Unidirecional

109 8 42
                                    


Fecharam os olhos e foi como se fogos de artifício explodissem naquele instante, assim, aproximaram mais e mais os lábios. Baekhyun, pela primeira vez em meses, teve certeza do que queria e, por um momento, não se lembrou de nada dos últimos tempos — o que era o seu maior medo quando acabava se apaixonando novamente; de confundir as coisas graças aos seus traumas e de acabar perdendo uma chance incrível.

Mas sua chance sempre esteve por perto. Na verdade, ela estava ali na sua frente, com as mãos em seu corpo, olhando para os seus lábios com um sentimento puro e amável, e já tinha até mesmo prometido que, apesar de qualquer coisa, não iria embora e estaria sempre ali por perto; pronto para lhe acolher, lhe dar carinho, amor ou qualquer coisa que precisasse no momento. Porque Chanyeol era assim: parecia a verdadeira personificação do que era o amor, e isso fez Baekhyun se encantar ainda mais — se é que era possível, por ele. Pelo cara do escorpião.

Ainda estava de luvas, logo, apoiou os pulsos na cintura do mais alto e ergueu o olhar até as orbes soturnas, as quais tanto lhe deixavam desconcertado. Tinha muita, muita certeza do que estava com vontade de fazer; talvez estivesse recente demais e aquilo fosse só um impulso pela proximidade, ou poderia estar até mesmo confundindo as coisas, todavia, alguma coisa em seu âmago o dizia que não queria beijar Chanyeol por nenhum dos motivos citados anteriormente, e sim, porque estava gostando dele.

Havia uma fresta na porta do deck e foi por esse pequeno espaço que Mabel, a gatinha de Chanyeol, passou e, assim que viu a caixa onde antes estava as luvas de boxe, correu desesperada para lá e pulou para dentro do local, causando um barulho um tanto que alto. Alto o suficiente para fazer os dois rapazes se desconcentrarem e involuntariamente virarem seus rostos para de onde veio o som. Quando fizeram isso, tiveram noção do quão perto um do outro estavam e ambos, na mesma hora, recuaram para direções opostas.

Por dentro, Park estava se sentindo um pouco tímido, mas não conseguia parar de olhar para Baekhyun, que estava tentando olhar para qualquer lugar, menos para ele. Nunca saberia lidar com esse cara lhe encarando, era o seu fim! Sabia que, caso ficassem em silêncio, um clima estranho iria começar a pairar sobre os dois, então falou a primeira coisa que veio em sua cabeça.

— É... — Umedeceu os lábios e piscou os olhos diversas vezes, até ter coragem de olhar para o mais velho novamente. — Tô conseguindo fazer os golpes do jeito certo?

— Está. — Sorriu de canto. — Você é um aluno esforçado mesmo — disse, em tom zombeteiro — Só precisa de um pouco mais de calma, senão, vai acabar caindo no chão da próxima vez.

— Céus, que mico. Se você não estivesse perto, eu ia acabar caindo com a bunda no chão.

— Já me ocorreu algumas vezes. — Estalou a língua e deu de ombros, indo até Mabel e tirando-a de dentro da caixa, ouvindo ela miar, nitidamente reclamando por ter sido tirada de perto de seu brinquedo favorito. — E tá tudo bem — disse baixinho, levando-a para perto do espaço da porta. — Empata beijo — sussurrou para a gata, que miou de volta, quando foi colocada para dentro do quarto novamente.

Baekhyun riu discretamente ao imaginar o mais alto caindo de bunda no chão enquanto lutava. Fofo. Park agora segurava o saco de pancadas de um lado, enquanto Byun espancava o outro e ouvia as instruções do moreno de como se posicionar da maneira correta.

Minutos depois, Chanyeol até permitiu ser o alvo dos socos do baixinho, apenas para checar se ele estava usando a força certa e, logo com o primeiro golpe, ficou bastante receoso, — já que Baekhyun estava com medo de machucá-lo —, pois viu que ele tinha bastante força, só precisava da técnica certa — coisa que marcaria para outro dia, pois, o tempo estava passando e o sol se pondo.

(A)polarOnde histórias criam vida. Descubra agora