Capítulo 11.

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Pov Priscila Caliari.

- Precisamos conversar.

Meu coração acelerado parecia estar cada vez mais próximo de sair pela minha boca.

Eu não sabia dizer se a bebida ainda fazia efeito e tudo não passava da minha imaginação, ou se meus olhos realmente estavam me mostrando a realidade.

Gustavo. Sentado no sofá. Com um buquê de rosas na mão.

Depois de encará-lo como se fosse uma assombração por tempo suficiente para assimilar que sim, ele estava ali, procurei palavras para tentar entender o que estava acontecendo.

- Primeiro, como você conseguiu entrar? Segundo, o que te faz pensar que é bem-vindo aqui?

Ele soltou um riso sarcástico, levantou-se e veio em minha direção.

- Caso não se lembre, eu ainda moro aqui, e por isso tenho uma cópia da chave. - olhei para sua mão direita e ele balançava o pedaço de metal que havia permitido sua entrada em meu apartamento.

- Obrigada por me lembrar que preciso ligar urgentemente para o chaveiro. - respondi.

- Eu vim em paz, Priscila. - ele me estendeu o buquê de rosas. - São pra você.

Peguei as rosas de sua mão e aproximei-as do meu rosto. Aspirei o delicioso aroma e sorri.

A expressão de alívio tomou conta do rosto de Gustavo, como se ele soubesse que com esse gesto iria me ter de volta.

- Bom, faça melhor da próxima vez.

Virei-me em direção a cozinha e fui até o lixo, onde joguei o buquê. Voltei a olhar para Gustavo, que agora observava a cena com um semblante surpreso.

- Já vi que vai ser mais difícil do que eu imaginava. - ele respondeu.

- Por que você não vai embora? São quase quatro horas da manhã. - falei.

- Eu sei, estou te esperando há horas. Inclusive, aonde estava até tão tarde?

- Sou eu quem faço as perguntas aqui. - respondi depois de contar mentalmente até dez. - O que quer comigo?

-Conversar. - ele respondeu.

- Sobre? Acho que não temos mais nada para conversar.

- Priscila, eu sei que você não me quer aqui, mas você precisa me ouvir.

- Se sabe que não te quero aqui, então por quê se deu o trabalho de vir?

- Eu vim te contar algo. - ele respondeu.

- O quê? - perguntei.

- Hoje teremos aquele almoço com toda a minha família.

Merda!

- E você não poderia ter, sei lá, enviado uma mensagem me contando?

- Sei que não iria me responder, então fiz questão de vir pessoalmente.

Ele tinha um ponto. Eu realmente não iria respondê-lo.

- Achei que isso só iria acontecer na semana que vem. - respondi.

- Você está certa. A data oficial era só no próximo sábado, mas alguns tios meus não conseguiriam vir, então o único final de semana disponível para todos acabou sendo hoje.

- Gustavo, eu não vou sair daqui agora. São horas até chegar à casa de seus pais e eu ingeri uma grande quantidade de álcool para poder dirigir. Invente uma desculpa e vá sozinho.

- Priscila, por favor! Você prometeu que iria e, além disso, o almoço será para celebrar nosso noivado, eu não posso aparecer lá sozinho!

- Mesmo que eu quisesse ir, o que eu não quero, nunca chegaríamos a tempo de um almoço.

The Rain | CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora