Tem quase uma hora que estamos rodando atrás de Laura feito baratas tontas. Já fomos ao supermercado, em lojas de rua e agora estamos no shopping, onde ela já entrou em uns cinco lugares diferentes, com uma pausa de dez minutos para lancharmos porque Maju implorou dizendo estar com fome. Maju e eu estamos lotadas de suas sacolas. O porta-malas está cheio e pelo andar da carruagem, teremos que voltar a pé, já que as sacolas ocuparão todo o carro.— Eu estou tentando lembrar em que momento ela virou a abelha rainha e nós os zangões — comenta Maju, apontando para as sacolas em suas mãos. — Por que estamos carregando as compras dela?
Eu rio de sua expressão.
Laura está há uns cinco passos de nós, pronta para entrar em mais uma loja. Agora de acessórios.
— Ela pediu pra gente segurar por um minuto e nunca mais pegou de volta.
— Ah, mas ela vai pegar é agora! — Maju caminha rápido até ela, gritando seu nome. — Laura? Laura!
Laura se vira desesperada, olhando para todos os cantos, envergonhada.
— Quer parar de gritar? — ela sussurra. — Estamos em um lugar civilizado Maria Júlia, eu sei que não está acostumada, mas pelo menos tente!
— Eu não sou sua empregada, não vou mais carregar suas compras! — Maju estica as sacolas para ela pegar. — Ficar rodando atrás de você não compensa os cem reais que Matteo pagou.
Mordo o lábio e dou uma cotovelada em Maju quando Laura me encara.
— Matteo pagou a vocês para sair comigo? — pergunta, atônita.
— Não é bem assim, Laura — desconverso, encolhendo os ombros.
Ela solta o ar com uma risada de indignação.
— Vamos embora!
Laura passa por nós como um furacão. As sacolas continuam em nossas mãos.
— Não podia segurar sua língua? — brigo com Maju.
— Eu não sabia que era segredo — reclama. Vou correndo até Laura porque sei que ela irá fazer a cabeça do meu irmão.
Quando chegamos a casa, somos obrigadas a tirar as sacolas dela do carro, já que a mesma parou o veículo de qualquer jeito e saiu marchando para dentro com seus saltos quinze. Jogamos tudo no sofá, após duas viagens e o resto ela que se vire.
Está tudo muito silencioso em casa e nem sinal dos meninos.
Eu vou até à cozinha em busca de algo para comer e Maju vem logo atrás.
Ouço barulho no quintal e sei que estão todos lá.
Tento ver pela janela para descobrir de quem são as outras vozes e risadas, mas não consigo, pois tem uns malditos arbustos bem na frente.— Disse pra Laura que paguei a vocês para sair com ela? — Matteo irrompe à cozinha, furioso.
— Foi a Maju. — Me defendo, de boca cheia.
Maju me encara, estreitando os olhos.
— Quero meu dinheiro de volta. — Matteo estica a mão em sua frente.
— Eu não vou devolver — rebate, dando um tapa em sua mão. — O combinado era a gente acompanhar ela, não ser os capachos dela. E eu já gastei — conclui, indo até à pia lavar seu copo.
Matteo bufa, com as mãos na cintura. Ele me encara, dou de ombros e ele decide não discutir, saindo da cozinha.
Depois que termino de comer, subimos para por biquíni e coloco um short por cima. Quando chegamos na piscina, está Samuel, três amigos de Matteo que reconheço da vizinhança, Ravi e uma menina sentada em seu colo, sendo que têm espreguiçadeiras livres ao seu lado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Apenas dez dias
Roman d'amourMalu tem uma quedinha por Ravi desde a infância. Ravi foi seu primeiro beijo em um jogo bobo de girar a garrafa, depois disso, tudo desandou. Agora prestes a completar dezoito anos, Malu irá dividir a casa de praia com ele e Ravi não está disposto a...