𝟸𝟿 • 𝚅𝚒𝚌𝚝𝚘𝚛𝚒𝚊

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Graças ao meu dom, eu consegui ganhar uma boa quantia de dinheiro. Dinheiro o suficiente para estabilizar minha vida por um tempo, a de mamãe e ajudar Victoria.

Os Cullen estavam cada vez mais próximos de mim e eu não poderia arriscar com Victoria em minha casa, então fui até ela.

Ao entrar no túnel, ela estava escrevendo algo em um caderno preto, mas ao me ver, ela sorriu e largou o caderno, se levantou e ficou no meu aguardo.

— Tenho uma surpresa para você! - exclamei animada.

Victoria se empolgou e isso me deixou ainda mais ansiosa.

— O que é? - perguntou.

— Vou te levar para um lugar. - estendi minha mão e logo ela pegou.

Corremos em velocidade inumana para uma parte mais afastada do centro de Seattle. Não era tão vazia, mas também não era cheia ao ponto de Victoria do nada massacrar a cidade, por exemplo.

— O que tem nesse prédio? - ela me olhou confusa.

Puxei seu braço e entramos, fomos de elevador até o sétimo andar. Victoria estava mais confusa do que antes, mas não perguntara mais nada durante o trajeto.

O elevador abriu e fomos até uma porta, eu peguei a chave em meu bolso da calça e abri.

Era um apartamento mais simples, porém aconchegante. Suas paredes eram bege claro, dependendo da iluminação parecia até quase branco.

Havia uma sala com uma janela enorme que dava para ver a cidade de Seattle de um bom ângulo, um sofá grande e aconchegante, com uma TV e uma mesa de centro. Havia algumas pinturas penduradas, com pôr-do-sol e uma casa de campo.

Ao lado estava a cozinha, toda branca e cinza com todos os utensílios.

Andando pelo pequeno corredor, havia um banheiro e no final, um quarto. Uma cama de casal e um closet e claro, outra enorme janela.

Uma coisa que eu gostava do exterior era o fato de que todas as casas e apartamentos tinham grandes janelas. Sempre fui amante de varandas ou janelas grandes o suficiente para ter uma Boa Vista.

Enquanto eu fazia o tour com Victoria, ela ficará em silêncio, seus pensamentos estavam confusos, mas ela estava visivelmente feliz.

— Agora você ficará mais perto de mim! - sorriu para mim enquanto sentávamos na cama.

A olhei e sorri. — Ele é seu.

A boca de Victoria abriu, ela estava genuinamente surpresa e grata.

— O que? Isso é demais...

— Eu não podia continuar deixando você morar naquele túnel, Vic. - indaguei enquanto acariciava sua mão. - Eu sei que você é mais do tipo nômade, não fica em um lugar só e tudo isso, mas, se você estiver pronta para começar uma vida mais tranquila ou até mesmo se quiser continuar sendo nômade, pelo menos saberá que sempre terá um lar esperando por você.

Victoria me abraçou forte e eu sabia o quanto aquilo significou para ela. Não de uma forma gananciosa ou interesseira, mas ninguém nunca havia demonstrado tanto carinho e cuidado para ela, era como se ela não conhecesse essa sensação de ser cuidada e aquilo me comoveu.

Não era tudo que me comovia. Já assisti milhares de filmes de drama e nunca sequer derrubei uma lágrima, mas naquele momento, se eu pudesse, teria derrubado mais de mil.

Eu sabia dos defeitos de Victoria, sabia dos seus erros do passado e de quem ela era, mas ainda assim, ninguém além de nós duas, sabia como tinha sido sua vida humana ou o começo de sua nova vida. Victoria era daquele jeito pois ela nunca tinha vivenciado algo diferente. Sua vida sempre fora repleta de caos, perseguição e abandono, desde quando ela se conhece por gente. Victoria não sabia o que era ter um lar, muito menos o que era amor e cuidado e eu queria proporcionar isso a ela de alguma forma.

𝐃𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫𝐨𝐮𝐬 𝐋𝐨𝐯𝐞 | 𝐑𝐨𝐬𝐚𝐥𝐢𝐞 𝐇𝐚𝐥𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora