• Caóticos Sekis •

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- Capítulo 14 -

- Entendo, então seu amigo precisa do número de Beelzebub?

Sasaki concordou com a cabeça; para sua surpresa, Hades e Apolo não o excluíram como esperava que fosse acontecer. O platinado, depois dos acontecimentos no aquário, aproveitou o trabalho como uma oportunidade de trazer o japonês para sua casa e aproximá-lo de seu irmão, que parecia ter gastado toda sua coragem naquele único dia. Poseidon agia como uma criança tímida que não queria participar de um jantar em família, o Demetrious sinalizava um "fala com ele", recebendo um enorme "não" desesperado das mãos de seu primo, enquanto negava com a cabeça.

Curioso, Kojiro virou para onde Apolo olhava, sorrindo ao perceber que se tratava de Poseidon. Não entendia ao certo o motivo para estar se escondendo, mas deu um aceno para indicar que tinha sido descoberto. Sem outras opções, o segundo loiro no cômodo começava a participar da reunião.

Esfregou as mãos para aliviar o nervosismo assim que se sentou no tapete ao lado do convidado da casa, retomando a conversa e tentando distrair da tentativa vergonhosa de se esconder de agora pouco.

- Não entendo o motivo para você e seus amigos parecerem ter medo de nós. - Iniciou, fazendo o ômega encará-lo confuso. - Quando seu irmão sobrou com Thor e Sif, ficou com cara de desesperado. No primeiro dia de reunião do grêmio, Hades disse que o Huang se sentou o mais afastado que conseguia, e no dia do aquário vocês assumiram uma postura defensiva quando me viram. É como se tivessem medo de quem faz parte dos Vagabundos. - Falou, tentando desviar a atenção do quão patético parecia anteriormente, resultando em Apolo o encarando em julgamento: "olha só quem fala", podia ser lido no rosto de seu primo.

Um clima estranho se instaurou no cômodo pela observação repentina.

Kojiro se encolheu envergonhado, percebendo que aquilo que dizia era verdade. A maioria dos garotos de fato tinham medo dos Vagabundos, com exceção de Nostradamus, Buddha e Grigori. Não sabia do resto, mas de sua parte, o que o assustava era a chance de criar desafetos por incomodar algum dos garotos populares.

- Qin achava que Hades o odiaria por causa do assunto de Perséfone. - Se limitou a dizer a primeira coisa que veio em mente.

- Sim, todos achavam isso. - Apolo se manifestou. - Eu até entendo ele, mas não o resto de vocês.

- Já pedi desculpas pelo aviso. - Hades murmurou.

Quando Ying Zheng assumiu, não foi bem aceito pelo alfa; mas Hades compreendia que continuar evitando seu colega de equipe seria falta de maturidade. Arriscou se aproximar e sendo bem sucedido criou um vínculo especial com o outro lupino, de líder para líder, mas diferente do que tinha com Brunhilde, sem saber ao certo como definir aquela amizade. Voltou sua mente para o diálogo sobre os novos populares, suas "contrapartes", os Damas.

- É que... Vocês são um pouco... Intimidadores? - Se encolheu mais, fortificando seu ponto. - Digo, isso é bom para algumas meninas e ômegas, mas eu não me sinto muito confortável com presenças tão fortes. - Uma flecha pôde ser ouvida atravessando o coração do garoto ao seu lado. - Não sei se os outros compartilham da mesma opinião, mas sei que os novatos não sentem o mesmo; então podemos assumir que talvez seja a reputação de vocês. - Sua voz foi sumindo ao passo que falava.

Após um tempo em silêncio, o mesmo clima de estranheza de antes da primeira fala de Poseidon se instaurou na sala de estar dos Olympus.

- Vou passar o contato de Beelzebub. - Hades trouxe de volta a vida à conversa. - Ele não é do tipo agressivo sem necessidade, mas avise ao seu amigo que ele tem pavio curto. É Nostradamus?

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