Prison (Frerard) *Repostagem

Silent

O sol já tinha nascido e agora o quarto estava clareado, como nunca acontece. Me sentei, ainda lembrando de seus lábios nos meus e balancei a cabeça para os lados em sinal de confusão. Mas isso era realmente muito estranho.

Eu acordei, deitado em seu peito com seu braço me aninhando. Ele também tinha acordado. Ficamos ali sem dizer nada um para o outro.

— Bom dia — Ele deu um riso rápido. Hoje estava de bom humor.

— Você muda de humor tão rápido... — Eu disse dando um beijo em seus lábios. Um selo demorado, e ele sorriu enquanto isso.

— Você é desafiador, Frank.

— E você gosta de jogar, Gerard.

Jogar. Era isso que Gerard fazia muito bem mesmo que eu ainda não tinha ideia de como fazer isso. Talvez eu poderia imitar. Talvez eu poderia ser um pouco mais esperto e tentar fingir ou não mostrar tanto meus sentimentos.

Eu poderia ser como o Gerard.

Sim, mudar sua personalidade é algo muito difícil, mas talvez eu poderia fingir mesmo que isso me agredisse, mesmo que eu quisesse chorar em algum colo, e meu único colo naquele inferno era Danny.

Depois do café, voltei para a cela e me joguei na cama de Gerard. A preguiça falava mais alto, porque não queria subir na minha cama.

Ele chegou com o policial e depois como sempre, depois de o policial mandar um "se fodeu" rindo da minha cara, fechou a porta, deixando Gerard ali. Eu não sabia qual era seu humor, mas pelo seu olhar pude saber que agora não era uma boa hora pra tentar conversar, ou socializar com Gerard bravo.

Ele me olhava como se eu tivesse cometido um crime contra ele. Seu olhar era de acusação.

— Que caralho é Aaron?

Aquilo fez meu coração saltar.

— Aaron? Meu irmão. Por que?

Ele cruzou os braços e fez uma careta esbanjando ódio.

— Por quê? Você não falou dele para mim.

— Achei que já sabia dele, afinal já liguei para ele na sua frente — Na verdade ele sabia de tudo isso, mas acho que ele queria encontrar um motivo pra despejar toda sua raiva em mim. Ou ele só estava com ciúmes.

— Você tenta de tudo pra falar com ele, não tenta?

— Sim! Eu amo ele, sinto saudades dele.

— Você o ama?

— Sim! Eu amo ele como irmão.

Gerard começou a tremer de raiva. Ele iria dar mais um ataque possessivo.

— Você deu sua vida por ele, por que não deixava ele se foder sozinho?

— Porque EU NÃO SOU UM DOENTE COMO VOCÊ.

— Se eu quiser.... Eu saio daqui.... — Ele falava pausadamente — Sabe por quê? Porque.... Porque eu posso. Eu sou o mais poderoso dessa merda toda.

— Pra quê, Gerard? — Eu disse, bufando, mostrando claramente que não estava querendo discutir no momento — Você tava bem até agora, o que aconteceu?

— Nada. Me deixa, cara — Ele levantou os braços para cima como se estivesse se rendendo.

— Você faz coisas que eu não entendo — Me levantei da cama — E isso me frustra.

Ele não respondeu.

— Por que simplesmente não vai embora então? Se você é tão fodão, por que quer ser dono daqui? Não dá pra ser dono do mundo lá fora? Ou você não conseguiu ter o que queria fora daqui? — Perguntei, cuspindo as palavras e senti ele recuar.