𝟾 • 𝙴𝚜𝚝𝚛𝚊𝚗𝚑𝚎𝚣𝚊 𝚎 𝚚𝚞𝚒𝚎𝚝𝚞𝚍𝚎

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O meu retorno a Forks High School fora estranho, mais esquisito do que eu imaginara.

Não só Bella e Edward estavam estranhos, mas todos os Cullen. Estavam quietos, apreensivos. Nem mesmo Chloe estava com o seu humor e falatório em nossa aula juntas, até mesmo Emmett estava mais calado no intervalo.

O dia fora estranho, o mais estranho desde que cheguei em Forks e aquilo não me agradava, o silêncio repentino dos Cullen e Bella, eu me sentia ainda mais deslocada e como uma autosabotagem, eu me distanciei inconsequentemente.

Na hora da saída, fui o mais rápido possível para o ponto de ônibus mais próximo, eu iria caminhando mas demoraria quase uma hora até chegar em casa e por mais que eu gostasse de caminhar por Forks, o dia não estava tão propenso assim para uma caminhada.

A única coisa ruim desta cidade são os horários dos ônibus. O tempo que eu gastaria andando, eu gastei o esperando, mas me deu tempo para continuar um livro que comecei em minha mini férias.

Eu não sabia o que tinha mudado nesses dois últimos dias e não queria saber. O alerta vermelho em minha mente ficara ainda mais alto, me alertando, suplicando, para que eu me mantivesse longe, longe do perigo, longe dos Cullen.

Chegando em casa, o céu estava cinza, a chuva começara a aparecer, deixando todo o asfalto e musgo dos troncos de árvores encharcados e o cheiro de planta pairava sobre o ar gélido de Forks.

Apesar do dia estar propenso a um velório, um dia morto, minha mente não descansara como o sol em Forks, estava em completo alerta, atenta. Repassei todas as informações bizarras que eu tinha de todos.

Não comem, não bebem, as vezes parecem que esquecem de respirar, seus olhos mudam de cor conforme seus humores, Rosalie odiava a mim e Bella por nos aproximarmos de sua família perfeita e o acidente da van, onde Edward amassou a van de Tyler com suas próprias mãos - força sobre-humana para um adolescente de dezessete anos.

Pesquisei todas essas palavras em meu computador e só apareciam coisas impossíveis. Os frios. Uma espécie de vampiros.

Ri de mim mesma, estava pegando outra doença: Síndrome Swan.

Desliguei o computador e me deitei, olhando para a minha janela que estava cheia de pingos da chuva.

— Você está enlouquecendo! - indaguei para mim mesma.

Talvez o frio excessivo de Forks estivesse me deixando louca, talvez eu devesse ir para o hospital tomar alguma medicação contra a loucura dos meus pensamentos perturbadores.

Ou era isso, ou eles liam fantasia demais e se portavam como tal propositalmente apenas para espantar os fofoqueiros de plantão da Forks High School. Não teria outra explicação. Sem chances.

Eu precisava guiar meus pensamentos para outra linha de raciocínio ou eu arrancaria meus próprios cabelos de tanto nervosismo.

Trovões rugiam ao longe, o dia ficava cada vez mais perturbador, assim como os meus pensamentos. Mas nem eles eram capaz de calá-los.

Talvez eu tenha ficado inerte por pelo menos duas horas, o dia estava mais escuro, mas ainda era cedo. As nuvens carregadas ficavam cada vez mais acinzentadas e eu me sentia cada vez mais sufocada.

Subitamente sai de casa, em direção a floresta. Eu já morava tempo o suficiente para saber que aqui não é como no Brasil e mesmo se fosse, eu precisava respirar, estava ficando cada vez mais difícil encontrar ar.

Adentrei a mata sem me importar com mais nada, a chuva ainda caia fortemente sob as plantas e grama, meus pensamentos ficavam cada vez mais baixos conforme eu andava, dando vazão apenas para o som dos pingos caindo no chão. Concentrei-me nisso. Não haviam pássaros ali perto, não hoje. Havia apenas eu, a chuva e o musgo das árvores.

𝐃𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫𝐨𝐮𝐬 𝐋𝐨𝐯𝐞 | 𝐑𝐨𝐬𝐚𝐥𝐢𝐞 𝐇𝐚𝐥𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora