Os meus medos e pensamentos se misturavam virando uma bola de neve. Aos poucos, eles se tomavam formas cada vez maiores. Era como um bicho de estimação que cresceu e tomou proporções colossais, nem mais o espaço em minha cela havia espaço para esse monstro.
Eu estava ao ponto de surtar e nem acreditava que há poucos dias eu havia entrado aqui. Eu achei que foram muitos, mas não. Aqui não temos noção do tempo e nem quantos dias se passam. O tempo passa devagar quando você está preso dentro de um ócio eterno.
Primeiro: Tinha um assassino, meu companheiro de cela que achava que era meu dono.
Segundo: Tinha um cara que eu provavelmente me senti atraído. Ele era fofo e doce.
Terceiro: Ia dar muita merda.
Eu não suportava ser escravo de ninguém. Eu não suportava alguém me controlando todos os dias. Essa é minha personalidade: mesmo que eu ame ou sinta, odeio que me prendam ou tirem a minha liberdade. Eu sou um rebelde, mesmo muito carente é muito amável, sou rebelde pra caralho. Gerard pensa que pode me controlar. Mas isso só aumenta meu ranço por ele.
Tudo bem. Sentir raiva por uma pessoa possessiva é compreensível. Mas sentir falta de alguém que mexe com você, não. Não é compreensível.
É uma loucura digna de manicômio. Eu tenho que ir para a porra de um psiquiatra, não a cadeia. Esse aqui não é lugar de um idiota sem noção que se apaixona por quem humilha ele. Não é normal. Eu deveria pedir para alguém me dar um tapa na cara.
Abri os olhos e já era de manhã. Bufei, puxando a coberta ate meu queixo para tentar me aquecer, pois o frio congelava o quarto e meus dedinhos dos pés.
Ouvi um barulho da porta e Gerard entrou acompanhado do policial. Ele não havia dormido na cela.
Ele estava com uma cara péssima.
Algo devia ter dado errado.
Gerard nunca mostrava o que sentia, sempre queria mostrar que tudo estava sob controle e nada o atingia. Eu me espantei ao ver assim, com uma expressão. Ou seja isso só tinha me provado que ele era um ser humano de verdade. Ou não. Ou ele é um vampiro. Mas vampiros podem machucar, eu deveria tomar cuidado.
E ao mesmo tempo eu não sei por que diabos eu estava preocupado com ele.
— Tá tudo bem? — Perguntei me sentando na cama. Ele andou até a cama dele e parecia agitado. O policial fechou a porta da cela.
— Tá tudo sob controle — Seu silêncio me intrigava.
Não estava nada sob controle. Eu sentia que não estava.
— O que houve?
— Frank, não houve nada — Senti uma voz emocionada. Eu não suportei não saber a verdade. Ele tinha razão. Nós não tínhamos exatamente nada. Mas era injusto o fato de ele se meter na minha vida, porém eu não podia me meter na dele?
Pulei da cama para o chão sentando na cama, ao seu lado. Ele estava com os olhos fechados e a fumaça do cigarro saia entre seus lábios. Ele estava parado e olhava para algum lugar fixo, como se estivesse pensando em algo difícil.
Seus lábios estavam muito vermelhos, descascados pelo frio. O cigarro que ele colocava na boca o deixava mais sexy. Ele tragava ainda com os olhos fechados. Eu queria poder tocar em seu rosto, mas não sei se devia. Eu juro que segurei a minha mão e apertei a minha própria coxa, só para me controlar. Gerard me provocava ao ponto de eu precisar me controlar. Meu Deus. Eu queria ele...
Por que eu estava fazendo isso? Por que eu quero ele?
— Confia em mim.
— Não confio em você — Ele manteve seu olhar para a parede. Não ousou me olhar.
— Apenas, confie.
— Por que acha que eu estou mal?
— Eu sinto.
— Sentiu errado. Eu já disse que não confio em você.
