Capítulo 7

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— Eu não acredito que viu o pau dele! — Maju gargalha alto, rolando em minha cama

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— Eu não acredito que viu o pau dele! — Maju gargalha alto, rolando em minha cama.

Estamos em meu quarto e conto a ela os acontecimentos de ontem, pois só agora tive oportunidade. Voltamos do restaurante já era mais de meia-noite; eu precisava tomar banho para tirar toda a base que Laura passou em mim e ainda estava chateada por Ravi ter sido mais uma vez estúpido comigo. Só queria me enfiar debaixo das cobertas e chorar. Parece que a cada dia que passamos aqui fica mais difícil lidar com ele. Ravi não vai ceder, eu sei disso.

— Não foi de propósito! — justifico, deitando com a cabeça pendurada para fora da cama. — A culpa é dele por tomar banho pelado no meu quintal, qualquer um poderia ter visto!

Um meio sorriso toma conta dos meus lábios quando a imagem dele debaixo da ducha invade meus pensamentos e, ainda bem que fui eu quem vi.

— Mas me conta, vai. — Ela se senta, limpando o cantinho dos olhos marejados. — Qual tamanho? — Maju coloca uma mão na frente da outra e vai aumentando e diminuindo a distância gradativamente.

Bato em suas mãos.

— Maju!

Nem se eu quisesse poderia dar essa informação. Com o susto que tomei quando ele se virou, não tive tempo de reparar muito. Mas minha imaginação tem trabalhado bastante nisso.

— Falando sério agora, Malu. — Ela cruza as pernas e eu também me sento para saber o que ela tem a dizer. — Não sei qual é a desse Ravi. Não gosto do jeito que ele trata você. Sei que ele está com raivinha e blá blá blá, mas isso não justifica o jeito como ele fala contigo. Por outro lado... — Ela faz uma pausa dramática, o que aumenta minha curiosidade.

— Por outro lado? — Eu a incentivo a continuar.

— Acho que ele ainda sente algo por você — diz por fim, revirando os olhos.

Suspiro, concordando com as duas coisas. Não sei se dez dias serão o suficiente para amolecer aquele coração de pedra. Depois da nossa conversa de ontem no restaurante, sinto que Ravi tem mais mágoa do que imaginei e pelo jeito que agiu quando disse que não sei nada sobre ele, sinto que tem algo mais acontecendo em sua vida para o deixar tão carrancudo e frio. Não sei como meu irmão conseguiu convencer ele de vir para cá e não sei como vou reverter essa situação, mas se tem alguém para me dar todas as respostas que preciso sobre Ravi, é Matteo. Se ele vai colaborar comigo já é outra coisa.

— Ele acha que usei ele, mas não é verdade. — Eu engulo o nó na garganta, lembrando de como ele me olhou quando disse isso ontem. — Ravi sempre foi meu crush, Maju. Eu contava os dias para vir visitar meus avós só para ver ele e isso foi muito antes dele sequer me beijar. Me contentava em ser só a amiga dele, o chaveirinho que ele carregava pra baixo e pra cima pela praia.

Eu tinha dez anos quando o conheci, ele era apenas um ano mais velho que eu. Quando chegamos para visitar meus avós, Ravi estava hospedado aqui. Ele morava na rua de trás, mas meus avós gostavam tanto dele, que ele passava os dias aqui depois do colégio. Ele era como o neto que morava perto que eles não tinham, já que os visitávamos só nas férias.

Apenas dez dias Onde histórias criam vida. Descubra agora