𝟼𝟶 • 𝙾 𝚙𝚊𝚛𝚝𝚘

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Arabella chegou um pouco mais cedo. Era para ela chegar dia 15 de Janeiro, mas decidiu que dia 2 de Janeiro era melhor.

Estávamos na sala de hospital improvisada da nossa casa, Rosalie gemia de dor, seu rosto parecia desidratado e sua boca pálida.

Ela lutava e gritava meu nome, por ajuda, enquanto Carlisle dava o seu melhor e eu tentava ajudá-lo de alguma forma.

Eu sempre fui contra partos. É, isso mesmo que você leu. Eu via alguns vídeos e fotos e simplesmente saia traumatizada, não entrava na minha cabeça como alguém achava isso bonito, onde havia beleza nisso? Agora eu sabia, quer dizer, em partes.

Ver Arabella com a metade da sua cabeça para fora da vagina da minha mulher era realmente aterrorizante, mas ver Rosalie tão focada em fazer isso dar certo e dando seu máximo para isso, parecia uma verdadeira leoa, isso, de fato, era lindo de ver.

Ela parecia tentar quebrar minhas mãos, para sua sorte, eu não era tão frágil e tampouco sentia dor, mas eu conseguia sentir a sua dor. Rosalie sem querer me mandava ondas de dor e isso, era uma droga.

Carlisle parecia calmo, tentando nos tranquilizar enquanto meu rosto estava metade aterrorizado e metade feliz, difícil descrever com todas as letras.

Arabella saia com toda a calma do mundo do ventre de sua mãe, sem pressa, como se não tivesse causando muita dor a ninguém.

Quando eu menos esperava, ouvi um choro agridoce, sabe? Aquela melodia fina e longa, irritante, mas suportável.

Rosalie relaxou seus músculos e olhou imediatamente para Carlisle, que segurava nosso tesouro.

A pequena criatura berrante fora para o colo de sua mãe. Eu me aproximei e sorri, enquanto Rose tentava a acalmar, cantarolava baixinho e mexia seus braços pálidos que estavam ao redor da pequena criança.

Eu me atrevi a tocar delicadamente sua frágil cabeça cheia de cabelos, o que era impressionante. Será que eles seriam cacheados como o meu ou liso como o de sua mãe? Ou ondulado? Uma mistura dos dois? Ah, como eu estava ansiosa para ver esse crescimento de perto.

Rosalie me olhou. Eu sempre vi o brilho nos olhos dela, mas agora era diferente. Não só havia milhões de estrelas em seus olhos, como tinha sol também. A maior estrela existente, era os olhos de Rosalie. Ela sorria para mim e eu para ela.

— Vou deixá-las a sós. - disse Carlisle enquanto tocava meu ombro e logo sumiu de vista, restando apenas Rose, Arabella e eu, enquanto os outros estavam em nossa sala, provavelmente ouvindo tudo.

— Oi criaturinha. - disse baixinho perto do bebê. - você é tão perfeita quanto sua mãe, sabia disso?

Rosalie sorriu. — Espero que este apelido não pegue. — sua voz estava rouca, fraca.

— Acho melhor descansar, meu bem.

— Não quero soltá-la nunca.

— Eu sei, mas é necessário. Só por alguns minutos, tudo bem?

Rosalie assentiu e logo vi seus olhos ficarem opacos. Eu estranhei, ela estava realizada, cadê o sol? As estrelas?

Seu olhar agora era vazio. Eu peguei Arabella no colo e chacoalhei o corpo pálido de Rosalie. Nada.

— Carlisle! - gritei sem medir esforços e logo Arabella voltou a chorar.

Carlisle, Esme e Alice vieram ao meu chamado.

— Deixe que eu seguro ela. - disse Alice pegando Arabella de mim.

Eu estava tão fraca, confusa, que Alice não precisou se esforçar para tirar a bebê de meus braços.

𝐃𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫𝐨𝐮𝐬 𝐋𝐨𝐯𝐞 | 𝐑𝐨𝐬𝐚𝐥𝐢𝐞 𝐇𝐚𝐥𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora