Capítulo 31.

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Pov Priscila Caliari.

3 dias depois.

Sexta-feira, 3 de julho de 2022.

Havia acordado mais cedo que o habitual na
manhã de hoje.

Por se tratar de véspera de feriado as ruas ficavam ainda mais cheias que o normal e o movimento de pessoas parecia triplicar.

Era um inferno.

Porém, mesmo tendo programado meu despertador para uma hora mais cedo, o que significava que eu teria que sair de casa bem antes do horário usual, não consegui me livrar do trânsito nova-iorquino.

O som de buzinas era muito presente na rua onde eu estava parada e o cheiro de fumaça queimada que saía pelo escapamento do carro parado bem na minha frente estava contribuindo para que minha cabeça começasse a doer.

Meu celular, que estava conectado ao painel do carro, começou a tocar e eu levei um susto com o som alto ecoando por dentro do veículo.

O nome de Clara estava brilhando no visor.

O que ela queria a essa hora?

- Caiu da cama? - perguntei ao atender a
chamada.

- ONDE VOCÊ ESTÁ? - ela gritou do outro lado
da linha.

- Presa na porra do trânsito enquanto tento chegar à loja de vestidos. Por que você está gritando?

- VOCÊ VIU O JORNAL? - ela continuou a gritar.

- Que jornal, Maria Clara? - engatei a marcha para poder andar com o carro.

- QUE JORNAL? O TIMES, CARALHO! NOSSAS
FOTOS ESTÃO NA PRIMEIRA PÁGINA!

Freei o carro com tudo, o que fez o pneu patinar sobre o asfalto, causando um ruído agudo enquanto meu corpo ia para frente com tudo.

- O QUE? - gritei de volta.

Recebi buzinas como resposta à minha ação.

- SE ESTÁ COM PRESSA PASSA POR CIMA. FILHO DA PUTA! - coloquei minha cabeça para o lado de fora da janela e gritei. - Clara, me explica isso.

- Manda esse cara ir se foder! - ela deu risada. - Não tem o que explicar, Priscila! Nós estamos na capa! Na primeira folha! Em tudo!

Minha cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento e só um nome ecoava por todos os meus pensamentos.

Carolyna.

- Isso é incrível, Clarinha! Nosso trabalho está na capa do Times! - comecei a rir sem acreditar no que estava acontecendo.

- SIM, PORRA! DO TIMES! NÓS SOMOS FODAS! I

- Eu preciso ver esse jornal! - falei enquanto voltava a andar com o carro.

- VEJA! Agora eu preciso ir, Pri. Luccas disse que quer me fazer um convite, torça para que seja para conhecer as Ilhas Maldivas. Eu te amo, se cuide.

- Torcendo aqui por você. - dei risada de seu comentário - Também te amo! Beijos.

Fiquei presa por mais alguns minutos no trânsito até que finalmente virei na rua da loja de vestidos.

Mais trânsito.

Decidi estacionar meu carro à duas quadras de distância e ir andando até meu trabalho, afinal, eu ainda estava dentro do horário e além disso havia uma banquinha de jornal a caminho de lá.

Tranquei o veículo e comecei a caminhar, atravessando as ruas e passando por entre os
carros.

Minha velocidade estava anos luz maior que a de todos eles.

The Rain | CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora