• Entre Damas e Vagabundos •

• Cineminha •

- Capítulo 17 -

    – Finalmente! – Exclamou Leônidas assim que quem estava de carona com seu professor chegaram à casa da família Éden.

     Eram cerca de seis horas da tarde, já podia ser observado o gradiente de cores quentes brilhantes para as frias escuras que denunciavam a chegada da noite, causando uma sensação mista entre alívio e cansaço na maioria das pessoas que enchiam pontos de transporte público em horário de pico. Entre os presentes, Adão, especificamente, parecia acabado pelas turmas agitadas onde teve que lecionar ao seguir seu cronograma de sexta-feira, embora isso não fosse suficiente para borrar o sorriso leve em seu rosto ao ver tantas de suas crianças agitando a casa. Para muitos professores, ter alunos por perto após o cumprimento das horas de serviço poderia ser incômodo, mas para o casal de betas era gratificante ver como seus alunos os apreciavam e os queriam por perto, mesmo que fosse para tirar dúvidas bobas ou entregar cartinhas preenchidas por adesivos, caligrafias tortas e erros gramaticais.

     Curioso pelo barulho, de dentro da casa podia ser visto um beta de olhos claros, roupas humildes, cabelo longo e barba rala castanhos que Buddha logo reconheceu como um dos antigos terceiranistas da Ragnarok, sendo inevitável cumprimentá-lo com um largo sorriso.

     – Jesus meu chapa! Vai ficar para a pijamada também? – Perguntou, ficando um pouco decepcionado ao ver a resposta negativa de cabeça do mais velho.

     – Fica para a próxima, tenho curso hoje. – Comentou em um tom de voz calmo antes de se dirigir aos anfitriões. – As crianças já estão na cama, por hoje me despeço. Obrigado por me receberem aqui!

     – Nós quem deveríamos agradecer por cuidar de Caim e Abel, sabemos que podem ser complicados as vezes. – Eva respondeu enquanto meneava a cabeça, se despedindo do homem com um aceno.

     – Poxa, que pena... – Buddha murmurou antes de retomar a compostura. – Quem falta agora?

     – Os Seki e os Smith. – Disse Brunhilde, um pouco incômoda e duvidosa sobre a falta de ação de Okita.

     – E a gente. – Simo assustou alguns, silencioso como um fantasma que subitamente aparece em meio ao nada.

     – Se esqueceram de nós?! – Grigori questionou em alto e bom tom, como quem sentia que seus colegas tinham desconsiderado a dupla que recém chegou em sua moto, o que não era total mentira ao seu ver.

     – Meio que já estamos aqui, mas devo dizer que me ofende que não tenham nos mencionado quando ainda não perceberam nossa entrada. – Simo concordou, estranhamente calmo para a surpresa da maioria que esperava alguma reclamação sobre o exagero do russo.

     – Meu Deus, você não chutou ele da moto! – Tesla comemorou em tom de brincadeira.

     – Meu Deus, seu irmão te deixou sair de casa acompanhado de alfas! – O finlandês retrucou irônico, tirando risadas de muitos ao terem sua língua afiada de volta enquanto o croata apenas levantava as mãos em rendição.

     A entrada de Jack seria tão imperceptível quanto a de Simo e Rasputin se Nostradamus não tivesse feito questão de gritar uma imitação malfeita de campainha para anunciar sua presença, acompanhados da agradável surpresa que foi Kintoki com alguns pacotes de seus doces caseiros que Siddarta tanto amava. Além deles, entrava a família de trio alfa-beta-ômega, Raiden sendo tão escandaloso quanto os demais ao dar um tapa forte nas costas de Sakata – que praticamente chiou com a ardência – e correr para deixar um beijo na bochecha de sua namorada, tirando as reações quase ritualísticas de vômito fingido dos mais novos ao vê-lo ficando na ponta dos pés para executar o ato meloso. Sasaki apenas os cumprimentou com um leve curvar, dizendo que era bom ver Sakata novamente e Okita pedindo desculpas pelo seu "estúpido irmão mais velho" antes de dar mais um tapa na mesma região, tirando um muxoxo do mais alto que gemeu de dor ao receber outro tapa ainda mais potente que os dois anteriores depois de afirmar algo como "Kojiro é o único que presta dessa raça ruim que são vocês dois!".