— Tem que confiar pra me contar?
— Frank, vai embora — Ele se virou, como um birrento, ficando de costas para mim. Espera, Gerard Way estava fazendo manha? Eu não podia acreditar!
— Não. Eu vou ficar aqui - Dei um tapinha em suas costas, mas ele não reagiu. Abaixou a cabeça e por um lance muito rápido de segundos, se virou e lançou seu corpo contra o meu. Nós acabamos caindo no chão e eu bati meu rosto no concreto gelado. Ele puxou meu rosto, fazendo eu olhar para ele. Meu coração acelerou quando eu vi aqueles olhos frios e esverdeados. Eram lindos, mas não tinham vida nenhum. Eram olhos espelhos da sua alma fantasma, refletiam seu vazio e sua solidão. Gerard mostrou os dentes, levando sua mão para apertar meu queixo com força.
— Eu quero que você MATE o Mikey, você está entendendo?
— Eu não vou mais acreditar em você! Quando eu penso que você pode se abrir.. — O empurrei longe.
— Eu estou te mandando. Essa é uma nova tarefa - Ele disse se aproximando novamente, levando seus dentes até meu pescoço.
Nunca desobedeça um vampiro. Ele mordeu suavemente meu pescoço e percorreu suas mãos pelo meu abdômen, por cima do pijama.
— Escuta aqui — Aproximou o rosto perto do meu — Não é só porque eu transei contigo que isso te da direito de se igualar a mim. Você ta entendendo? — Ele apertou meu pescoço com tanta força que quase me faltou ar. Eu tentava puxar oxigênio para que eu pudesse respirar.
— Quero que você o mate a facadas. Você me ouviu? - Seus olhos demonstravam ódio e desprezo. Mas não sei por quê insistir tanto em matar o coitado do Mikey. O que o Mikey fez pra você, porra?
— O que tem ele? — Perguntei apreensivo. Way forçou seu pescoço para olhar para mim.
— Nada demais. Eu só quero que você faça o que eu peço — Ele me puxou entre seus braços para sentar no colo dele. Pude sentir sua ereção saliente entre a calça de corrida.
Eu juro por Deus que eu tentava me controlar a cada segundo com ele, mas era um pouco impossível. Eu não consegui ceder ao meu desejo. Abocanhei seu pescoço e mordi forte a sua carne e ele arfou. Segurou meu cabelo e puxou com muita força.
— Filho da puta — Ele já estava duro, louco para me possuir, me adentrar, como se eu fosse sua presa eterna. Eu adorava seu controle, eu era sedento por isso. Eu adorava ser sua putinha na cama, mesmo que fora dela eu gostasse de um pouco mais de liberdade.
A verdade era que ele mexia comigo mais do que o normal. Me senti endurecer enquanto rebolava em seu colo. Não demorou muito para que ele abaixasse meu shorts e introduzisse seus dedos para me lubrificar. Iríamos começar de novo, aquele jogo viciante, aquele sexo intenso, a troca de almas, o saciar dos desejos.
Quando ele me penetrou, droga, senti como se o paraíso ficasse mais perto, porque, quando eu beijava seus lábios, eu me sentia experimentando a vida eterna. Droga. Eu queria me afundar nele. Eu fazia isso muito bem rebolando a minha bunda, obedecendo, levando tapas e arranhões enquanto ele bombava dentro de mim cada vez mais. Puta merda.. Enquanto eu estava lá, olhando em seus olhos, louco de prazer, me veio algo em minha mente:
Estaria eu apaixonado por Way?
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Prison (Frerard) *Repostagem
Fanfiction(Fanfic está sendo repostada) (Alerta gatilho) Frank resolveu assaltar um restaurante com seus amigos, um plano perfeito, nada daria errado. Só que a policia chegou e seus amigos sairam correndo, não o avisaram. Ele foi rendido, tinha que sair com o...