Capítulo 4

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Tem quase uma hora que estamos rodando atrás de Laura feito baratas tontas. Já fomos ao supermercado, em lojas de rua e agora estamos no shopping, onde ela já entrou em uns cinco lugares diferentes, com uma pausa de dez minutos para lancharmos porque Maju implorou dizendo estar com fome. Maju e eu estamos lotadas de suas sacolas. O porta-malas está cheio e pelo andar da carruagem, teremos que voltar a pé, já que as sacolas ocuparão todo o carro.

— Eu estou tentando lembrar em que momento ela virou a abelha rainha e nós os zangões — comenta Maju, apontando para as sacolas em suas mãos. — Por que estamos carregando as compras dela?

Eu rio de sua expressão.

Laura está há uns cinco passos de nós, pronta para entrar em mais uma loja. Agora de acessórios.

— Ela pediu pra gente segurar por um minuto e nunca mais pegou de volta.

— Ah, mas ela vai pegar é agora! — Maju caminha rápido até ela, gritando seu nome. — Laura? Laura!

Laura se vira desesperada, olhando para todos os cantos, envergonhada.

— Quer parar de gritar? — ela sussurra. — Estamos em um lugar civilizado Maria Júlia, eu sei que não está acostumada, mas pelo menos tente!

— Eu não sou sua empregada, não vou mais carregar suas compras! — Maju estica as sacolas para ela pegar. — Ficar rodando atrás de você não compensa os cem reais que Matteo pagou.

Mordo o lábio e dou uma cotovelada em Maju quando Laura me encara.

— Matteo pagou a vocês para sair comigo? — pergunta, atônita.

— Não é bem assim, Laura — desconverso, encolhendo os ombros.

Ela solta o ar com uma risada de indignação.

— Vamos embora!

Laura passa por nós como um furacão. As sacolas continuam em nossas mãos.

— Não podia segurar sua língua? — brigo com Maju.

— Eu não sabia que era segredo — reclama. Vou correndo até Laura porque sei que ela irá fazer a cabeça do meu irmão.

Quando chegamos a casa, somos obrigadas a tirar as sacolas dela do carro, já que a mesma parou o veículo de qualquer jeito e saiu marchando para dentro com seus saltos quinze. Jogamos tudo no sofá, após duas viagens e o resto ela que se vire.

Está tudo muito silencioso em casa e nem sinal dos meninos.

Eu vou até à cozinha em busca de algo para comer e Maju vem logo atrás.

Ouço barulho no quintal e sei que estão todos lá.
Tento ver pela janela para descobrir de quem são as outras vozes e risadas, mas não consigo, pois tem uns malditos arbustos bem na frente.

— Disse pra Laura que paguei a vocês para sair com ela? — Matteo irrompe à cozinha, furioso.

— Foi a Maju. — Me defendo, de boca cheia.

Maju me encara, estreitando os olhos.

— Quero meu dinheiro de volta. — Matteo estica a mão em sua frente.

— Eu não vou devolver — rebate, dando um tapa em sua mão. — O combinado era a gente acompanhar ela, não ser os capachos dela. E eu já gastei — conclui, indo até à pia lavar seu copo.

Matteo bufa, com as mãos na cintura. Ele me encara, dou de ombros e ele decide não discutir, saindo da cozinha.

Depois que termino de comer, subimos para por biquíni e coloco um short por cima. Quando chegamos na piscina, está Samuel, três amigos de Matteo que reconheço da vizinhança, Ravi e uma menina sentada em seu colo, sendo que têm espreguiçadeiras livres ao seu lado.

Apenas dez dias Onde histórias criam vida. Descubra agora