te amo

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     Era fim de semana, Ruggero havia comprado tudo que seria necessário na pequena reforma, ela o recebeu com um abraço apertado, antes mesmo de colocar tudo que carregava no chão.

— que bom que chegou docinho — disse ela animada.

— vamos a obra?

— vamos.

     Ruggero tirou tudo que havia dentro do quarto e logo começou a pintura, Karol queria ajudar, mas ele não deixou.

— não pode ficar aqui, o cheiro forte da tinta pode fazer mal.

— docinho...

— nem adianta falar assim é para seu bem e da nossa filha.

— tá bom.

     Era tarde, Ruggero havia terminado a pintura então foi até o quarto de Karol avisar, a porta estava aberta, usava apenas um top e uma calcinha, estava deitada, tinha os olhos fechados e acariciava a barriga com a ponta dos dedos, parecia pensativa, tanto que nem havia notado ele a olhando.

— Karol...

— não vi você chegando.

— estava tão quietinha.

— pensando.

— no que? — ele perguntou sentando ao lado dela, Karol pensou em dizer mas lhe faltou coragem.

— nada demais.

— está diferente ultimamente.

— diferente como?

— sem piadinhas de cunho sexual, muito quieta, até meio distante — ele disse acariciando a barriga dela.

— não é nada, estou muito feliz, mas está grávida em um tanto cansativo, os hormônios estão acabando comigo — disse ela e era meio verdade mesmo.

— entendo, bom vou embora, você precisa descansar e eu preciso de um banho.

— já acabou?

— sim, mas não vai lá hoje, o cheiro de tinta está muito forte.

— pode deixar — Ruggero respirou fundo então a deu um beijo na testa.

— vou indo, qualquer coisa me liga.

— até logo.

— até — Ruggero saiu do quarto, caminhou em direção a porta, quando estava prestes a sair escutou ela o chamar.

— Ruggero...

— aconteceu alguma coisa? você nunca me chama pelo nome — ela então assentiu com a cabeça e se aproximou segurando sua mão.

— não vai, fica...pra sempre, sinto que se você não estiver aqui nada vai estar completo, por que...por que te amo — ele a tomou em seus braços um abraço cheio de sentimentos então sussurrou as palavras ao ouvido dela.

— eu também te amo, minha indecente.

— sua?

— se quiser será minha pelo resto da vida, não sei nem explicar o quanto te amo.

— sua — Karol segurou o rosto dele em suas mãos e o beijou, sem excitação, sem segundas intenções, apenas amor e carinho.

— estou todo sujo.

— eu não me importo.

— estou com um cheiro horroroso de tinta.

— toma um banho.

— mas não tem roupa minha aqui.

— fica pelado, prometo que não olho.

— te conheço — ele disse a fazendo sorrir e a beijou.

— te amo.

— te amo.

— te amo

— te amo — disseram repetidamente enquanto trocavam beijos.

      Karol esperava ansiosa Ruggero sair do banheiro, mal podia acreditar que havia criado coragem para se declarar e que o sentimento era recíproco. Assim que ele deitou na cama Karol se aconchegou no peito dele.

— achei que não sentia nada por mim e que esse carinho todo era apenas pela gravidez.

— faz tempo que estou apaixonado feito um bobo, um bobo que não tinha coragem de declarar os sentimentos.

— como ficamos agora? — ela questionou enquanto deslizava a ponta dos dedos pelo peito dele.

— juntos.

— como namorados de verdade?

— você quer?

— é tudo que mais quero nesse momento, bem que você podia fazer o pedido bonitinho, não sei, talvez me levar em um motel, transarmos a noite toda — ela disse o fazendo rir.

— minha indecente, prometo que vou fazer o pedido nos conformes, mas nada de transar a noite inteira, pelo menos por enquanto — ele beijou o topo da cabeça dela e acariciou sua costas.

— ela chutou.

— onde? — Karol deitou de barriga para cima e colocou a mão de Ruggero sob a barriga dela, mais uma vez a bebê chutou e enquanto Ruggero sorria lágrimas rolavam no rosto de Karol — não chora.

— não dá, ando muito emocionada, culpa dos hormônios da gravidez — ele secou as lágrimas no rosto dela e beijou sua testa — docinho, vem morar aqui.

— tem certeza? é um passo muito grande.

— eu sei que é, mas quero dar esse passo, eu te amo e te quero comigo, não tenho dúvidas, só falta você.

— a verdade é que sempre ficava com o coração apertado quando ia embora e te deixava aqui sozinha, queria dormir todas as noites com você, te ver acordar e dizer o quanto te amo todas as manhãs.

— então vamos aproveitar, não pensa mais docinho, só se entrega.

— amanhã vou contar aos meus pais e começar a trazer minhas coisas — ele disse e teve seus lábios selados em um beijo.

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