Capítulo 23.

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Pov Priscila Caliari.

Mesmo tendo chegado em casa tarde e ido dormir mais tarde ainda depois de tomar um longo banho, remover toda a maquiagem e escutar Clara montando mil e um planos diferentes para desfigurar o rosto de Gustavo, na manhã seguinte acordei surpreendentemente agitada.

Eu precisava de respostas.

Enviei mensagem para Olívia combinando de encontrar-me com ela na cafeteria dos meus pais e levantei para me arrumar.

Tomei um banho para relaxar o corpo, que estava começando a ficar tenso e voltei para meu quarto para poder me trocar.

- Bom dia, bela adormecida! - falei ao perceber que Clara havia acabado de acordar.

- Que horas são? - ela perguntou.

- Oito e pouco. - respondi.

- E o que caralhos você está fazendo acordada, Priscila? Nós fomos dormir depois das três da manhã!

- Marquei de me encontrar com Olívia, lembra? - abri a porta do guarda-roupa para escolher o que vestir.

- Ah, é mesmo! E eu tenho que ir junto com você?

- Não, Clarinha. Você vai ficar aqui vigiando para o caso do Gustavo resolver aparecer para fazer uma surpresa. - falei. - O que eu coloco? Não sei o que vestir.

- Obrigada, estava torcendo pra você responder que eu poderia ficar. Vou vigiar ele daqui da cama enquanto tiro um cochilo, ok? - ela me olhou. - Pega aquela jaqueta xadrez e coloca uma calça preta.

- Clara! Você tem que ficar acordada! - peguei as peças que ela havia sugerido colocando-as em frente ao corpo. - Ficou bom?

- Tudo bem, eu fico! Mas fique ciente que vou estourar pipoca e assistir algum filme de suspense policial enquanto espero a chegada do príncipe de Chernobyl. - ela se ajeitou na cama, olhando para onde eu estava. - É claro que ficou bom, eu nunca falho na escolha de um bom look.

- Você não existe, mulher. - falei rindo enquanto vestia as peças escolhidas.

[...]

- Bom dia, João! - falei para o homem de cabelos grisalhos sentado na guarita da portaria.

- Bom dia, Senhorita Caliari! - ele respondeu sorridente.

- Como o senhor está?

- Eu estou indo, minha filha. Está tudo bem?

- Está sim! O senhor já tomou café da manhã? Eu trouxe alguns biscoitos acompanhados de um café bem quentinho. - falei segurando os objetos em mãos.

- Oh, querida! Quanta gentileza, não precisava! - ele respondeu pegando o saquinho dos biscoitos e o copo térmico

- Imagina, João!

- Está tudo bem mesmo? Estou achando a senhorita diferente esta manhã. - ele falou enquanto levava o copo de café até a boca.

- Na verdade. - sorri sem graça. - Eu queria pedir um favor.

- Pode falar, será um prazer ajudá-la!

- Bom... Eu e Gustavo não estamos em um bom momento agora. - falei gesticulando com as mãos enquanto tentava encontrar as palavras certas para fazer meu pedido ao homem.

- Eu nunca gostei daquele mauricinho. - João falou e ao perceber o que havia dito arregalou os olhos. - Não que eu tenha alguma opinião formada a respeito dele.

- Está tudo bem, João. - ri de seu comentário.

Eu achava fofo o jeito como ele lembrava o lado protetor do meu pai.

The Rain | CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora