𝐃𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫𝐨𝐮𝐬 𝐋𝐨𝐯𝐞 | 𝐑𝐨𝐬𝐚𝐥𝐢𝐞 𝐇𝐚𝐥𝐞

𝟻𝟹 • 𝙵𝚎𝚛𝚒𝚍𝚊𝚜 𝚊𝚋𝚎𝚛𝚝𝚊𝚜

Rosalie se aproximou de mim, se agachou e tocou meu rosto.

Meus braços abraçavam minhas pernas, eu estava assustada, exausta, como se eu tivesse acabado de correr uma maratona.

Eu a olhei, ela estava preocupada, seus olhos me analisavam cautelosamente.

— Como você está?

Como eu poderia estar? Passei cinco dias sendo mentalmente torturada, todos os meus medos, meus traumas, sendo ditos da pior forma possível.

Eu me sentia mais morta do que nunca. Era assim que eu estava.

— Vou ficar bem. - me limitei a dizer.

Rosalie me ajudou a levantar e junto com nossas famílias, voltamos para a minha casa.

Eu não disse uma palavra sequer durante todo o percurso. Era como se só o meu corpo estivesse vivo, correndo, mas minha mente estava apagada, morta.

Riley foi criativo em sua vingança. Ele não mandou seus brutamontes me matar, ele me queria viva, ele queria que eu revivesse todos os traumas da minha vida.

O outro vampiro fez este trabalho com maestria fazendo com que eu fosse capaz de literalmente assistir todos os episódios trágicos da minha vida.

Eu estava presa, completamente imóvel, sendo forçada a ver aquele verme me violando outra vez, como se eu tivesse voltado para aquela realidade, como se eu estivesse sentindo tudo de novo.

Rosalie me colocou deitada em minha cama e sentou ao meu lado, acariciando minha têmpora.

Nem mesmo isso era capaz de curar a dor que eu estava sentindo. Eu estava destruída.

— O que eu posso fazer por você? - perguntou ela.

— Acho que eu não tenho conserto, Rosalie. - sussurrei.

Rosalie franziu a testa.

— Todos temos.

— Eu não sei se consigo mais, eu só... e-eu não sei, Rosalie, está tudo preto...

Rosalie me abraçou e eu recuei, atordoada, ainda sendo assombrada pelos últimos anos.

Rosalie se afastou e me olhou confusa.

— Desculpe... - pedi quando percebi o que tinha feito. - E-eu só...

— Shhh... está tudo bem agora, Maylla.

Eu fechei os olhos. Eu queria gritar. Queria chorar. Queria apagar tudo da minha mente. Queria parar de sangrar por dentro, queria parar a dor. Eu queria morrer e não voltar mais, nunca mais.

— Eu estou aqui com você, Maylla.

— Eu não mereço você, Rosalie. - indaguei ainda de olhos fechados. - eu não mereço a vida que eu tenho, não mereço a imortalidade.

— Está louca? Você não é uma pessoa ruim!

— Eu sou acima disso, eu sou um monstro.

Rosalie deitou ao meu lado, nossos braços se encostaram, mas permaneci de olhos fechados.

— Você quer que eu suma da sua vida? - perguntei genuinamente.

Rosalie me olhou confusa e irritada, respirou fundo.

— Suma de novo e eu juro que...

Ela parou antes de terminar a frase. O remorso passou subitamente pela sua cabeça com as lembranças do passado.

— Eu quero tentar algo. - Seu olhar fora para confusão outra vez.

— O que?

— Eu nunca consegui me abrir abertamente para alguém, mas eu sinto que se eu não fizer isso agora, eu vou explodir e morrer de vez.