Capítulo 19.

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Pov Priscila Caliari.

Fui acordada pela claridade do dia que insistia em entrar pelas janelas. Ainda sonolenta e com os olhos pesando, lentamente virei-me de barriga para cima e fitei o teto.

A sanca de gesso era diferente da sanca do meu quarto.

Senti uma pontada na cabeça e rapidamente levei minha mão até o local, sendo invadida pelas memórias da noite passada:

Carolyna me emprestando suas roupas, nós duas cozinhando juntas e bebendo vinho...

Eu dormindo em seu quarto.

Sentei-me depressa na cama, me arrependendo no instante seguinte.

Minha cabeça parecia que iria explodir. Olhei ao meu redor e procurei por Carol, que não estava em nenhuma parte do quarto.

Voltei a me deitar e ao virar-me de lado encontrei a bananinha de pelúcia que ela havia me dado de presente. Peguei-a e a abracei, sendo invadida pelo delicioso perfume da morena.

Depois de alguns minutos processando a informação de que havíamos dormido juntas, decidi me levantar, afinal eu não estava em minha casa.

Caminhei até a cozinha e encontrei Carol de frente para a pia e de costas para mim.

Ela estava fazendo café.

- Bom dia! - falei me aproximando de onde ela estava.

Carol virou-se em minha direção e abriu um sorriso.

- Bom dia, bela adormecida! Estou preparando nosso café da manhã.

- E em que eu posso ajudar? - perguntei, rindo de seu apelido.

[...]

Depois de tomarmos café da manhã juntas, Carolyna se ofereceu para me levar de volta para casa e agora havíamos acabado de sair da loja de vestidos, onde paramos para que eu pudesse recuperar minhas chaves.

Enquanto Carol dirigia, aproveitei para observá-la discretamente.

O jeito delicado em como ela segurava o volante com a mão direita enquanto a esquerda apoiava seu rosto. Seus cabelos negros esvoaçantes devido ao vento que entrava pela janela. O olhar centrado no
trânsito.

Tudo nela era encantador.

Por um minuto cheguei a me perguntar como seria encontrá-la todos os dias, acordar ao seu lado e tê-la me protegendo sempre, assim como ela havia feito ontem ao me segurar depois de ter caído por cima de seu corpo.

E pela primeira vez não me senti culpada em pensar nela de outra forma.

- Pri, está tudo bem? - ela perguntou me olhando.

- Sim! - falei, interrompendo meu fluxo de pensamentos.

- Que susto! Eu te chamei duas vezes, mas você não respondeu e ficou me olhando. Fiquei preocupada. - ela sorriu.

- Eu só estava pensando em algumas coisas,
desculpe. - sorri também. - O que queria me dizer?

- Nada demais, só que já chegamos ao seu apartamento. - ela apontou pela janela e eu pude ver meu prédio.

- Oh meu Deus, eu esqueço que você é rápida. brinquei. - Muito obrigada, bebê. Eu te dei um
trabalhão nas últimas 24h.

- Se isso é me dar trabalho, espero que aconteça mais vezes. - ela respondeu.

- Boba! Mas falando sério, obrigada por tudo. Você é incrível!

- Obrigada pela companhia. Eu adorei poder te conhecer mais.

The Rain | CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora