Capítulo 41.

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Pov Priscila Caliari.

Algumas semanas depois...

Dezembro finalmente havia chegado.

Estávamos na primeira semana do melhor mês do ano. Ao meu ver pelo menos.

Eu sempre gostei do mês de número doze. Desde criança me lembro de ficar animada com a chegada do Natal.

Eu gostava de ter minha família reunida em casa, da sensação de ternura e aconchego quando meu pai acendia a lareira e eu, Sofi e nossos primos corríamos pela sala, esperando pela bronca de algum dos adultos.

Gostava quando minha avó chegava com seus
biscoitos caseiros que só ela sabia fazer,
acompanhada do meu avô postiço, que também sempre havia sido um amor comigo e com minha irmã mais nova.

Apesar de saber que a duração entre uma comemoração grande como essa sempre durava um ano exato de espera, eu sempre tive a sensação de que o Natal demorava para chegar.

Sofia e eu adorávamos ficar acordadas até tarde na noite do dia 24. Nós tínhamos a tradição de fingir que estávamos dormindo enquanto esperávamos a chegada do Papai Noel, mas de um jeito ou de outro acabávamos não aguentando esperar e pegávamos no sono, acordando na manhã seguinte com a surpresa dos presentes deixados por ele embaixo da árvore enfeitada.

Com o passar do tempo acabamos descobrindo que o Papai Noel não existia, e confesso que isso foi um pouco chocante para a pequena Priscila que sempre havia acreditado que o velhinho existia, porém
superei o trauma e junto da minha família continuamos a nos presentear anualmente da
melhor forma que podíamos contribuir um com os outros.

Algo que senti falta durante o tempo em que estive com Gustavo era exatamente essa vontade ausente dele em passar o final do ano com a minha familia.

Eu sempre pedia para irmos até a casa dos meus pais, mas ele sempre arrumava alguma desculpa para irmos para a casa dos pais dele, que não comemoravam o Natal e não tinham a tradição com a qual eu estava acostumada.

Mas felizmente as coisas haviam mudado e esse ano tudo seria diferente.

Esse ano em especial teríamos a presença de outra família conosco.

A família da minha noiva, que, adivinhem só, era igualmente apaixonada pela data natalina.

- Amor, o que você acha que deveríamos comprar para decorar a sacada? Minha mãe sugeriu luzes brancas, mas eu sinceramente acho que as amarelas ficam muito mais bonitas e... Ei, tudo bem? - Carolyna entrou falando em meu quarto.

Estávamos na casa dos meus pais.

Eles iriam começar a decorar a casa toda a partir de hoje e assim que soube Carol fez questão de ajudar com toda sua família.

Sim. Decoraríamos a casa toda em família. Ou melhor, em famílias. Caliari e Borges.

- Oi, meu amor! - falei assim que ela se sentou ao meu lado. - Eu estou bem sim, só estava pensando em algumas coisinhas.

- Quer compartilhar comigo? - seus olhos castanhos me olhavam atentamente.

- Estava lembrando do Natal quando eu era mais nova... - olhei-a e sorri. - Mas esse Natal vai ser muito melhor!

- Ah, vai? - ela franziu o cenho. - E por quê?

- Porque você está aqui comigo. - pincelei a ponta de seu nariz com meu dedo indicador.

Seus lábios se uniram aos meus por breves segundos.

- Você é linda. - ela sorriu. - Está ansiosa?

The Rain | CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora