quão maravilhado Park estava.

(A)polarOnde histórias criam vida. Descubra agora