𝟻𝟺 • 𝚄𝚖 𝚛𝚎𝚌𝚘𝚖𝚎𝚌̧𝚘

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Rosalie ficou comigo a noite inteira naquele dia. Ficamos o tempo todo em silêncio, tentando nos desconectar do nosso passado turbulento.

Riley estava morto e isso me aliviava de alguma forma. Já faziam sete dias desde que tudo aconteceu.

— Alice me ligou. - indagou Lisa ao entrar no meu quarto. - Ela está com saudades de nós, já fazem o que? 7 dias que não os vemos?

Eu estava embaixo da coberta, olhando para o teto.

Naquela manhã, Rosalie foi embora para o seu hotel e desde então não a vi. Eu sentia que precisava tentar curar aquelas feridas antes de começar de novo, eu me sentia quebrada e suja, eu não podia jogar este fardo para ela. Ninguém merecia segurar o meu peso.

Lisa abriu as cortinas de minha janela e meus olhos doeram com a claridade. Escondi meu rosto com o cobertor e rosnei de raiva.

— Feche isso!

Lisa sentou-se em minha cama e logo Meg, Luigi e Victoria entraram no meu quarto.

Eu coloquei os olhos para fora e os olhei confusa.

— Você precisa se alimentar. - disse Victoria.

Todos agora estavam sentados em minha cama.

— Estamos preocupados, zia. - disse Luigi.

Riley realmente conseguiu me matar, de alguma forma.

— Não precisam se preocupar comigo, eu só preciso de um tempo.

— Sete dias é o suficiente e eles já expiraram. - Meg respondeu.

— Estamos a sete dias sentindo sua dor, May e é uma merda te ver dessa forma. - continuou Lisa. - Você não é mais aquela Maylla solitária, você nos tem para a vida toda, poxa!

— Nós não seríamos nada sem você. - disse Victoria. - E queremos que saiba que não vamos sair do teu lado nunca!

— Cadê aquela Maylla que perdia os amigos, a namorada, mas nunca a piada? - perguntou Megan. - Estamos com saudade dela para alegrar nossos dias.

Eu queria chorar até morrer desidratada.

— Sem contar que você tem uma mulher para reconquistar. - lembrou Lisa.

— Rosalie jamais será feliz comigo. Eu vi.

— O que? Como assim? - indagou Lisa surpresa.

— Eu a vi de coração partido, nem mesmo Bree conseguia lhe animar, ela estava completamente desolada, morrendo aos poucos...

— E quem garante que é por algo que você fez? - perguntou Victoria.

— Vocês me conhecem, eu sou mestra em fazer merda.

Eu ria, mas meu coração doía. Aquela visão acabou com o pouco de sanidade que me restava.

— Cabe a você mudar esta visão, mas não conseguirá fazer isso se não levantar da cama! - indagou Megan.

— May, eu sei que você passou boa parte da sua vida sozinha, mas você não está mais. - começou Lisa. - Eu sei que está sentindo muita dor e talvez você não esteja enxergando isso agora, mas você não é uma pessoa ruim. Nós somos o exemplo disso, você não percebe? - eu neguei com a cabeça. - No dia em que nos conhecemos, eu estava planejando fugir de casa depois da escola, eu estava inquieta, ansiosa, triste e nem mesmo meus colegas da época perceberam, mas o que você fez? Você veio até mim e perguntou se eu estava bem, quando ouviu minha resposta, me chamou para ir para sua casa ouvir alguns CD's que você tinha ganhado, só para eu não fazer uma burrada que seria meu maior arrependimento da vida! Por um simples gesto teu, você mudou minha vida.

𝐃𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫𝐨𝐮𝐬 𝐋𝐨𝐯𝐞 | 𝐑𝐨𝐬𝐚𝐥𝐢𝐞 𝐇𝐚𝐥𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora