Acordo quando a luz suave do sol começa a invadir o quarto pelas frestas da cortina. O quarto é inundado por um brilho quente, dissipando a temperatura gelada que estava no ambiente desde o dia anterior por eu colocar o ar-condicionado no mínimo. Por alguns segundos, fico deitada ajustando à realidade ao meu redor. O teto cinza acima de mim e a decoração minimalista ao redor, contrastando fortemente com os tons de azul bebê do meu quarto, revela que adormeci na cama de Ravi.
Olho para o lado, o encontrando adormecido, num sono tranquilo. Os cachinhos estão caídos por sua testa e seus lábios estão meio entreabertos e tem um pouquinho de baba formando uma poça em seu antebraço. Um sorriso involuntário surge em meus lábios enquanto afasto delicadamente os cachos dourados da testa de Ravi. Ele fica ainda mais bonito assim, pacífico, quando não está com sua pose de durão e a testa franzida como na maior parte do tempo, parecendo calmo e relaxado. Nem em meus sonhos mais bonitos me imaginei acordando ao seu lado. Parece até mentira.
Estico-me para pegar o celular em cima da mesinha de cabeceira e tirar uma foto sua, só para provar para mim mesma mais tarde que isso tudo não foi um sonho.
Um sorriso surge no meu rosto ao lembrar da noite passada. Nos beijamos tanto que foi difícil manter o autocontrole. E, embora não tenha passado disso, foi o suficiente para eu desejar ter isso diariamente. Ravi faz parecer tudo mais sedento, selvagem e prazeroso, deixando cada momento ao lado dele mais emocionante.
Finalmente desbloqueio o celular para abrir a câmera, mas me sento na cama às pressas quando percebo que horas são. Já são quase oito! Se Matteo descobrir que passei a noite aqui, estou ferrada. Me apresso em levantar da cama, tomando cuidado para não fazer barulho e vou na ponta dos pés até a porta, virando a chave com maior cuidado do mundo, torcendo para que todos ainda estejam dormindo.
Giro a maçaneta devagar, fazendo uma careta quando a porta range um pouco e viro para trás, me certificando de que Ravi continua dormindo. Ele se mexe, vira para o outro lado e continua dormindo como um bebê. Seguro a respiração enquanto fecho a porta com o máximo de cuidado. Assim que estou do lado de fora e a porta está completamente fechada, solto o ar, mas a tensão não desaparece, o medo de ser pega pulsando a cada batida do meu coração.
Mas quando me viro, dou de cara com Samuel saindo do banheiro. Ele está sem camisa, só com uma calça de moletom e pés descalços. Ele congela quando me vê. Samuel olha de mim para a porta do quarto de Ravi e eu largo a maçaneta, mesmo que seja tarde demais para fazer isso. Seus olhos descem para a camisa em meu corpo e depois para minhas pernas desnudas e quando seus olhos voltam para o meu rosto, parece haver um vislumbre de reconhecimento. Mesmo que seja um reconhecimento equivocado.
Puxo a camisa mais para baixo, sentindo o peito doer quando vejo seu rosto se contorcer. Uma onda de culpa e vergonha me invade. Sinto minhas bochechas esquentarem e meu coração bate tão forte que sinto cada batida ecoando nos meus ouvidos como um tambor.
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Apenas dez dias
RomanceMalu tem uma quedinha por Ravi desde a infância. Ravi foi seu primeiro beijo em um jogo bobo de girar a garrafa, depois disso, tudo desandou. Agora prestes a completar dezoito anos, Malu irá dividir a casa de praia com ele e Ravi não está disposto a...