Judge (Inédito)

127 8 2
                                    

(Capítulo Inédito)

— Iero. — O policial bateu três vezes na cela, causando enorme estrondo e acordando os presos ao lado. A grande parte do corredor começou a gritar e me chamar de tudo quanto é nome. Um deles era "A Princesinha do Way".

Eu não era a princesinha de ninguém.

Pulei do segundo andar da beliche para o chão. O que ele queria?

— Você tem uma audição hoje. Não se lembra? — O policial era gordo é careca, aparentemente acabado, com a testa soada. Queria fazer pose de mau pra parecer mais bruto cruzando os braços e fechando a cara.

Não. Ninguém havia me falado nada. Eu teria que fazer audição de que? Dizer o quão idiota eu fui por ter me metido em uma confusão só pra salvar a pele de alguém que não tá nem aí pra mim?

— Se você ao invés de ficar dando essa bundinha a noite toda pro Way, iria lembrar dos seus compromissos.

Eu queria dizer a ele que eu não estava afim de dar para o Way, mas fiquei em silêncio. Essa hora os abutres já gritavam e riam. O policial fazia questão de falar alto, esse filho da puta.

— Cadê o Way? — Ele perguntou apontando para a cama enquanto eu dava de ombros.

— Fica aí com esse ombrinho que eu dou uma cacetada nele, seu viadinho.

Eu estava tão anestesiado de ter a minha dignidade como homem levada naquela cadeia que eu simplesmente ando não me importando mais.

O policial finalmente saiu para eu ficar finalmente sozinho. Não por muito tempo. Lá estava Gerard entrando na cela, acompanhado de um outro policial.

— Chegou seu dono, Iero — O policial dessa vez era forte e loiro. Tinha uns traços brancos e o rosto avermelhado.

— Certamente — Eu disse, não dando a mínima. Não queria olhar pra cara de Gerard, então desviei o olhar. Eu estava ocupado demais pensando no que eu iria dizer na audiência.

Eu também queria ver Danny. Droga, eu fui super proibido de estar com ele. Talvez seja apenas um ciúmes idiota de Way. Ele acha que eu sou uma propriedade dele. Coisa que claramente não sou.

— Iero? — Ele parou na minha frente, com as mãos apoiando em suas cinturas. Ele tinha um olhar curioso, como se me analisasse de longe. Voltei a olhar para o chão e ele se aproximou.

— Não se aproxima — Falei baixinho.

— Iero...

— Você não se lembra, não é? Sua cabeça perturbada não permite lembrar?

Ele ficou em silêncio, olhando para cima.

— Fica longe de mim, Gerard — Suspirei, voltando a deitar na cama.

— Você não me fala qual é o pro...

— O problema é que você é um cara agressivo, mimado e que quer tudo do seu jeito. Além de extremamente bipolar — Gritei. Foi um sinal para que os presos começassem a gritaria.

Ele não tinha o que dizer, apenas saiu, depois que o policial abriu a cela para ele.

Ele não tinha o que falar.

Fiquei surpreso que não deu show.

Eu estava cansado das merdas dele.

***

— Acorda, Iero — Danny me chacoalhou.

— Que... Hmmm? — Fui interrompido de um sonho muito bom com a Paty, ex-namorada minha de colegial, a gente estava jogando cartas na garagem empoeirada dela.

Prison (Frerard) *RepostagemOnde histórias criam vida. Descubra agora