Capítulo 36.

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Pov Priscila Caliari.

4 dias depois.

Os últimos dias haviam sido muito tranquilos.

Comecei meu estágio no setor de fotojornalismo do The New York Times e fiquei feliz ao ter sido recebida com tanto carinho pelos colegas de profissão.

Meu trabalho era muito parecido com o que eu
fazia no estúdio com Clara. Eu auxiliava na criação de imagens fotográficas, manuseava máquinas e lentes, retocava os negativos dos filmes e tratava de imagens digitais e, quando sobrava algum tempo ou entre um intervalo e outro, eu dava uma fugidinha até a redação, onde as notícias eram produzidas.

Aquele lugar era um mundo à parte.

Todos aqueles monitores com milhões de palavras escritas, as pessoas se comunicando umas com as outras, as matérias sendo criadas.

Tudo aquilo me encantava.

Acabei fazendo amizade com a chefe da redação, Maria Luísa Camargo, que foi super gentil e receptiva comigo, tanto no meu setor, quanto em seu próprio.

A princípio seu sobrenome não me recordou muita coisa, apesar de eu ter sentido que o conhecia de algum lugar, porém em poucos dias acabei tendo minha resposta.

Heitor Camargo.

Ou melhor dizendo, o diretor geral do The New York Times, pai de Malu.

Eu havia começado com o pé direito em meu novo trabalho e estava orgulhosa disso.

Agora, no meu horário de intervalo, estava sentada na mesa do refeitório com Malu e seus amigos da redação enquanto trocava mensagens pelo celular.

Clarinha alterou o nome do grupo para "Casais".

Clarinha: Piranhas, é o seguinte: hoje é sexta-feira e antes que vocês inventem de irem para barzinho ou balada, quero lembrar que estão CONVOCADAS para me encontrar depois do expediente para provarem seus vestidos.

Clarinha: Destaquei a palavra convocadas para lembrar que não é um convite e sim um mandato.

Clarinha: O endereço da loja vocês já sabem. Espero todas vocês lá.

Essa Maria Clara...

Olhei para as mensagens durante alguns segundos, assimilando o seu conteúdo, e não pude deixar de me emocionar.

Com toda a correria da minha vida, o término com Gustavo e o início do meu relacionamento com Carolyna, acabei esquecendo que o casamento de Clara e Luccas estava cada vez mais perto.

Os dois iriam se casar em Malibu, do outro lado do país, onde a família de ambos morava.

Confesso que estava animada. Seria a primeira vez que eu iria a um casamento na praia.

E além disso, era a minha melhor amiga que iria se casar.

Sorri ao imaginá-la caminhando de mãos dadas com Luccas entre os convidados jogando arroz sobre eles e quando vi algumas lágrimas já escorriam pelas minhas bochechas.

Eram lágrimas de alegria.

Alegria por eles, por estarem oficializando a união diante da família e amigos, por mais que sempre soubéssemos que eles estavam juntos.

Em meio a pensamentos, cheguei a me imaginar de branco correndo de mãos dadas com Carolyna enquanto saímos da igreja e seguimos em direção ao carro que nos levaria para a lua de mel.

Seria fantasiar demais imaginar que estava casando com ela?

Eu a amava.

Amava Carol como nunca sequer amei alguém antes.

The Rain | CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora