• Parasitagem •

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- Capítulo 04 -

     Definitivamente não era mais um dia qualquer na Ragnarok Academy. O dia era uma sexta-feira e a hora 12:35, muitos pensavam que o desespero dos alunos para guardarem seus materiais ao ouvirem o sino era mais do que justificável, mas não era, uma vez que ainda estavam na primeira semana de aula. Infelizmente, os professores não podiam negar que estavam tão desesperados quanto, precisavam urgentemente de descanso ou acabariam como Odin.

     Enquanto a maioria tirava forças do além para arrumar seus pertences o mais rápido possível, o hippie favorito do segundo ano – não que tivessem outros além dele – estava jogado em sua cadeira, exausto e internamente morto, alguns diriam. Inspirou fundo, silenciosamente se questionava como diabos uma única semana de aula conseguia ser tão exaustiva, talvez aquela escola fosse avançada demais ou o Gautama que era muito preguiçoso. As únicas coisas que conseguiriam tirá-lo daquela cadeira acordado seria um adorável Zerofuku pedindo para irem ao fliperama ou uma assustadora Brunhilde espumando de raiva; e para a infelicidade de Buddha, o que aconteceu foi o último caso.

     – Porra, Buddha! É melhor você arrancar essa bunda da cadeira logo se não quiser ficar com o Jataka!

     Sidarta se levantou em quase um pulo, impressionando os amigos que ainda não o largaram para trás. Todas as quartas e sextas pegava carona com as Valkyries – quarta com o lado de Göndul e sexta com o lado de Hrist – para não precisar de vagar na escola até terminar o turno da tarde, quando seu irmão encerrava suas atividades naqueles dois dias. Haviam outros motivos envolvidos, gostava de fofocar e seguir a rotina de menininha rica das garotas; mas admitir ou não em voz alta não mudaria que Buddha já conhecia a vida inteira de ao menos metade da escola, incluindo gente que ele nunca viu em toda sua vida.

     Agora que parava para pensar, os outros garotos nunca chegaram a experimentar a rotina uns dos outros. Quer dizer, uma vez passaram a tarde de férias na casa do tio Adão, mas aquilo foi na época em que eram anões do primeiro fundamental; para se ter uma noção, nem os Sekis participaram daquela tarde de cineminha. Buddha sempre foi do tipo de amigo parasita, já experimentou ao menos um dia na casa de cada um.

     Já conheceu a vida mais simples e sem mordomia dos Sekis; o cronograma de estudo dos Chun; o trabalho de Jack em uma cafeteria próxima à escola; leu um livro escrito por Nostradamus; experimentou a comida de Kintoki e Rasputin; quase morreu na academia com Leônidas; invadiu o quarto de Zerofuku para jogarem (e quase apanhou de Bishamonten); foi até mesmo nas casas de Shiva e dos Demetrious! Se tivesse um carimbo para cada casa que foi, fosse de estranhos para trabalho ou amigos mais próximos, provavelmente faltariam apenas a página dos Odinsons, dos Olympus e dos novatos. Tinha mais nomes que poderia mencionar de trabalhos, Lilith, Anfitrite, Lúcifer, Perséfone, Sif... E a lista seguiria quase sem fim.

     De longe, a sua favorita continuaria sendo a das Valkyries, gostava de viver como uma filhinha de papai e as duas famílias o adoravam, quase o consideravam como um deles. Sendo sincero, eles gostavam de qualquer coisa que fizesse bem para suas amadas filhinhas; e levando isso em consideração, Buddha teve uma ideia que considerou incrível. Como o ótimo amigo que era, por que não ensinar aos meninos a arte de parasitar?

     As Valkyries apenas estranharam o silêncio do Gautama, assumiram que estava elaborando algum plano maléfico ou só tinha a mente vazia mesmo

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     As Valkyries apenas estranharam o silêncio do Gautama, assumiram que estava elaborando algum plano maléfico ou só tinha a mente vazia mesmo. Ao chegarem em casa, Sidarta se jogou em um enorme puff fofinho de coloração azulada, recebendo uma reclamação de Reginleif. Quando foi abrir a boca, antes que pudesse falar algo, foi interrompido por uma Hrist irritada.

     – Acho bom você ser direto porque ninguém aqui quer te ouvir enrolando para convencer antes de chegar no ponto!

     Buddha levantou as mãos em sinal de rendição.

     – Quero trazer os meninos aqui algum dia. – Continuou antes que alguém pudesse responder, com medo de apanhar de alguma das garotas. – Ou levá-los para outro lugar antes disso, como a casa do tio Adão, se precisarem de preparação.

     – Verdade, seria tão legal! A gente bem que podia fazer isso né, irmã Brunhilde? – Göll aprovou, com os olhos quase brilhando ao pensar em ter seus amigos consigo enquanto faziam compras ou pintavam unhas.

     – Não vejo problemas nenhum, como a irmã mais velha da casa. – Hrist comentou, lembrando os demais desse detalhe. Não que não fosse igualmente respeitada, mas Brunhilde era um pouco mais autoritária.

     – Acho que papai e mamãe não veriam problemas. – Disse Reginleif, aprovando a ideia.

     – Do jeito que eles são, não veriam mesmo não. Se fizéssemos uma festa do pijama seria ainda melhor, papai poderia dar uma olhada nos meninos e nos deixariam sair mais vezes quando visse que são de confiança. Melhor ainda, podemos incluir os novatos como uma recepção amigável para não deixá-los deslocados; que ótima ideia! Quem é a dona da mente genial que pensou nisso?! – Agora receberam a aprovação máxima: A de Brunhilde.

     – Fui eu. Para de tirar meus créditos, sua vaca! – Reclamou Buddha. "Se eu fosse o Hermes não era assim", pensou sem verbalizar, não queria morrer tão cedo.

     – Que bom então! Quando a gente começa, irmã? – Göll ignorou o único garoto presente.

     – Sexta que vem seria bom, mas se conversarmos com as meninas, talvez adiantamos para quarta.

     – Garo-

     – Já mandei mensagem para Randgriz. Ela disse que falaria com as outras meninas antes de pedir para as tias. – Reginleif avisou.

     – Pessoal-

     – Como sempre muito ágil, Regi-chan! – Buddha apenas desistiu depois de ser cortado por Hrist.

     O grande problema nisso tudo é que não conheciam a família dos novatos e nem sabiam se os demais já tinham compromisso, Buddha queria lembrar disso antes das garotas começarem a espalhar para as demais, agora já não tinha mais jeito. No primeiro passo, a Operação Parasitagem já tinha sido roubada de si. Mas estava tudo bem; foi a prova de que poderia contar com a ajuda das meninas para fortalecer os laços que tinham com os garotos.

      Afinal, essa sempre foi a intenção de Sidarta ao elaborar aquele "plano infalível".

      Afinal, essa sempre foi a intenção de Sidarta ao elaborar aquele "plano infalível"

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- Notas Finais -

     Ficou um pouco curto, mas está aí. O ponto de partida para sairmos das introduções e começarmos a juntar nossos personagens. O que acharam? Espero que estejam gostando da história 💗
    
     MDS GENTE MIL DESCULPAS ESQUECI DE POSTAR OS CAPÍTULOS

~17/01/23🍑

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