Beach

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— Vamos vamos vamos! - Gritou uma voz no corredor. Os policiais nos acordaram com o barulho de seus cassetetes sendo batidos contra a porta de ferro. Eles faziam isso sempre, como a porra de um despertador matinal irritante.

— Que barulho é esse? - Perguntei a Gerard com os olhos semicerrados. Não queria acordar, não naquele momento. Por um momento pensei que tudo isso era apenas um pesadelo e logo eu acordaria e sentiria o cheiro de panquecas matinais que meu irmão preparava.

— Querem revistar as celas – Gerard bufou — Esses vagabundos estão fazendo isso todos os dias depois de terem encontrado uns celulares na cela ao lado. Quem se ferra somos nós! Sempre assim! – Ele se sentou na cama e coçou os fios incrivelmente brancos. Não sei como na cadeia ele consegue deixar esse cabelo tão platinado sem amarelar.

Levantei rapidamente para esconder minha lâmina embaixo da cama e Gerard riu.

— O que foi? - Perguntei sem entender a graça

— Você é amador - Ele deu um tapa na minha bunda e balançou a cabeça negativamente. — Você acha que ele não vai procurar aí?

Eu ia dar um soco nele, mas o policial entrou na cela.

— Bom dia meninos. Como dormiu, Way? — O policial fez cara de deboche quando olhou para mim, como se tivesse pena de eu estar ali.

— Bem. – Gerard deu de ombros.

— Desejo felicidades ao casal – O policial começou a rir enquanto revirava a cela a procura de algo importante.

Gerard fuzilou os policiais com os olhos e acendeu um cigarro, soltando uma tragada enquanto suspirava lentamente.

— Vimos que você não está nos dando trabalho com seus cigarros, Way. Então não vou confiscar.

O policial foi até a cama dele e apanhou a caixa de cigarros. Gerard nem se moveu.

— Menos mal — Gerard continuou sem expressões, como sempre.

— E você, Frank? Tenho que parabenizar que não está dando problemas, apenas apanhando — O policial que estava na porta abaixou para rir. Eu me mantive sério, porque não estava entendendo nada.

Assim que o policial saiu, Gerard sorriu pra jogando seu cigarro de lado.

— O que esses policiais tem contra mim? — Perguntei.

— Não sei, pergunte para eles, Frank.

Hoje seria um dia longo. Como todos os outros dias. Iríamos trabalhar, tomar sol, comer e dormir. Nada novo.

De noite, eu estava sem sono.

Eu estava pensando em Gerard.

Nos seus lábios e...

— Gerard.

— Sim?

— Você está acordado? — Perguntei, sussurrando e senti a cama chacoalhar.

— Sim.

— Eu... Bom. Queria saber se você...

— Desembucha Frank.

— Se você quer dormir comigo.

— Pesadelos?

— Talvez.

— E o que você sonhou?

— Eu sonhei que estava em uma praia com você.

— Comigo? — A voz dele pareceu assustada.

— Sim, com quem mais seria? A gente estava livre daqui.

— Olha. Eu nem sei se lá fora é melhor.

Prison (Frerard) *RepostagemOnde histórias criam vida. Descubra agora