• Ajudinha •

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- Capítulo 16 -

     E finalmente chegava a tão esperada sexta-feira, para o alívio daqueles que não realizavam atividades extracurriculares. Para aqueles que faziam parte de clubes, além daqueles que operavam na escola, a liberdade ainda demoraria para chegar; estavam no recreio do segundo turno e tinham a tarde inteira para se dedicarem às decorações do dia dos namorados, prestes a chegar na metade daquele mês. Claro que em uma escola grande como aquelas um dia seria pouco, mas ainda tinham a escola aberta no fim de semana e um dia de sobra para terminarem, estavam apenas adiantando o processo.

     – Tio Tesla, faz sua magia denovo! – Um dos garotos do primeiro ano do fundamental pedia com olhinhos brilhantes.

     – Sim sim! Faz aquilo da água brilhante denovo! – Uma menina de cabelos curtos pediu, enquanto abraçava o mais velho de lado.

     – Pessoal, lembra do que a tia Marie disse, ele não vai fazer se a gente não falar a palavra mágica!

     Outra criança com tom de voz mais autoritário – provavelmente a líder da turma – avisou, fazendo as outras abrirem a boca ao se lembrarem daquele detalhe, antes de se juntarem em frente ao participante do clube de ciências exatas.

     – Por favor, tio Niko, repete o experimento para a gente! – Pediam segurando nas mãos do segundanista, que apesar de sorrir, estava bastante nervoso por dentro.

     O clube de ciências, sob responsabilidade de Einstein, foi um dos que mantiveram sua rotina, pois ao pedido de alguns professores tiveram que passar em algumas salas do primeiro fundamental para estimular o interesse dos menores no estudo das ciências. Aquilo parecia ter funcionado bem até demais, já que algumas crianças agora aproveitavam seu recreio para pedir que Nikola repetisse o experimento. Sem saber como reagir, e desejando que seu clube estivesse responsável apenas pelas decorações como os demais, apenas fez uma promessa vaga de que pediria à Isaac para voltarem às suas classes algum dia.

     – É, parece que mais alguém ficou popular entre as crianças! – Leônidas brincou, apesar de estar levemente curioso sobre o tal experimento.

     – Falando em crianças, onde é que está o Hércules? – Simo perguntou indiretamente para Jack, notando que a ausência do ruivo tornava as conversas um pouco mais silenciosas, mesmo na presença de pessoas faladoras como alguns dos mais velhos do grupo.

     – Cuidando de Ares, parece que ele pegou um resfriado ou algo desse tipo. – Gesticulava levemente enquanto falava. – Apolo e Hermes são do grêmio, Artemis líder de clube e Afrodite apenas não leva jeito para a coisa, então ele teve que ficar para ajudar. – Explicou para que não houvessem mal-entendidos.

     – Tadinho gente, está até mais quieto agora que o namorado faltou!

     Nostradamus brincou, antes de receber uma bronca de Brunhilde.

     – Michel Nostradamus, eu juro que se a decoração do seu clube não estiver no mínimo impecável, você vai ver só! – Falou pausadamente, fazendo os pelos do loiro se eriçarem pela sensação de estar em perigo real.

     – É né... Haha! Impecável, pode deixar, senhora!

     E tal como um rato ao se deparar com um gato, o loiro baixinho corria como se não houvesse amanhã para voltar a recortar os corações de papel. Assim que Michel saiu de seu campo de visão, o rosto daquela de cabelo roxo suavizou sua expressão, o que não era tão surpreendente se levassem em conta que Brunhilde buscava acima de tudo ser justa, sendo rígida apenas na medida necessária. Com as irmãs e primas afastadas, o que muitos não notaram foi um leve toque de preocupação em seu olhar, algo que Qin, após um bom tempo convivendo no mesmo ambiente que a Valkyrie, conseguiu captar.

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