Prison (Frerard) *Repostagem

Danny

Hoje era Quarta. E quarta tinha hambúrguer no presídio e como sempre o refeitório ficava bem cheio. A comida não era a melhor coisa do mundo, eram feitas por um chefe de cozinha da cadeia que pegou perpétua e não devia estar feliz com a vida. Me tremia a espinha só de pensar o que esse cara deve ter feito.

Encontrei com Danny na fila e sorri para ele, meio desconcertado, porque eu sabia qual era a missão. Eu estava com a minha bunda doendo e com a tarefa de matar alguém. Isso não era fácil pra mim. Depois de pegarmos a comida, nos sentamos em uma mesa afastada de todo mundo.

Eu não gostava de ser notado mas era inevitável não olharem pra mim. Eu não sabia se eles olhavam com medo, com respeito ou deboche. O sorriso de Danny me chamou atenção e me encantou. Um sorriso branco muito bonito por sinal. Seus dentes eram bem cuidados para quem estava na cadeia.

— E então, Frank. O que você fez? — Ele perguntou dando uma mordida no seu hambúrguer. Ótima maneira de começar uma conversa.

— Eu era um assaltante. Confiei nos meus amigos e me fodi — Dei de ombros.

— Amador? — Larguei o hambúrguer no prato rindo. Até ele me dizendo isso? Talvez eu era mesmo.

— Até você? - Perguntei e ele pareceu confuso.

— Por quê?

— Gerard disse que eu estava aqui porque eu era amador — Abaixei a cabeça, fitando o hambúrguer.

— Provavelmente — Ele disse com uma voz debochada, porém carinhosa. 

— Quantos anos você tem, Danny?

— 28 e você? — Demorei um pouco para falar minha idade.

— 19.

— Que novinho — Danny fez uma careta divertida.

— Sou mesmo — Não sabia se isso era uma reclamação ou elogio.

— Gerard está te tratando bem na cela? — Oh Danny, na cama sim. Mas o resto...

— Aham. Você sabe; ele me trata com aquele jeito dele — É claro que não vou dizer o que pensei. Não queria assumir que talvez eu estivesse sendo a janta do assassino mais perigoso daquele presídio. Isso me fez tremer.

— Toma cuidado com ele, tudo bem? — Ele elevou sua sobrancelha.

— Por quê?

— Ele parece que....

— O que faço parecer, Danny? - Disse Gerard atrás de Danny. Eu nem tinha percebido ele se aproximar. O refeitório todo observava nossa conversa. Ninguém falou nada, todos estavam apreensivos. Eu queria saber o porquê de respeitarem tanto ele. Agora era a hora de Gerard Way. Vai lá, Gerard, faça seu show.

— Hein, Danny? Me responda — Ele sorriu de canto com aquele olhar maligno que eu tanto tentava evitar. Olhei de novo para meu hambúrguer.

— Gerard, eu... — Danny engasgou rapidamente, como se quisesse se explicar, mas deixasse de lado. Olhei para Gerard que espumava pela boca.

— Se eu tiver algo pra fazer com Frank eu o aviso, fique tranquilo. Mas se eu tiver alguma coisa a fazer com você eu com certeza te aviso também. — O platinado lançou um sorriso malicioso para Danny que abaixou a cabeça e fingiu demência. Não sei como um homem gordo daquele tamanho tem medo de um magrelo igual o Gerard. Eu fiquei tentando imaginar o que o Way fez para fazer todos temerem ele... Talvez deve ter matado muita gente aqui, não é mesmo?

Danny engoliu em seco e Gerard saiu desfilando com o peito inchado e uma pose confiante. Seus capangas o seguiram. O refeitório voltou a conversar e falar alto. Eu continuei ali, fitando os olhos verdes do loiro à minha frente. Seus cabelos enrolados bagunçados, meio presos, meio soltos. Ele respirou fundo. Do nada, ouço Gerard gritar.