Capítulo 2

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São quase oito da noite quando o pessoal começa a chegar. Estamos em volta da piscina e cumprimento alguns rostos conhecidos e fujo de alguns caras quando chegam em mim, enquanto beberico meu drink de maracujá sem álcool que Samuca preparou especialmente para mim.

Estou agradecida que a festa é na piscina, pois estamos todas de biquíni e não precisei ficar me arrumando demais, embora, passei alguns minutos em frente ao espelho me decidindo se passava um pouco de maquiagem ou não, pois queria estar bonita para quando reencontrasse Ravi, mas também não queria que pensasse que me arrumei para ele. Passei um pouco de Lip Tint, preenchi minhas sobrancelhas, um pouco de corretivo e máscara de cílios, só. Desmanchei a trança que fiz mais cedo quando meu cabelo ainda estava molhado e agora está com umas ondinhas bem charmosas.

Maju já está em combate com um loiro do outro lado da piscina. Claramente flertando, forçando risada e passando a mão pelo braço do cara.

Tento controlar minha respiração, mas meu coração está acelerado e o frio em minha barriga não passa. Estou parecendo patética, parada aqui olhando para a entrada da casa a cada dois segundos esperando para o ver chegar, mas ele não chega.

Após dez minutos, parada encarando a porta, vou até meu irmão próximo à churrasqueira. Ele está assando pão de alho.

— Matteo, eu tô com fome. Não dá pra passar a noite só comendo salgadinhos — reclamo.

Ele põe os pãezinhos no prato.

— Pedi pizza, já deve estar chegando. Come. — Matteo coloca um pão num guardanapo e me entrega. Eu dou uma grande mordida. — Pode ver se as batatas da AirFryer estão prontas? Se tiver, coloque num pote e traga para cá.

Vou até à cozinha, verificando as batatas e elas já estão douradinhas. Passo elas para um recipiente e coloco mais na AirFryer.

Sinto um cheiro de pizza delicioso e sorrio feliz. Estou faminta.

Viro-me esperando encontrar o entregador, mas não é o entregador que está em minha cozinha.

É Ravi.

Congelo. Meu coração acelera tanto que chega a doer e sinto a pulsação em meus ouvidos.

Ravi não esboça nenhuma reação, apenas me encara enquanto segura cinco caixas de pizzas com uma mão.

E ele está tão lindo.

Seu corpo está mais bronzeado do que me lembro, destacando seus olhos cor-de-mel e os cachinhos dourados. E uau, ele parece mais alto e muito mais forte do que da última vez que nos vimos. Nesses quase três anos, ele passou de um menino para um homem. E que homem.

Pigarreio, limpando a garganta, tentando me recuperar do baque.

— Oi — digo, a voz quase inaudível. Escoro-me na bancada da pia, sentindo minhas pernas vacilarem.

Ravi não responde.

Não consigo desvendar o mistério em seus olhos. Uma mistura de raiva, surpresa e talvez até admiração em me ver novamente.

Vejo o engolir em seco, ele desvia seu olhar do meu e deixa as caixas de pizza na bancada.

Ele se vira para sair da cozinha, me ignorando totalmente.

— Ei, não vai falar comigo?

Ele para no meio do caminho, suspira fundo e olha de novo para mim.

— Oi — diz apenas e me dá as costas de novo.

Fico perplexa. Acho que preferiria ele implicando comigo e jogando as coisas na minha cara, do que fingir que não existo. Saio atrás dele chamando pelo seu nome, tentando o alcançar. Ravi já está no quintal quando finalmente para pra me ouvir.

Apenas dez dias Onde histórias criam vida. Descubra agora